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quinta-feira, 7 de junho de 2012

O Julgamento Diante do Trono Branco (Apocalipse 20:11-15)

O Julgamento Diante do Trono Branco (Apocalipse 20:11-15)
Os últimos versículos do capítulo 20 descrevem uma cena de julgamento de destruição dos mortos. A santidade de Deus não aceita a impureza daqueles cujos nomes não foram achados no Livro da Vida. Esta cena deve ser interpretada primeiro no seu contexto do castigo dos inimigos dos santos nos tempos próximos à data da composição do Apocalipse, mas tem valor, também, para a nossa instrução sobre o julgamento de Deus.
20:11 – Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta, de cuja presença fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles.
Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta: O trono branco aparece somente aqui, mas a idéia do julgamento divino aparece em diversos textos no Antigo e Novo Testamentos. O trono mostra o domínio, e branco representa a santidade. Muitas vezes, encontramos declarações de justiça divina contra indivíduos ou povos aqui na terra. Outras vezes, a imagem é do julgamento final. Muitos interpretam este trecho como o julgamento final, e certamente algumas das idéias apresentadas aqui poderão ser aplicadas ao julgamento final. Mas, como temos feito desde o início do nosso estudo deste livro, devemos procurar primeiro a aplicação no contexto antes de fazer outras aplicações dos princípios aqui ensinados.
Mais uma vez, a cena de Daniel 7 ajuda. O Ancião de Dias preside o tribunal que abre os livros e condena o insolente chifre do quarto animal (Daniel 7:8-11). Na interpretação da visão, os santos possuem o reino, o quarto animal (Roma) os persegue, mas “se assentará o tribunal para lhe tirar o domínio, para o destruir e o consumir até ao fim” (Daniel 7:26). Com esta base, devemos aplicar o julgamento do Apocalipse 20 primeiro aos servos da besta que perseguiam os santos.
De cuja presença fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles: Mais uma maneira de frisar a santidade de Deus. A criação não pode ficar diante da perfeição do Santo Deus. As criaturas corruptas, incluindo os mais poderosos dos governantes, não teriam condições de ficar em pé diante do Senhor. Numa segunda aplicação, a vinda do Dia de Deus no final dos tempos causará que a criação seja desfeita (2 Pedro 3:11-13).
20:12 – Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros.
Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono: A tendência de muitos comentaristas é ver aqui a ressurreição no último dia e o julgamento final. A Bíblia claramente ensina que haverá uma ressurreição de todos e um julgamento “perante o tribunal de Cristo” (2 Coríntios 5:10; João 5:27-29). Neste trecho, podemos ver alguns princípios que aplicam-se ao julgamento final, mas parece-me mais coerente fazer a aplicação inicial no contexto da derrota do diabo e seus aliados perseguidores. O paralelo com Daniel 7 continua a nos orientar, sugerindo que o contexto do governo romano, o quarto animal, ainda determina a aplicação principal.
Os mortos, neste caso, seriam aqueles que se dedicavam à besta. Não há menção aqui de galardão para os fiéis, somente de condenação dos ímpios. Na “primeira ressurreição” (20:5), os adoradores do Cordeiro foram exaltados para reinar com ele. Aqui, podemos ver uma segunda ressurreição – dos adoradores da besta, os grandes e os pequenos (cf. 13:16), que serão condenados com ela.
Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros.: Há uma distinção aqui entre os livros e o Livro da Vida. Os livros, evidentemente, representam o registro dos atos deles e mostram a justiça do julgamento de Deus (cf. Daniel 7:10), enquanto o Livro da Vida representa uma lista dos salvos (cf. Daniel 12:1; Filipenses 4:3; Apocalipse 3:5; 13:8; 17:8; 21:27).
20:13 – Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras.
Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram os mortos que neles havia: Nenhum morto foi isento deste julgamento. Até os ímpios entregues à Morte e ao Inferno (6:7-8) são apresentados para o julgamento. Deus tem domínio, e ninguém consegue proteger os mortos do julgamento dele.
E foram julgados, um por um, segundo as suas obras: Os servos da besta são julgados da mesma maneira que todos serão julgados no último dia (2 Coríntios 5:10). Deus é justo, e dará a cada um segundo as suas obras.
20:14 – Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo.
Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo: A Morte e o Inferno são inimigos de Deus, mas são dominados, utilizados e vencidos pelo Senhor. Existem vários sentidos ou contextos em que Jesus vence a morte e o inferno (a palavra grega aqui é hades – região dos mortos). No passado, ele a venceu na sua ressurreição (Atos 2:24-31; Romanos 6:9; 2 Timóteo 1:10). No presente, os servos fiéis participam da vitória sobre a morte (Romanos 8:2,38-39; Hebreus 2:15; 1 João 3:14). No futuro, a morte é o último inimigo a ser vencido (1 Coríntios 15:26). Aqui, em relação à guerra do dragão e suas bestas contra os santos, a morte e o inferno são derrotados e lançados no lago de fogo.
Esta é a segunda morte, o lago de fogo: O vencedor é isento desta morte (2:11; 20:6). Ele participa da vida que há em Cristo Jesus. O lago de fogo já foi representado como lugar de castigo perpétuo (20:10).
20:15 – E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo.
E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo: Não há menção de nenhum justo diante do trono nesta cena. Tudo indica que este julgamento é limitado aos servos da besta. Nenhum deles será achado no Livro da Vida, onde estão escritos os nomes dos adoradores do Senhor. Os ímpios, aqueles que se submetiam à besta, são lançados no lago de fogo. Participam da segunda morte. Ainda existe o Livro da Vida. Há esperança, ou melhor, há segurança para os servos fiéis que não se prostraram diante da besta. Esta cena de julgamento diante do grande trono branco complementa a figura dos santos vitoriosos no início do capítulo. Se os adoradores da besta gozavam de alguma vantagem durante um período curto nesta vida, os adoradores do Senhor têm a garantia da vantagem final e eterna. Que consolação!
Conclusão
As almas debaixo do altar pediram a vingança divina. Deus prometeu que julgaria os perseguidores, mas na hora por ele determinada. Nos capítulos 18, 19 e 20, ele mostrou a sua fidelidade por meio de visões de julgamento e castigo. A meretriz Babilônia, a besta do mar, a besta da terra (o falso profeta), o dragão e todos os seus colaboradores foram julgados. No final dessa história, somente os servos fiéis ao Cordeiro podem ficar. E para esses fiéis – aqueles que têm os nomes escritos no Livro da Vida – ainda resta a promessa da glória eterna na presença do Senhor. Vitória absoluta e total!

domingo, 27 de maio de 2012

Salmo 159 – A palavra de Deus é espada de dois gumes

Aquele que proclama a Cristo como Senhor e salvador dos homens está com os altos louvores de Deus em sua garganta. Falar de Cristo aos homens é o mesmo que ter a espada de dois fios nas mãos "Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração" ( Hb 4:12 ).
1  LOUVAI ao SENHOR. Cantai ao SENHOR um cântico novo, e o seu louvor na congregação dos santos. 2  Alegre-se Israel naquele que o fez, regozijem-se os filhos de Sião no seu Rei. 3  Louvem o seu nome com danças; cantem-lhe o seu louvor com tamborim e harpa. 4  Porque o SENHOR se agrada do seu povo; ornará os mansos com a salvação. 5  Exultem os santos na glória; alegrem-se nas suas camas. 6  Estejam na sua garganta os altos louvores de Deus, e espada de dois fios nas suas mãos, 7  Para tomarem vingança dos gentios, e darem repreensões aos povos; 8  Para prenderem os seus reis com cadeias, e os seus nobres com grilhões de ferro; 9  Para fazerem neles o juízo escrito; esta será a glória de todos os santos. Louvai ao SENHOR.

Introdução
Tornou-se consenso que louvar a Deus é entoar uma melodia harmoniosa e ritmada com um conteúdo sacro. Seria este o louvor que Deus requer dos homens?
Se observarmos os elementos que constituem as poesias dos salmos, vê-se que a rima e o ritmo são ausentes e, o que se tem é uma cadencia de ideias relacionadas regidas por asserções (afirmações) simples.
Apesar de os salmos serem empregados como componente litúrgico, eles vão além de uma oração cantada e acompanhada de instrumentos musicais, pois o valor dos salmos não está nos canticos, instrumentos ou na melodia.
É de conhecimento que os salmos possuem uma estrutura que estabelece uma ‘rima’ de pensamentos, ideias, nunca de sons, ritmo ou rima, e tal estrutura é denominada paralelismo. Dos paralelismos mais conhecidos temos:
a) Paralelismo Sinônimo – A segunda asserção repete o pensamento da primeira, porém, utiliza-se de termos diferentes. Ex: "Ao SENHOR pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam" ( Salmo 24.1 );
b) Paralelismo Antitético – A segunda asserção contrasta a ideia da primeira. Ex: "Pois o Senhor conhece o caminho dos justos; mas o caminho dos ímpios perecerá" ( Sl 1:6 );
c) Paralelismo Sintético – A segunda asserção enfatiza o estipulado pela primeira. Ex: "Não te furtes a fazer o bem a quem de direito, estando na tua mão o poder de fazê-lo" ( Pv 3:27 );
d) Paralelismo Climático - A segunda asserção faz uso de palavras da primeira asserção e complementa a ideia. Ex: “Tributai ao SENHOR, filhos de Deus, tributai ao SENHOR glória e força” ( Sl 29:1 );
e) Paralelismo Emblemático – A primeira asserção estabelece um comparativo que ilustra a segunda asserção. Ex: "Como água fria para o sedento, tais são as boas-novas vindas de um país remoto" ( Pv 25:25 ).
Os diversos tipos de paralelismos são utilizados para compor ou evidenciar uma ideia, que geralmente constitui uma instrução, uma profecia, uma repreensão, um exemplo, etc., ao povo de Israel.

Análise das asserções
1  LOUVAI ao SENHOR. Cantai ao SENHOR um cântico novo, e o seu louvor na congregação dos santos.

O salmista convoca os santos a cantarem o louvor que pertence a Deus: o cântico novo. O louvor proveniente da congregação dos santos é denominado de cântico novo. Através do paralelismo sinônimo fica estabelecido que ‘tributar’ ao Senhor o cântico novo é o mesmo que ‘seu louvor’, sendo que o ‘cântico novo’ só é possível no ajuntamento solene dos santos.
Para compreendermos a ideia que consta do verso 1, é necessário analisar os versos que se seguem.

2  Alegre-se Israel naquele que o fez, regozijem-se os filhos de Sião no seu Rei.
Temos um paralelismo sinônimo, visto que a ideia da primeira asserção é repetida na segunda, porém, com termos diferentes. Através do princípio da identidade pertinente à lógica este salmo demonstra que ‘aquele que fez (criou) Israel’ é o ‘rei de Sião’.
Por associação, devemos questionar quem é o Rei de Sião? Ora, em primeiro lugar, Jerusalém é a cidade do grande Rei "Formoso de sítio, e alegria de toda a terra é o monte Sião sobre os lados do norte, a cidade do grande Rei" ( Sl 48:2 ); "Nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei" ( Mt 5:35 ). Em segundo lugar, o Filho de Davi, o Senhor Jesus Cristo é o grande Rei, pois foi o Pai quem o ungiu sobre o seu santo monte "Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o meu santo monte de Sião" ( Sl 2:6 ); “E, ouvindo eles isto, unânimes levantaram a voz a Deus, e disseram: Senhor, tu és o Deus que fizeste o céu, e a terra, e o mar e tudo o que neles há; Que disseste pela boca de Davi, teu servo: Por que bramaram os gentios, e os povos pensaram coisas vãs? Levantaram-se os reis da terra, E os príncipes se ajuntaram à uma, Contra o Senhor e contra o seu Ungido. Porque verdadeiramente contra o teu santo Filho Jesus, que tu ungiste, se ajuntaram, não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel; Para fazerem tudo o que a tua mão e o teu conselho tinham anteriormente determinado que se havia de fazer” ( At 4:24 -28).
Cristo também é nomeado de Senhor da glória, o Senhor que fez os mares e a quem a terra pertence "Levantai, ó portas, as vossas cabeças, levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória. Quem é este Rei da Glória? O SENHOR dos Exércitos, ele é o Rei da Glória. (Selá.)" ( Sl 24:9 -10).
Portanto, o profeta Davi insta com os filhos de Sião que se regozijem em Cristo, o grande Rei. Que se alegrem naquele que criou a Israel! Aqui é apresentado um dos aspectos da divindade de Cristo: Criador! Cristo é criador de todas as coisas “Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” ( Jo 1:2 -3); "Declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos, Jesus Cristo, nosso Senhor" ( Rm 1:4 ).
O profeta Jeremias faz alusão a Cristo como sendo o renovo justo da linhagem de Davi e, por ser rei, reinará ( Jr 23:5 ). Nos dias do renovo justo, Judá será salvo e o próprio Deus há de nomeá-lo: O Senhor Justiça Nossa "Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o seu nome, com o qual Deus o chamará: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA" ( Jr 23:6 ). Este é o mesmo posicionameno do escritor aos Hebreus ao interpretar o Salmo 45: "Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; Cetro de eqüidade é o cetro do teu reino" ( Hb 1:8 ). O que Deus diz do Filho? Deus chama o Filho de Deus, de modo que os eu reinado subsiste pela eternidade! ( Sl 24:1 -10).

3  Louvem o seu nome com danças; cantem-lhe o seu louvor com tamborim e harpa.
O cântico entoado a Cristo deve ser expressão do espírito, alma e corpo, a dança representa este aspecto do louvor. Que cantem o louvor de Deus com instrumentos musicais. Este verso remete à ordem de Davi: “BENDIZE, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome” ( Sl 103:1 ).

4  Porque o SENHOR se agrada do seu povo; ornará os mansos com a salvação. 5  Exultem os santos na glória; alegrem-se nas suas camas. 6  Estejam na sua garganta os altos louvores de Deus, e espada de dois fios nas suas mãos,
Neste verso vem expresso o motivo do cântico: - O Senhor se agrada do seu povo! Do verso temos a negativa: Deus não se agrada daqueles que não são o seu povo. Para ser o povo de Deus é necessário ter sido criado por Ele, conforme se lê: "Sabei que o SENHOR é Deus; foi ele que nos fez, e não nós a nós mesmos; somos povo seu e ovelhas do seu pasto" ( Sl 100:3 ), o que nos remete a asserção do verso 2: “Alegre-se Israel naquele que o fez, regozijem-se os filhos de Sião no seu Rei”.
Como o povo de Israel não confiou em Deus rejeitando que Deus lhes falasse, por receio de morrerem quando o monte Sinai começou a fumegar “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha. E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel” ( Ex 19:5 -6), esta profecia cumpre-se cabalmente na Igreja de Cristo, que é constituída a nação santa e o povo adquirido "Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" ( 1Pe 2:9 ).
O povo de Deus se constitui daqueles que foram agraciados com a salvação, ou seja, os mansos. Os mansos são bem-aventurados, pois adentraram no descanso do Senhor. São bem-aventurados porque aprenderam de Cristo que é manso e humilde de coração ( Mt 11:29 ). Os mansos constituem-se o povo de Deus, visto que estão ornados de salvação.
O povo de Deus é manso e santo, portanto, deve alegrar-se na glória recebida de Cristo "E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um" ( Jo 17:22 ; v. 9). Os santos do Senhor devem exultar porque adentraram no descanso (cama, repouso) prometido ( Hb 4:3 ).
É requisito imprescindível aos santos que os altos louvores de Deus estejam na garganta. O que isto significa? Que os altos louvores refere-se ao fruto dos lábios que professam a Cristo ( Hb 13:15 ). Diz do fruto dos lábios que Deus criou ( Is 57:19 ). Cristo, o Filho de Davi, é o cântico novo que Deus colocou nos lábios dos seus santos "E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação" ( Ap 5:9 ).
Através do paralelismo emblemático, o salmista estabelece que ‘os altos louvores de Deus’ compara-se a uma espada de dois fios nas mãos dos seus santos. É por isso que o apóstolo Paulo ao falar dos obreiros, recomenda que sejam aprovados, ou seja, que manejem bem a palavra da verdade "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade" ( 2Tm 2:15 ).
A espada de dois fios diz da espada do Espírito, das palavras de Cristo, que é espírito e vida "Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus" ( Ef 6:17 ; Jo 6:63 ), de modo que a Igreja de Cristo constitui-se de santos despenseiro do ministério do espírito  ( 2Co 3:6 e 8 ).
Aquele que proclama a Cristo como Senhor e salvador dos homens está com os altos louvores de Deus em sua garganta. Falar de Cristo aos homens é o mesmo que ter a espada de dois fios nas mãos "Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração" ( Hb 4:12 ).
Quando proclama Cristo como diz as Escrituras, os seus santos estão entoando louvores a Deus. Basta ao povo do Altíssimo batalhar pela Fé que uma vez foi dada aos santos que está adorando a Deus na beleza da sua santidade ( Jd 3). Basta desembainhar a espada do Espírito, manejando bem a palavra de Deus que o homem está adorando em espírito e em verdade.
O evangelho é salvação para todo que crê, portanto o cristão deve exultar com o evangelho. O cântico, o louvor, a exultação, a adoração do cristão não se firma em cânticos entoados durante a liturgia dos cultos, antes decorre do que professa acerca de Cristo. Os cânticos liturgicos expressam a alegria da alma do adorador e, se for uma composição segundo as Escrituras, estará anunciando Cristo aos homens, porém, o verdadeiro louvor restringe-se ao que o homem professa de Cristo com sua boca "A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo" ( Rm 10:9 ).
Todos que estão ligados à Videira verdadeira produzem muito fruto, ou seja, o fruto dos lábios que confessam a Cristo ( Hb 13:15 ). É através deste fruto que Deus é glorificado "Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos" ( Jo 15:8 ); "E todos os do teu povo serão justos, para sempre herdarão a terra; serão renovos por mim plantados, obra das minhas mãos, para que eu seja glorificado" ( Is 60:21 ); "Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém" ( 1Pe 4:11 ).
É inútil afinar instrumentos musicais; de nada serve fazer inúmeros ensaios musicais; não adianta estruturar um grande coral; nem tão pouco o gritar ‘aleluia’ e ‘gloria’, se o adorador não professar a Cristo como Senhor conforme diz as Escrituras ( Jo 7:38 ). Mas, se professar a Cristo segundo as Escrituras, nisto Deus é glorificado! O fruto consiste em confessar a Cristo com a boca, quando se crê com o coração ( Lc 6:45 ).

7  Para tomarem vingança dos gentios, e darem repreensões aos povos; 8  Para prenderem os seus reis com cadeias, e os seus nobres com grilhões de ferro; 9  Para fazerem neles o juízo escrito; esta será a glória de todos os santos. Louvai ao SENHOR.

Para encerrar o salmo enfatizando a pessoa de Cristo Jesus, o salmista profeticamente faz menção do Messias quando vindicar o seu reino dado pelo Pai (v. 7 e 9). Cristo como rei em toda a terra há de pisar o lagar da ira de Deus, conforme o descrito pelo profeta Isaias no capítulo 63, versos 1 à 6. Cristo atropelará os povos na sua ira, pois Ele é o braço do Senhor, que faz o que é aprazível ao Pai ( Is 62:5 ). Estes versos retratam o tempo em que Cristo será nomeado pelo Pai de 'Senhor Justiça Nossa' "Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará e agirá sabiamente, e praticará o juízo e a justiça na terra. Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o seu nome, com o qual Deus o chamará: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA" ( Jr 23:5 -6).
Como Deus prometeu ao Seu Filho as nações da terra por herança ( Sl 2:8 ; Mt 19:28 ), Cristo há de reger as nações com vara de ferro ( Sl 2:9 ). Nada do que foi predito por Deus falhará, pois Deus fará cumprir nos reis da terra e em seus nobres o juízo pré-estabelecido nas Escrituras (v. 9 ).

sábado, 5 de maio de 2012

A Carta à Igreja em Tiatira.

A Carta à Igreja em Tiatira
Satanás estava presente e ativo na Ásia quando Jesus enviou estas cartas às igrejas. Ele tinha sinagogas em Esmirna (2:9) e Filadélfia (3:9), e um trono em Pérgamo (2:13). Em Tiatira, ele tinha uma profetisa que incentivava as pessoas a conhecerem as “coisas profundas de Satanás”. Para servir a Deus num ambiente cheio da influência do diabo, o discípulo de Cristo teria que lutar e confiar em Deus, confiante da recompensa para os vencedores.
Ao Anjo da Igreja em Tiatira (2:18-29)
A igreja em Tiatira (18): A cidade de Tiatira estava situada no caminho entre Pérgamo e Sardes. Atualmente, chama-se Akhisar (significa “castelo branco”), na Turquia. Lídia, a primeira pessoa convertida por Paulo na Europa, era de Tiatira (Atos 16:14), mas não temos mais nenhuma informação sobre esta igreja. O que sabemos da igreja vem das referências no Apocalipse.
A cidade de Tiatira era conhecida pela produção de púrpura, uma tinta usada em tecidos (veja Atos 16:14), além de roupas, artigos de cerâmica, bronze, etc. Havia em Tiatira grupos organizados de artesãos e profissionais, semelhantes às associações profissionais de hoje, mas com elementos religiosos de influência pagã. Como as outras cidades da época, Tiatira teve seus templos e santuários religiosos, incluíndo templos aos falsos deuses Apolo, Tirimânios e Artemis (uma deusa chamada Diana pelos romanos – veja Atos 19:34) e um santuário a sibila (orácula) Sambate. A importância de figuras femininas na cultura religiosa de Tiatira pode ter facilitado o trabalho de Jezabel, a mulher que seduzia os discípulos e incentivava a idolatria e a prostituição.
O Filho de Deus (18): Esta expressão aparece somente aqui no Apocalipse. É comum no Novo Testamento, especial-mente nos livros de João, como descrição de Jesus Cristo. Os servos fiéis são descritos, também, como filhos de Deus (veja 21:7; 1 João 3:1,2,10; 5:2; João 1:12; etc.) Aqui, a expressão obviamente se refere a Cristo.
Olhos como chama de fogo (18): Jesus tem olhos poderosos e penetrantes (veja 1:14; Daniel 10:6).
Pés semelhantes ao bronze polido (18): Ele tem força para castigar e até esmagar os seus inimigos (veja 1:15; Daniel 10:6).

Jesus conhecia e elogiava as qualidades boas da igreja em Tiatira (19):
Obras/serviço/últimas obras mais numerosas do que as primeiras – A igreja em Tiatira era uma congregação ativa. Ao invés de esfriar, ela se tornou cada vez mais ativa no serviço a Deus. A fé que agrada a Deus é a fé ativa que se mostra pelas suas obras (Tiago 2:14-17). Os servos de Deus devem ser “sempre abundantes na obra do Senhor” (1 Coríntios 15:58), pois Deus nos criou para boas obras (Efésios 2:10).
Amor – O princípio fundamental na vida do cristão (Mateus 22:37-40). Faltava amor em Éfeso (2:4), mas Jesus viu esta qualidade boa em Tiatira.
Fé – Junto com as suas obras, os discípulos em Tiatira mostraram a sua fé. As pessoas podem ser identificadas conforme a sua fé. Há crentes e há incrédulos, e não pode existir comunhão entre os dois (2 Coríntios 6:14-15).
Perseverança – O bom solo produz fruto com perseverança (Lucas 8:15), uma qualidade freqüentemente incluída nas características que definem os servos de Deus (Colossenses 1:11; 2 Timóteo 3:10; 2 Pedro 1:6). A tribulação produz perseverança (Romanos 5:3-4; Tiago 1:3-4,12).

Jesus viu, também, problemas na igreja em Tiatira. Ele fez uma crítica severa:
Tenho, porém, contra ti... (20): O problema principal da igreja em Tiatira foi uma atitude tolerante em relação a uma falsa profetisa. É possível que a mulher realmente chamava-se Jezabel, mas é mais provável que Jesus tenha escolhido este nome por representar toda a maldade da mulher do rei Acabe no 9º século a.C. Ela teve uma influência terrível em Israel, conduzindo o povo à idolatria. A Jezabel de Tiatira agiu de maneira semelhante, seduzindo os cristãos às práticas de idolatria e prostituição (ou imoralidade sexual literal, ou impureza espiritual). Ela incentivou os servos de Deus a comerem coisas sacrificadas a ídolos, uma prática condenada que representa comunhão com os demônios (veja Atos 15:20,29; 1 Coríntios 10:20-22).
O problema da igreja foi a sua tolerância dessa falsa profetisa. O povo de Deus deve repreender e rejeitar falsos mestres (Efésios 5:11; Romanos 16:17-18; Gálatas 1:6-9; Tito 3:10-11). A igreja em Tiatira, possivelmente enfatizando o amor ao ponto de esquecer da pureza de doutrina, tolerava esta falsa mestra. Devemos sempre lembrar que a sabedoria de Deus é mais importante do que a paz com homens (Tiago 3:17; Mateus 10:34-38).
Dei-lhe tempo para que se arrependesse... (21): Jesus é longânimo e paciente (Romanos 2:4). Ele deu tempo suficiente para Jezabel se arrepender, mas ela não quis.
Eis que a prostro de cama...(22): Esta não é a cama da prostituição (ela já se deitava naquela cama de livre vontade), mas a cama de doença e sofrimento. Jesus forçaria esta mulher e seus cúmplices a se deitarem na cama de tribulação (veja Mateus 8:14; 9:2).
Matarei os seus filhos (23): Pode ser que ele se refere literalmente aos filhos da profetisa, mas a palavra “filho”, freqüentemente, se refere às pessoas que seguem o ensinamento ou o exemplo de alguém. Assim, os descendentes de Abraão são aqueles que praticam as mesmas obras (João 8:39) e os filhos do diabo são aqueles que imitam as obras dele (João 8:44). Da mesma maneira, é provável que os filhos de Jezabel sejam aqueles que seguem os ensinamentos e praticam as obras dela. Se não se arrependerem, Jesus mataria os malfeitores.
Todas as igrejas conhecerão... (23): O castigo divino tem vários propósitos. Um destes, obviamente, é o castigo dos culpados. Neste caso, Jesus prometeu matar as pessoas que praticaram a idolatria e a prostituição, caso não se arrependessem. Mas há um segundo motivo atrás deste castigo. A morte de alguns serviria de alerta para outros. As igrejas entenderiam que Jesus realmente sabe de tudo que acontece, e que ele julga retamente segundo as obras de cada um. Observamos a importância da disciplina divina para deter o pecado dos outros. Veja alguns exemplos: Acã (Josué 7; 22:20); Ananias e Safira (Atos 5:11); A correção pública de pecadores (1 Timóteo 5:20). Nós devemos aprender as lições dos pecados do passado, e considerar as conseqüências da desobediência.

Na última parte desta carta, Jesus oferece encorajamento aos cristãos em Tiatira.
O encorajamento aos demais de Tiatira (24): Ele já falou sobre os filhos de Jezabel. Agora ele encoraja os outros, os discípulos fiéis que não aceitam a doutrina dela e não participam do conhecimento das “coisas profundas de Satanás”. Algumas pessoas não buscavam as “profundezas de Deus” (1 Coríntios 2:10) pois queriam conhecer as profundezas do diabo. Pode ser uma referência à busca de conhecimento profundo (mas não da revelação da palavra de Deus) típica dos gnósticos.
Outra carga não jogarei... (24-25): Manter a pureza no meio da influência negativa em Tiatira e sob pressão de falsos ensinamentos como o de Jezabel já seria difícil. Jesus não exigiria mais do que isso. Ele não permite que seus servos sejam tentados além de suas forças (1 Coríntios 10:13).
Ao vencedor (26): O vencedor é aquele que guarda as obras de Cristo até ao fim. Novamente, ele destaca a necessidade da perseverança, mesmo quando enfrentamos tribulações.
Autoridade sobre as nações (26-27): Os cristãos perseguidos foram vítimas da maldade dos homens poderosos deste mundo, até do poder do governo. Mas os vencedores dominariam sobre as nações com o poder do Ungido de Deus (compare a linguagem deste texto com Salmo 2:8-9). Jesus daria aos fiéis o privilégio de participarem deste vitorioso reino messiânico (veja 5:9-10; Romanos 5:17; Efésios 2:6).
A estrela da manhã (28): Jesus é a estrela da manhã (22:16; veja 2 Pedro 1:19). Qual maior recompensa para o vencedor do que chegar ao eterno dia iluminado para sempre pela luz de Jesus?
Quem tem ouvidos, ouça (29): Como nas outras cartas, Jesus encerra esta com um apelo aos ouvintes. Prestem atenção!

quarta-feira, 25 de abril de 2012

O Que É Libertação?

O Que É Libertação?
O que é Libertação?

A palavra LIBERTAÇÃO vem do grego "sotero" e significa "livramento, salvação" . Em João 10:10, a palavra do Senhor diz que: " O ladrão (diabo) veio para matar, roubar e destruir", mas Jesus, o Rei dos Reis, o Senhor dos Senhores, o Alfa, o Omega, o Todo Poderoso, o Majestoso, o Cordeiro de Deus, o Príncipe da Paz, veio para SALVAR, LIBERTAR e RESTAURAR. As obras de Jesus e do Diabo são obras antagônicas.

O objetivo de satanás na terra é o de matar, roubar e destruir as pessoas. Ele é perspicaz, inteligente, conhecedor da Palavra de Deus, usa e usará de todas as estratégias malignas para impedir que as pessoas sejam salvas, libertas e restauradas.

No livro "A Batalha Final" o autor Rick Joyner relata de uma maneira clara e ao mesmo tempo assustadora, sobre a revelação que ele recebeu sobre como o exército de satanás e suas hostes malignas atuam, principalmente sobre o povo de Deus, e não há como contestar a seguinte realidade:

ORGULHO, RETIDÃO PRÓPRIA, AMBIÇÃO PESSOAL,
JULGAMENTO INJUSTO, INVEJA, TRAIÇÃO, ACUSAÇÃO, FOFOCA,
CALÚNIA, CRÍTICA, REJEIÇÃO, AMARGURA, IMPACIÊNCIA,
FALTA DE PERDÃO, COBIÇA DEPRESSÃO, ETC.

São bandeiras levantadas pelas hordas do inferno e não levantadas por Deus.

Quem precisa ser Liberto?
Todos, seria a resposta mais correta, porque a Palavra de Deus diz em I João 1:8-10: "Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós." E completa em I João 3:8-9 " Quem comete o pecado é do diabo, porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo. Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado, porque a sua semente permanece nele e não pode pecar porque é nascido de Deus"

Se partirmos do princípio de que todo homem à partir da queda original carrega a natureza adâmica, por isso é propenso ao mal, já seria o suficiente para dizer que ele necessita ser liberto, porque o pecado nos traz cativos ao diabo.

Existem três níveis de libertação:
1. Libertação do nosso espírito no momento em que nascemos de novo (só feita pelo Espírito Santo) – ver Efésios 2:1-3 e João 3:6
2. Libertação da alma - ver Hebreus 12;1 e I Coríntios 10:4-5
3. Libertação de enfermidade física - ver Lucas 13:10-17

O Pr. Alcione Emerich, em seu livro "Maldições, o que a Bíblia diz a respeito" traz um esclarecimento muito interessante, que vale à pena comentar:

"A cruz é o centro de tudo. Também nela, Cristo levou todas as maldições:"Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar, porque está escrito: ´Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro ".(Gálatas 3:13). Se o texto em apreço está claro, quando diz que Cristo se fez maldição em nosso lugar, porque tratamos do tema: "quebra de maldições"? Para responder a esta pergunta, temos que considerar que há duas formas através das quais as pessoas concebem a cruz de Cristo.

- Um primeiro grupo tem uma visão imediatista: aceita que a obra de Cristo na cruz é plena e suficiente, e que, assim que o ímpio se entrega a Cristo, automaticamente passa a experimentar por completo toda a provisão do Calvário. Este grupo aceita que todo o conteúdo e todas as promessas da cruz são automaticamente imputados sobre o crente no momento da conversão.
- Um outro grupo tem a visão apropriativa (processual): Este grupo também aceita que toda a obra do Calvário é plena e suficiente, mas descrê sobre o fato de que o crente no momento em que aceitou a Cristo passe a experimentar concretamente toda provisão e promessas contidas na cruz. Crê que no momento da conversão o neoconverso passa a experimentar a provisão de Cristo na cruz, mas não de forma plena. O estudo da Palavra e a apropriação das promessas serão fundamentais no processo de experimentação da obra vicária de Cristo. Eu particularmente, tenho seguido a "visão apropriativa da cruz". Os pecados da humanidade já foram levados para a cruz, mas o homem precisa apropriar-se disso (confessando) para ser perdoado. Nossas enfermidades já foram levadas na cruz, mas precisamos nos apropriar disso. Da mesma forma as maldições. Cristo já as levou na cruz e necessitamos nos apropriar disso. Essa tomada de posse é chamada por Derek Prince de "transitar do legal para o experimental". O fato é que muitos crentes estão na mais completa ignorância quanto ao que Cristo fez por eles na cruz. Cristo levou seus pecados, mas vivem solapados pela culpa. Já levou suas enfermidades, e seus corpos estão sendo constantemente assediados por doenças diversas. No que tange à maldição, a mesma coisa. O profeta disse: Portanto, o meu povo será levado cativo, por falta de entendimento (Isaias 5:13). Prince diz ainda: "Se nós permanecermos ignorantes, será nosso o custo. Perderemos muito de toda a provisão que Deus nos oferece através do sacrifício da morte de Jesus na cruz". A ignorância nos fará pagar um alto preço, já que Deus nos faz responsáveis por tudo aquilo que deixou escrito em sua Palavra. Quantas vezes o diabo tem nos impedido de enxergarmos as promessas de Deus para nós, e passamos a viver como miseráveis! O apóstolo Paulo escreveu: "Bendito o Deus Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo".(Efésios 1:3). O texto está claro: Deus nos abençoou com todas as bênçãos. Fico a pensar se pelo menos uma boa parte dos crentes espalhados pelo mundo tem ao menos 50% dessas bênçãos. É bem provável que não. Mas, qual é o problema? O problema é que o apóstolo diz que as bênçãos estão nos lugares celestiais. É necessário que aprendamos meios eficazes dentro da Palavra de Deus, para transportarmos o que é nosso dos lugares celestiais para o mundo material. A confissão apropriativa é com certeza um das formas que Deus providenciou para isso, para experimentarmos em nossa vida os benefícios que foram alcançados para nós. O reformador francês, João Calvino, parece ter a mesma opinião quanto à necessidade da apropriação das promessas: "Já salientei que Cristo não deixou inacabada nenhuma parte da obra da nossa salvação; mas não devemos inferir disso que já possuímos todos os benefícios obtidos por ele para nós, pois... com verdade: "... em esperança, somos salvos " (Rm 8:32), " ainda não se manifestou o que haveremos de ser" (I João 3:2). Nesta vida atual desfrutamos de Cristo à medida em que o abracemos por meio das promessas."

O Pr. Alcione completa: Que fique claro o fato de que a boa obra de Cristo na cruz é plena, suficiente e nada pode ser acrescentado; mas, de igual forma, o crente deve ter ciência de que pela importância e crucialidade dessa obra, o diabo fará de tudo para que o cristão não enxergue e muito menos desfrute com profundidade aquilo a que tem por direito.

Crente pode ficar endemoninhado?
Este também é outro assunto que causa polêmicas e controvérsias, mas nosso objetivo aqui não é trazer um fórum de discussões sobre o assunto, e sim, trazer à luz da Palavra de Deus (Bíblia Sagrada), esclarecimentos dentro daquilo que já pesquisamos sobre o assunto. "O crente pode ou não ficar endemoninhado?"

No livro "Batalha Espiritual" de Matiko Yamashita, a autora esclarece que endemoniamento significa "ter demônios". No grego "Daimonizomai ou Daimonozomenai". Na antropologioa e na sociologia, costuma-se usar a palavra possessão, com o significado de incorporação. A possessão integral do homem, espírito, alma e corpo, só Deus pode possuí-lo. Os demônios atuam mais na alma (mente e emoção) e no corpo físico visando a destruição do espírito humano. As pessoas endemoniadas são irritadas e nervosas, pois eles atuam diretamente no sistema nervoso.

Na visão dada a Rick Joyner ele vê os demônios montados nas costas dos crentes, fazendo-os de cavalo. (Livro "A Batalha Final"). Não vai muito longe essa verdade, que até mesmo a expressão usada pelos umbandistas é que "fulano é cavalo do guia tal", ou seja, o guia tal, monta, desce, incorpora, no fulano. E você pode até dizer: Mas isso acontece com quem dá legalidade dentro de um centro espírita, e aqui estamos falando de crentes!!!. E te respondo amado(a): Quando damos vazão ao ódio, à inveja, à calúnia, à fofoca, à amargura, ao orgulho, à ambição, à traição, e tantos outros sentimentos e atitudes negativas, que não são enviados por Deus, é como se no reino do espírito abríssemos uma porta e disséssemos ao diabo: - Entra, a casa é toda sua. E ele monta nas nossas costas e faz a festa, essa é a verdade. Não podemos mais usar máscaras! Estamos nos finais dos tempos, a volta do Senhor Jesus é mais do que eminente, e não podemos achar que porque sou crente não estou sujeito a opressões demoníacas. O diabo quer mesmo é destruir o exército de Deus, então ele vai atacar a nós, crentes que somos o exército inimigo dele!

O que determina a necessidade de Libertação?
Para sabermos o que determinará a necessidade de passarmos por um processo de libertação, devemos considerar as seguintes questões:
- Discernimento de Deus.
- Pessoas que vieram do espiritismo.
- Pessoas que tiveram profundo envolvimento com sexo ilícito.
- Persistência deliberada na prática de um determinado pecado.
- Compulsão.
- Traumas e complexos dos mais diversos.
- Vítimas de trabalho de macumba.
- Ancestrais profundamente envolvidos no pecado.
- Pessoas consagradas a santos e demônios desde crianças.
- Pessoas que voluntária ou involuntariamente foram incorporadas por espíritos.
- Pessoas que possuem um grande número de sintomas de opressão

Como o Ministério de Libertação pode ajudar você ?
Nossa proposta, objetivo e chamado na obra do Senhor Jesus Cristo, é justamente sermos um canal que possa orientar as pessoas e ajudá-las a serem libertas dos cativeiros em que se encontram. É fundamental que você tenha plena consciência de que as atitudes que você teve antes da sua conversão ou que você não tenha conseguido se livrar delas mesmo após a conversão, são pecados que afastaram ou continuam impedindo que você tenha uma vida de plena comunhão com o Senhor. Às vezes nos pegamos com determinados pensamentos ou reações que nós mesmos assustamos. E logo questionamos à Deus: Senhor porque não consigo me livrar disso se tenho levado uma vida de retidão, uma vida de oração, na medida do possível tenho buscado produzir bons frutos, mas porque ainda essas coisas do velho homem? Porque??? Existem aqueles que foram criados em lares evangélicos, receberam uma base tremenda em sua estrutura psicológica e emocional que foi a Palavra de Deus, mas porque tem tanta tendência ao pecado? Porque sentem uma vontade incontrolável de desfrutar as coisas do mundo, mesmo sabendo que estarão mergulhando no mais profundo abismo? Tudo isso você precisará se conscientizar. É como se você literalmente se colocasse diante do Trono de Deus e dissesse: Pai, aqui estou, preciso mais do que nunca o Senhor me sonde e me mostre quais áreas da minha vida tem me mantido(a) cativo(a) ao diabo. Quero e preciso ser liberto(a). Não suporto mais conviver com todos os pecados que tenho praticado.

No livro "Batalha Espiritual" de Matiko Yamashita, a autora esclarece que endemoniamento significa "ter demônios". No grego "Daimonizomai ou Daimonozomenai". Na antropologioa e na sociologia, costuma-se usar a palavra possessão, com o significado de incorporação. A possessão integral do homem, espírito, alma e corpo, só Deus pode possuí-lo. Os demônios atuam mais na alma (mente e emoção) e no corpo físico visando a destruição do espírito humano. As pessoas endemoniadas são irritadas e nervosas, pois eles atuam diretamente no sistema nervoso. ( Veja o estudo Compreendendo as Realidades Espirituais ).

Veja bem amado(a), eu tenho plena certeza de que Deus, olhará a intenção sincera de seu coração e te responderá. Depois disso é só você se dispor a praticar o que está em Apocalipse 2:5a "Lembre-te, pois, de onde caíste e arrepende-te, e pratica as primeiras obras" e caso queira nos procurar, estaremos dispostos a te atender e socorrer.

Temos vários estudos esclarecedores, que poderão te ajudar tremendamente. E caso você queira, se cadastre no formulário abaixo e estaremos orando por você.

Para sua reflexão e atitude !!!
Um homem foi atropelado e não recebeu socorro da pessoa que o atropelou, e as pessoas que passavam pela rua correram para ajudá-lo, e ele gritava:
Por favor, não me levem para o Hospital! Por favor, não me levem para o Hospital!
As pessoas espantadas perguntam: Porque não podemos te levar para o Hospital?
E o homem com uma voz suplicante respondeu: Eu faço parte do quadro de funcionários do hospital e seria muito embaraçoso me verem nesse estado. Jamais fiquei desse jeito, sujo e sangrando. Eles sempre me vêem limpo e sadio. Olhem para mim agora!
Mas o hospital é para pessoas como você. Não podemos chamar uma ambulância? Não, Não, por favor. Eu fiz um curso de segurança para os pedestres e o instrutor me criticaria por ter sido atropelado.
Mas você se incomoda com o que o instrutor pensa? Você precisa de tratamento. Há também outras razões, falou o homem. A encarregada das admissões ficaria aborrecida, pois eu não anotei a placa do carro que me atropelou e também eu estou sem meus documentos. Mas que diferença isso faz? Não, não. Eles lá não admitem ninguém sem o cartão do seguro. Por favor, me deixem aqui mesmo na calçada. Eu dou um jeito. Eu fui culpado por ter sido atropelado. Porque as enfermeiras teriam que sujar seus uniformes por minha causa? Elas sem dúvidas me criticariam.

Depois de dizer essas palavras, o homem se rastejou até a sarjeta, enquanto todos ficaram olhando para ele. Talvez tenha conseguido escapar. Talvez não. Talvez ainda esteja tentando parar o sangue.

Essa história parece estranha e ridícula? Mas poderia acontecer com qualquer um de nós. Poderia acontecer com você. Quantos foram atropelados pela rejeição, pelo medo, pela amargura, pelo ódio, pelo vício e necessitam de cuidados especiais, mas não querem se expor porque as pessoas veriam suas fraquezas, veriam a sua alma sangrando, suas vestes espirituais sujas?

Amados, a igreja é lugar para os atropelados, para os que estão sangrando, para os ganhadores, para os perdedores, para os sadios, para os doentes, para os feridos e para os sãos. Para os que estão cativos. E os que estão libertos. A igreja é o nosso lugar. Não importa a sua condição. Se você foi atropelado grite:
Por favor, me levem pra Igreja!
Por favor, me levem pra Igreja!
Por favor, me levem pra Igreja!

O Senhor vai sarar tuas feridas, tuas dores, Ele vai te curar, te libertar e te restaurar.
No amor de Yeshua!

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Palavras Fiéis e Verdadeiras (Apocalipse 22:6-21)

Palavras Fiéis e Verdadeiras (Apocalipse 22:6-21)
O livro do Apocalipse contém uma série impressionante de visões usadas por Jesus para comunicar verdades importantes e confortantes aos seus servos. A mensagem deste livro fala principalmente aos cristãos da Ásia Menor no final do primeiro século, mas oferece, também, consolação e confiança aos servos de Deus de todas as épocas e em todos os lugares.
Os últimos parágrafos do livro, considerados nesta lição, encerram a revelação dada a João e frisam, de várias maneiras, a relevância e veracidade da mensagem. O Apocalipse, como as outras Escrituras, tem a assinatura do Senhor!
22:6 – Disse-me ainda: Estas palavras são fiéis e verdadeiras. O Senhor, o Deus dos espíritos dos profetas, enviou seu anjo para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer.
Disse-me ainda: Estas palavras são fiéis e verdadeiras: “Fiel” e “verdadeiro” são palavras repetidas no livro, do começo ao fim, para destacar a confiabilidade da fonte e da mensagem em si. Jesus é “Fiel e Verdadeiro” (19:11) e “a testemunha fiel e verdadeira” (3:14; cf. 1:5; 3:7). Por isso, as palavras dele “são fiéis e verdadeiras” (21:5; 22:6).
O Senhor, o Deus dos espíritos dos profetas, enviou seu anjo para mostrar aos seus servos: Todo o peso da autoridade divina está atrás destas palavras confiáveis, enviadas para consolar os discípulos. Deus usa profetas e anjos para revelar a sua palavra aos seus servos (cf. 1:1).
As coisas que em breve devem acontecer: As mesmas palavras encontradas no início do livro (1:1) aparecem aqui no fim dele. Jesus abre e encerra esta revelação com os mesmos limites de tempo, assim exigindo que alunos reverentes procurem entender o livro inteiro no contexto da igreja primitiva. Mesmo se não conseguirmos identificar o cumprimento detalhado de todas as profecias, podemos confiar na “Fiel Testemunha” quando diz a João e outros cristãos do primeiro século que estas coisas iam acontecer “em breve”.
22:7 – Eis que venho sem demora. Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro.
A vinda do Senhor sempre envolve dois aspectos: Œ A salvação dos seus servos, e  O castigo dos rebeldes e ímpios. Deus já veio, muitas vezes, em julgamentos de nações para resgatar e proteger os inocentes. Aqui, Jesus estava pronto para vir e julgar os perseguidores romanos e proteger os inocentes e fiéis. Para confortar aqueles que enfrentariam essas tribulações, ele promete chegar sem demora.
Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro: Esta é a sexta das sete bem-aventuranças no livro (veja a lista na lição 3). Muitas vezes, usamos a palavra profecia no sentido restrito de predições sobre acontecimentos futuros. O significado da palavra, porém, é bem mais abrangente, e fala de revelação divina transmitida diretamente ao homem. O trabalho principal dos profetas bíblicos foi de chamar o povo à obediência, e João não é exceção. A profecia do Apocalipse incentiva os leitores a adorarem o Senhor e a resistirem ao diabo e aos seus aliados. Não é apenas um livro informativo, mas uma mensagem extremamente prática. As instruções do livro foram escritas para serem obedecidas.
22:8-9 – Eu, João, sou quem ouviu e viu estas coisas. E, quando as ouvi e vi, prostrei-me ante os pés do anjo que me mostrou essas coisas, para adorá-lo. 9 Então, ele me disse: Vê, não faças isso; eu sou conservo teu, dos teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus.
Eu, João, sou quem ouviu e viu estas coisas: Este apóstolo não se identifica, por nome, e nenhum dos outros livros a ele atribuídos, mas esta é a quarta vez que se identifica como o mensageiro humano usado na transmissão do Apocalipse. Mesmo assim, esta citação mostra que não se identifica por motivo de orgulho, e sim, como maneira de assumir responsabilidade pelo que fez. Ele escreveu as coisas que Jesus revelou. Também falhou, como diz o resto deste versículo, e não fugiu do seu erro.
E quando as ouvi e vi, prostrei-me ante os pés do anjo que me mostrou essas coisas, para adorá-lo....Adora a Deus: A mesma coisa relatada em 19:10 (veja os comentários na lição 30). Alguns comentaristas acreditam que seja simplesmente um segundo relato do mesmo episódio. Se aconteceu uma ou duas vezes, a lição dos dois relatos é a mesma. Somente Deus merece adoração.
22:10 – Disse-me ainda: Não seles as palavras da profecia deste livro, porque o tempo está próximo.
Disse-me ainda: Não seles as palavras da profecia deste livro, porque o tempo está próximo: O anjo acrescenta uma instrução e uma explicação interessantes. A ordem de não selar a mensagem oferece um contraste com a instrução dada a Daniel quando recebeu uma visão referente aos reinos helenistas que viriam menos de 400 anos depois: “Preserva a visão, porque se refere a dias ainda mui distantes” (Daniel 8:26).
As explicações das duas ordens (dadas a Daniel e a João, respectivamente), mostram os motivos. A visão de Daniel falou do futuro distante, e, por isso, foi preservada ou selada. O Apocalipse, porém, falou de coisas que iam acontecer logo depois de João recebê-lo. Este contraste apóia fortemente a interpretação adotada ao longo do nosso estudo. Se menos de 400 anos foram dias “mui distantes”, os dias próximos e as coisas que iam acontecer em breve, do ponto de vista de João, não poderiam vir milhares de anos depois, como muitos ensinam hoje. As interpretações que colocam o cumprimento do Apocalipse ainda no futuro desrespeitam as palavras do próprio livro.
22:11 – Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se.
Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo: A profecia foi escrita para ser obedecida (22:7) e os sinais foram dados como alertas aos ímpios. Eles, porém, não se arrependeram (9:20; 16:9,11,21). Agora, só resta o cumprimento das profecias e o juízo dos injustos.
E o santo continue a santificar-se: Os fiéis, aqueles que têm ouvidos, ouvem e seguem as instruções do livro para se manterem santificados. Para estes, a vinda de Jesus trará alívio, vitória, e glória.
22:12 – E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras.
E eis que venho sem demora: Jesus declara a iminência de sua vinda pela segunda de três vezes neste capítulo. Cada vez, a vinda dele é ligada ao consolo ou à recompensa dada aos fiéis.
E comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras: Para os servos preparados, o Dia do Senhor é sempre bem-vindo. Enquanto a palavra traduzida galardão freqüentemente representa um prêmio ou salário desejado (cf. Lucas 6:35), pode ser, também, o salário do pecado (cf. 2 Pedro 2:13,15). A menção das duas categorias no versículo 11 sugere esta possibilidade. Entendido desta maneira, o versículo 12 falaria a respeito da mesma distinção entre os justos e os ímpios encontrada em 11:18; 21:7-8; etc.
22:13 – Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim.
Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim: Já observamos o significado destas afirmações nos comentários sobre 1:8 e 21:6. Jesus fala com autoridade, porque é capaz de cumprir as suas promessas.
22:14-15 – Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras [no sangue do Cordeiro], para que lhes assista o direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas. 15 Fora ficam os cães, os feiticeiros, os impuros, os assassinos, os idólatras e todo aquele que ama e pratica a mentira.
Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras: A última das bem-aventuranças do livro. Os colchetes indicam uma questão sobre o texto original. Como normalmente é o caso, a dúvida sobre esta frase (no sangue do Cordeiro) não apresenta nenhuma dificuldade doutrinária. Outros textos mostram claramente que é o sangue do Cordeiro que nos purifica (7:14; Romanos 5:9; Efésios 1:7; Hebreus 9:14).
Para que lhes assista o direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas: Purificados pelo sangue, os abençoados ganham acesso à árvore da vida e entrada pelas portas da cidade. As portas descritas no capítulo 21 representaram o povo de Deus, que tem acesso por meio de Jesus (cf. João 10:9; Mateus 7:14).
Fora ficam os cães, os feiticeiros, os impuros, os assassinos, os idólatras e todo aquele que ama e pratica a mentira: Se não entrar pelas portas, não passará pelas muralhas altas da cidade! Os ímpios não têm lugar na cidade santa. Cães, na Bíblia, não eram animais de estimação. Eram animais imundos e desprezados, usados várias vezes para representar pecadores e a sujeira do seu erro (Salmo 22:16; Mateus 7:6; Filipenses 3:2).
22:16 – Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas às igrejas. Eu sou a Raiz e a Geração de Davi, a brilhante Estrela da manhã.
Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas às igrejas: Aqui no fim do livro, Jesus reforça dois fatos importantes da introdução: Œ A mensagem vem do próprio Jesus; e  Foi dirigida às igrejas – especificamente as sete citadas no início do livro (1:4,11,20; capítulos 2 e 3).
u sou a Raiz e a Geração de Davi: O Leão, o único digno de abrir os selos e revelar o mistério de Deus (5:5).
A brilhante Estrela da manhã: Na carta à igreja de Tiatira, Jesus prometeu dar a estrela da manhã, representando toda a esperança e otimismo que vêm com a presença de Deus, aos vencedores (2:28). Agora, ele assume a mesma descrição como mais uma maneira de se identificar. É somente nele que temos esperança do amanhã, do novo e eterno dia onde a noite e as trevas não existem!
22:17 – O Espírito e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve, diga: Vem! Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida.
O Espírito e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve, diga: Vem!: Deus e o povo dele estendem o convite aos outros. Deixem a imundícia e venham! Afastem-se da Babilônia (18:4). Entrem pelas portas da cidade santa. Até as últimas linhas do Apocalipse, as Escrituras apresentam a mensagem do amor de Deus e do seu desejo de salvar os homens (João 3:16; 2 Pedro 3:9). A noiva, a igreja, oferece o mesmo convite. Nunca devemos esquecer desta missão importante da noiva de Cristo. Nós que somos cristãos não devemos sentir contentes em receber as bênçãos da comunhão com Deus; devemos divulgar as boas novas e convidar outros a participarem da mesma vida. A cidade santa é grande. Tem espaço para todos que deixam as suas iniqüidades para se tornarem utensílios úteis na casa de Deus.
Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida: A água da vida (cf. 22:1-2) é oferecida a todos os sedentos. E o preço já foi pago pelo sacrifício de Cristo. Qualquer um pode receber esta água de graça. De fato, não tem alternativa. Ninguém é capaz de pagar, por mérito próprio, o valor da vida (Efésios 2:8-9). Ainda devemos fazer boas obras (22:12; Efésios 2:10) e praticar a justiça (22:11), mas jamais teremos condições de saldar a dívida do pecado para merecer a salvação. Recebemos esta água de graça!
22:18-19 – Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; 19 e, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro.
Eu: Jesus já se identificou como a pessoa que fala neste trecho (22:16).
A todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro: O que ele dirá aqui é de aplicação geral – fala igualmente para os ouvintes na Ásia no primeiro século, na África no quinto século, na Europa no décimo século ou no Brasil no século XXI! Quem tem ouvidos, ouça!
Testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro: Mudar a palavra de Deus é um erro gravíssimo. Se alguém ousar acrescentar alguma coisa ao Apocalipse, sofrerá os castigos citados no livro. Se forem pragas literais e futuras, como muitos hoje afirmam, Jesus não teria como fazer esta afirmação, pois leitores no passado não sofreram, literalmente, estas pragas. Mas, quando entendemos a linguagem das pragas figuradamente, entendemos que Deus é capaz de castigar qualquer um em qualquer momento da história.
E, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro: Tirar alguma coisa da palavra de Deus é igualmente errado. A pessoa que faz isso perde a sua comunhão com Deus e sua participação das bênçãos dadas ao povo santo.
Estes dois versículos falam das profecias do Apocalipse, mas os mesmos princípios se aplicam a todos os livros da Bíblia. Nenhuma pessoa tem direito de acrescentar ou tirar quando se trata da palavra revelada por Deus. Moisés disse: “ Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que eu vos mando” (Deuteronômio 4:2; cf. 12:32). Agur disse: “Toda palavra de Deus é pura; ele é escudo para os que nele confiam. Nada acrescentarás às suas palavras, para que não te repreenda, e sejas achado mentiroso” (Provérbios 30:5-6). Considere, também, as advertências de 1 Coríntios 4:6; Gálatas 1:6-10 e 2 João 9.
22:20-21 Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente, venho sem demora. Amém! Vem, Senhor Jesus!  A graça do Senhor Jesus seja com todos.
Aquele que dá testemunho destas coisas: Jesus, a Fiel Testemunha (1:5), continua falando.
Certamente, venho sem demora: Pela terceira vez neste capítulo, Jesus promete cumprir estas profecias logo depois da revelação dada por meio de João.
Amém! Vem, Senhor Jesus!: João sente-se animado pela promessa e pela convicção que Jesus aliviará o sofrimento que virá sobre a igreja. Ele quer que Jesus venha logo! Mais uma vez, devemos entender este pedido no contexto da vinda de Jesus para salvar os santos oprimidos e trazer justiça contra os perseguidores romanos. Enquanto todo discípulo fiel deseja estar com Cristo eternamente (Filipenses 1:21-23; 2 Coríntios 5:1-8), entendemos que a demora do Senhor em trazer o julgamento final oferece oportunidade aos pecadores a se arrependerem (2 Pedro 3:9).
A graça do Senhor Jesus seja com todos: A saudação final do livro, e o desejo sincero de João para com todos os leitores e ouvintes.
Conclusão
Que livro poderoso! Jesus, o Senhor dos senhores e Rei dos reis comunicou aos seus servos a sua justiça, poder, compreensão e graça por meio de visões dramáticas dadas a João. Por meio destas mensagens ele certamente ofereceu consolo aos santos perseguidos pelo governo romano. E a afirmação do domínio absoluto do Senhor continua confortando os discípulos nos dias de hoje.
É, também, um livro altamente prático. Dele, aprendemos mais sobre como servir a Deus e como adorar o nosso Criador e Redentor.
Espero que este estudo tenha sido o começo, ou mais um passo, na sua jornada para compreender e apreciar as mensagens riquíssimas do Apocalipse.

terça-feira, 3 de abril de 2012

A Besta Emerge do Mar (Apocalipse 13:1-10)

A Besta Emerge do Mar (Apocalipse 13:1-10)
No capítulo 13, conhecemos os dois principais aliados do dragão. No estudo deste capítulo (esta lição e a próxima), devemos lembrar que a mensagem foi revelada aos cristãos do primeiro século, especificamente aos discípulos na Ásia que viviam sob o domínio romano. Ligando esta personagem com as profecias de Daniel, podemos ver o poder do governo romano para perseguir os santos. Na identificação desta besta e dos demais aliados, percebemos que o poder do diabo contra os cristãos que receberam o Apocalipse foi exercido por meio de forças humanas.
13:1 – Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças e, sobre os chifres, dez diademas e, sobre as cabeças, nomes de blasfêmia.
Vi emergir do mar: O mar, aqui, traz o mesmo significado de várias passagens do Velho Testamento. Ele representa as nações ou a sociedade humana. Em Salmo 65:7, o “rugir dos mares” é igual ao “tumulto das gentes”. Outras passagens usam a mesma linguagem: “Ai do bramido dos grandes povos que bramam como bramam os mares, e do rugido das nações que rugem como rugem as impetuosas águas!” (Isaías 17:12). “Mas os perversos são como o mar agitado, que não se pode aquietar, cujas águas lançam de si lama e lodo” (Isaías 57:20). “...a abundância do mar se tornará a ti, e as riquezas das nações virão a ter contigo” (Isaías 60:5). Jeremias falou do castigo da Babilônia, o poder imperial de sua época que dependia das nações que ela dominava: “Ó tu que habitas sobre muitas águas, rica de tesouros! Chegou o teu fim, a medida da tua avareza” (Jeremias 51:13). Quando povos sujeitos se rebelaram contra o império, a Babilônia foi inundada pelo mar: “Como se tornou Babilônia objeto de espanto entre as nações! O mar é vindo sobre Babilônia, coberta está com o tumulto das suas ondas.... porque o SENHOR destrói Babilônia e faz perecer nela a sua grande voz; bramarão as ondas do inimigo como muitas águas, ouvir-se-á o tumulto da sua voz” (Jeremias 51:41-42,55). Esta besta surge do mar. Ela acha sua base de poder nas nações, na sociedade dos ímpios. Observe o contraste entre este servo do diabo que sobe do mar, e o anjo forte de Deus que desceu do céu e ficou em pé sobre a terra e o mar (10:1-2).
Esse entendimento é apoiado pelo trecho do Antigo Testamento mais importante na interpretação da besta do mar – Daniel 7. A visão de Daniel começa com esta descrição: “Eu estava olhando, durante a minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o mar Grande. Quatro animais, grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar” (Daniel 7:2-3). Veremos mais sobre os quatro animais nos comentários sobre os próximos versículos. Por enquanto, precisamos observar que o mar, mais uma vez, representa as nações ou os povos, especialmente o mundo dos ímpios.
Uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças: O significado dos chifres e das cabeças será explicado em mais detalhes no capítulo 17. Podemos ver a força ou o poder da besta nos chifres, e a sua inteligência ou astúcia nas cabeças. Nesta descrição, já notamos a semelhança da besta com o dragão (12:3). O poder desta besta depende do diabo, o Adversário do povo de Deus.
Sobre os chifres, dez diademas: O dragão tem diademas sobre as sete cabeças. A besta tem diademas sobre os chifres, que serão identificados como reis que reinariam com a besta por pouco tempo (17:12).
Sobre as cabeças, nomes de blasfêmia: A besta é inimiga de Deus e do povo do Senhor. Exalta-se contra Deus com arrogância, mostrando nomes de blasfêmia e irreverência. Como as cabeças serão identificadas como reis (17:9), entendemos a arrogância de reis que se exaltam contra Deus, até aceitando a adoração como deuses. Veremos neste e nos próximos capítulos mais evidências que estes reis sejam imperadores romanos.
13:2 – A besta que vi era semelhante a leopardo, com pés como de urso e boca como de leão. E deu-lhe o dragão o seu poder, o seu trono e grande autoridade.
A besta que vi era semelhante a leopardo, com pés como de urso e boca como de leão: Este versículo ajuda a entender a aplicação principal do livro para os leitores originais. Esta descrição da besta do mar tem uma forte ligação, obviamente, com Daniel 7. Antes de continuar aqui, voltemos a observar alguns fatos importantes nessa profecia de Daniel, uma visão que o profeta teve no sexto século a.C., perto do final do império babilônico. Como na profecia anterior relatada em Daniel 2, esta falou de quatro reinos. Três destes reinos são identificados por nome em Daniel (comparando capítulos 2, 7 e 8): ➊ Babilônia, ➋ Medo-Pérsia, ➌ Grécia. O quarto reino não é chamado por seu nome, mas os outros detalhes das profecias e da história nos levam a conclusão de que seja ➍ Roma.
Daniel viu quatro animais subirem do mar. Entre outras características, ele descreveu traços de ➊ leão, ➋ urso, ➌ leopardo e ➍ um animal diferente, terrível e feroz com 10 chifres. Os quatro animais se levantaram numa sucessão, representando os quatro impérios já citados.
Eu acredito que Daniel e João viram os mesmos monstros, mas de pontos de vista bem diferentes. Quando João teve sua visão, a boa parte da mensagem de Daniel já havia sido cumprida. Os primeiros três reinos já haviam caído, e o quarto, Roma, dominava o mundo. Da perspectiva de João, uma única besta tinha características de todos os animais que Daniel viu mais de 600 anos antes. É como se o urso tivesse devorado o leão, assim incorporando alguns traços deste. Quando o leopardo devorou o urso, assumiu algumas características dos dois. Por último, o animal terrível e diferente devorou o leopardo, e passou a refletir algumas qualidades de todos os predecessores. Daniel viu os quatro animais como indivíduos. Ele disse que perderiam o seu domínio, mas que ainda viveriam por algum tempo (Daniel 7:12). João viu uma só besta com algumas características dos impérios anteriores. Continuam vivos porque fazem parte do quarto. Assim, João cita os mesmos animais do mais recente (o reino atual quando ele escreveu) ao mais antigo.
Daniel profetizou sobre os quatro reinos, mas enfatizou o estabelecimento do domínio do Senhor na época do quarto. Disse que o quarto reino, e especificamente o seu décimo rei, seria um reino blasfemador que perseguiria os santos “por um tempo, dois tempos e a metade de um tempo”, antes da vitória total dos “santos do Altíssimo” (Daniel 7:23-27).
A mensagem de João nos próximos capítulos é uma atualização e ampliação da profecia de Daniel. Ele não precisa falar sobre os primeiros três reinos, pois já passaram. Ele escreveu aos santos que viviam na época do quarto animal, a besta do mar, o império romano. Os cristãos que receberam o Apocalipse veriam logo o décimo rei se levantar contra os fiéis. Eles precisavam do consolo de saber que a profecia de Daniel não havia falhado, e que a vitória final viria logo depois da angústia iminente.
E deu-lhe o dragão o seu poder, o seu trono e grande autoridade: Há uma ligação fundamental entre o poder do império romano e o diabo. O poder do grande e irreverente perseguidor na terra vem de Satanás. O governo romano se tornou um instrumento na mão do dragão quando este foi pelejar com os descendentes da mulher (12:17). Nos aspectos espirituais de sua batalha, ele teve o apoio de seus gafanhotos e anjos. Na batalha terrestre, ele conta com o apoio do poder governante, o próprio império romano. Em qualquer situação, ele age na esfera limitada pelo domínio absoluto de Deus.
13:3 – Então, vi uma de suas cabeças como golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou, seguindo a besta;
Vi uma de suas cabeças como golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi curada: As cabeças são reis (17:9). Um dos reis foi golpeado de morte. Este golpe mortal atinge a besta (13:12) e seu poder de perseguir e destruir os santos. Considerando as cabeças como reis da besta ou império perseguidor, a morte de uma cabeça seria o fim da perseguição daquele rei, talvez pela morte do próprio imperador. Quando surgir um outro rei perseguidor, seria como a cura da ferida da besta. Como já comentamos que esta visão é explicada melhor no capítulo 17, veremos que cinco reis já caíram, e que João escreveu antes de emergir um oitavo rei “que procede dos sete” (17:11). A força perseguidora diminuiu, temporariamente, mas ainda surgiria com grande intensidade, como se fosse a ressurreição da cabeça opressora.
E toda a terra se maravilhou, seguindo a besta: Demonstrações de poder ganham a admiração do mundo. As pessoas podem ser persuadidas pela autoridade de líderes, governos, etc., ou podem simplesmente seguir por intimidação, por causa do medo do poder dos dominadores. O poder de realmente ressuscitar os mortos pertence a Deus, não ao diabo. Mas, ele pode enganar pessoas “com todo poder, e sinais, e prodígios de mentira” (2 Tessalonicenses 2:9-10). Neste caso, não precisa ressuscitar uma pessoa; ele apenas dá nova vida à causa do governo maligno na perseguição dos santos. O mundo acha que a besta ganhará, e se maravilha. Foi isso que aconteceu no intervalo antes da sétima trombeta. A besta mostrou seu poder e o mundo participou da festa. Infelizmente para eles, a festa não durou (11:7-13).
13:4 – e adoraram o dragão porque deu a sua autoridade à besta; também adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem pode pelejar contra ela?
E adoraram o dragão porque deu a sua autoridade à besta: Para o mundo, demonstrações de poder são provas do favor de um deus e, por isso, motivos para louvá-lo (Juízes 16:23-24). Qualquer vitória pode ser interpretada como evidência da impotência do “deus” do inimigo (Isaías 36:18-20). A besta recebeu seu poder do dragão, até dando nova vida ao poder perseguidor. O mundo admira tal poder e adora o dragão.
Também adoraram a besta: A própria besta, o governo romano, recebe a adoração do povo.
Quem é semelhante à besta?: Que blasfêmia! O salmista disse ao Senhor: “Ora, a tua justiça, ó Deus, se eleva até aos céus. Grandes coisas tem feito, ó Deus; quem é semelhante a ti?” (Salmo 71:19). São palavras de exaltação devidamente oferecidas a Deus. Mas as mesmas palavras, aplicadas à besta, são blasfêmia inegável.
O contraste nos conflitos no Apocalipse é claro. Na batalha no céu, o exército dos fiéis é liderado por Miguel, cujo nome quer dizer “Quem é semelhante a Deus?” (12:7). Mas os povos do mundo, tão impressionados com o poder imperial, negam o poder de Deus e perguntam: “Quem é semelhante à besta?”.
Quem pode pelejar contra ela?: Para os cristãos que receberam este livro, a resposta seria fácil. A besta recebe seu poder do dragão, e o dragão foi claramente derrotado nas batalhas do capítulo 12. Os vencedores daquele capítulo podem não somente pelejar, mas certamente podem vencer!
Mas os povos que admiram a besta não enxergam a luz da revelação dada aos servos do Senhor. Para eles, não há poder superior ao do diabo. Suas palavras arrogantes são um desafio que será respondido nos próximos capítulos, da mesma maneira que o desafio de Rabsaqué foi respondido pelo poder de Deus (2 Reis 18-19).
13:5 – Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias e autoridade para agir quarenta e dois meses;
Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias: Novamente, o texto mostra a arrogância da besta. Ela tem nomes de blasfêmia nas cabeças (13:1) e recebe a adoração dos povos (13:4). Aqui, ela tem condições de se exaltar e de falar blasfêmias.
E autoridade para agir quarenta e dois meses: A imagem da besta é assustadora. O poder dela é tão grande que a terra toda vai atrás, dando-lhe honra. O mundo pode ser enganado, mas os leitores do Apocalipse sabem que o poder dela é limitado pelo mesmo Senhor que já venceu o dragão. Ela terá autoridade para agir por um tempo limitado (42 meses – veja 11:2).
13:6 – e abriu a boca em blasfêmias contra Deus, para lhe difamar o nome e difamar o tabernáculo, a saber, os que habitam no céu.
E abriu a boca em blasfêmias contra Deus: A ousadia da besta não tem limites. Ela abre a boca para falar contra o próprio Senhor. O décimo primeiro rei de Daniel 7:24-25 faria isso. Vamos ver ainda a relação entre aquele rei e a besta do mar.
Para lhe difamar o nome: O nome representa a pessoa. O nome de Jesus salva no sentido que o próprio Jesus salva (Atos 4:12; 13:23). Difamar o nome de Deus é atacar o próprio Senhor.
E difamar o tabernáculo, a saber, os que habitam no céu: Difama, também, o povo de Deus. O tabernáculo aqui não é uma estrutura material (nem o tabernáculo, nem o templo). É o povo de Deus, os que habitam no céu. [Veja o comentário ao lado sobre os que habitam no céu e os que habitam na terra.]
13:7 – Foi-lhe dado, também, que pelejasse contra os santos e os vencesse. Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação;
Foi-lhe dado, também, que pelejasse contra os santos e os vencesse: Já tivemos uma previsão disso no vislumbre do trabalho da besta em 11:7. Ainda teremos descrições mais completas destas pelejas nos próximos capítulos. Aqui o comentário é rápido. A besta luta contra os santos e é vitoriosa. Da mesma maneira que o capítulo 11 nos avisou do ataque e até da vitória da besta, o mesmo capítulo nos assegura que a história não termina aqui. A besta vence . . . por enquanto!
Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação: Como sempre, a autoridade do diabo e dos seus servos é limitada pelo poder superior de Deus. A besta recebeu permissão para dominar os povos ímpios. Mas a autoridade da besta, como a do próprio dragão, é definida pelo Soberano Deus (Daniel 4:32).
13:8 – e adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.
E adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra: Quando a besta matou as duas testemunhas, os povos fizeram sua festa de vitória (11:7-10). Aqui ela se pôs contra Deus e contra o povo do Senhor, e o mundo dá louvor à besta.
Aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida: Como observamos acima, os habitantes da terra, aqui, são os ímpios. O contraste entre esta categoria e “os que habitam no céu” é evidente. Sobre o significado do “Livro da Vida”, veja os comentários em 3:5.
Do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo: A besta pode exercer autoridade sobre tribos, povos e nações. Ela pode ser adorada pelos ímpios. Pode pelejar contra os santos e os vencer. Mas o Livro da Vida está no poder do Cordeiro (veja comentário sobre o Cordeiro em 5:6). Como foi frisado na visão das duas testemunhas no intervalo no capítulo 11, o poder do diabo e de seus aliados não vai além da morte. Podem pelejar, vencer e matar. Mas o Livro da Vida e o poder para garantir a ressurreição e a vida eterna pertencem exclusivamente ao Senhor. O Cordeiro tira pecados e salva os fiéis das conseqüências do pecado. Ele foi morto, conforme o plano eterno de Deus (Efésios 1:3-8), para a salvação dos homens. Ele foi morto, mas está vivo (1:18; 5:6). Mostrou seu poder sobre a morte e garante a vida eterna aos santos fiéis.
13:9 – Se alguém tem ouvidos, ouça.
Se alguém tem ouvidos, ouça: Preste atenção. É importante! Esta frase aparece oito vezes no livro – em cada uma das cartas às sete igrejas e aqui. Sempre tem o propósito de chamar atenção à mensagem do Senhor, e incentivar os ouvintes a tomarem a decisão certa em resposta à palavra. O versículo que segue contém uma mensagem que oferece consolo para os santos, conforme a conduta deles. É importante prestar atenção.
13:10 – Se alguém leva para cativeiro, para cativeiro vai. Se alguém matar à espada, necessário é que seja morto à espada. Aqui está a perseverança e a fidelidade dos santos.
Se alguém leva para cativeiro, para cativeiro vai. Se alguém matar à espada, necessário é que seja morto à espada: Há diversas interpretações deste versículo, mas parece mais provável que o Senhor esteja falando aqui sobre os perseguidores – aqueles que prendem ou até matam os santos. Entendido desta maneira, seria uma promessa de vingança contra os opressores. Aqueles que levam os outros ao cativeiro ou que usam a espada para matar, sofrerão os mesmos castigos. Quando a besta se levantou no capítulo 11 para matar as duas testemunhas, a sua vitória durou pouco tempo e a cena se encerra com o sofrimento dos inimigos que se regozijavam com a morte dos servos fiéis. Aqui, também, a besta se levanta para pelejar contra os santos, e conta com a ajuda dos ímpios. Mas quem participar desta perseguição, prendendo e matando os santos, enfrentará a vingança justa.
Aqui está a perseverança e a fidelidade dos santos: A promessa da justiça divina traz conforto aos fiéis. Em termos gerais, os fiéis são perturbados pela injustiça do mundo, e aguardam o dia de acerto quando a justiça de Deus prevalecerá. Assim Ló achou livramento na destruição de Sodoma (2 Pedro 2:7), e as águas do dilúvio serviam de instrumento de salvação para Noé (1 Pedro 3:20). Homens justos, no Velho Testamento, pediam a justiça de Deus sobre os ímpios: “Até quando, SENHOR, ficarás olhando? Livra-me a alma das violências deles...” (Salmo 35:17); “Até quando, ó Deus, o adversário nos afrontará? Acaso, blasfemará o inimigo incessantemente o teu nome?” (Salmo 74:10); “Até quando, SENHOR, os perversos, até quando exultarão os perversos? ... Esmagam o teu povo, SENHOR, e oprimem a tua herança” (Salmo 94:3-5); “Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! E não salvarás?” (Habacuque 1:2). Veja outros exemplos em Salmos 6:3-8,10; 13:1-6. Esta mesma preocupação estava nas mentes dos servos de Deus no Apocalipse: “Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?” (6:10). As promessas no Apocalipse de sofrimento por tempo limitado seguido por vitória total servem para confortar os santos e ajudá-los a perseverarem. A besta emergirá do mar, mas a vitória é dos servos do Senhor.