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sábado, 9 de junho de 2012

Quem e o Que São os 144.000 Selados?

E DEPOIS destas coisas vi quatro anjos que estavam sobre os quatro cantos da terra, retendo os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem contra árvore alguma. E vi outro anjo subir do lado do sol nascente, e que tinha o selo do Deus vivo; e clamou com grande voz aos quatro anjos, a quem fora dado o poder de danificar a terra e o mar, dizendo: Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que hajamos assinalado nas suas testas os servos do nosso Deus. E ouvi o número dos assinalados, e eram cento e quarenta e quatro mil assinalados, de todas as tribos dos filhos de Israel. Da tribo de Judá, havia doze mil assinalados; da tribo de Rúbem, doze mil assinalados; da tribo de Gade, doze mil assinalados; da tribo de Aser, doze mil assinalados; da tribo de Naftali, doze mil assinalados; da tribo de Manassés, doze mil assinalados; da tribo de Simeão, doze mil assinalados; da tribo de Levi, doze mil assinalados; da tribo de Issacar, doze mil assinalados; da tribo de Zebulom, doze mil assinalados; da tribo de José, doze mil assinalados; da tribo de Benjamim, doze mil assinalados.” (Apocalipse 7.1-8)
Esse capítulo começa de maneira dramática: quatro anjos retardam os ventos do juízo, mas estão evidentemente a ponto de soltá-los. Aí aparece um outro anjo que lhes ordena, em alta voz, que interrompam a danificação da terra, do mar e das árvores, “até selarmos em suas frontes os servos do nosso Deus” (Ap. 7.2-3). Que os quatro poderes destruidores, representados pelos quatro ventos, não possam simplesmente lançar-se a esmo sobre a terra prova que o Senhor mantém o controle sobre a execução do juízo e o exerce com extremo cuidado.
Quando se fala aqui em “quatro ventos” (ventos de juízo), não somos imediatamente levados a pensar nas tempestades que têm assolado muitas regiões do mundo?
Quem é o outro anjo que aparece?
Ele dispõe de grande autoridade, pois ordena em grande voz aos quatro anjos. Aqui está escrito algo singular, que normalmente não é dito de nenhum outro anjo, mas parece indicar que este não é outro senão o próprio Jesus Cristo: “Vi outro anjo que subia do nascente do sol...” (Ap. 7.2). Somente se lê algo semelhante, no sentido negativo, da “besta” e do falso profeta (compare Ap. 11.7 e 13.11), sendo que estes, entretanto, sobem respectivamente do abismo e da terra e não podem chegar além da terra. Mas, Jesus Cristo sobe “do nascente do sol”. Aí vemos resplandecer profeticamente o futuro de Israel. Malaquias o viu da seguinte forma: “Mas para vós outros que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça” (Ml 4.2a). Esse outro anjo é muito mais elevado do que os quatro anjos do juízo, ordenando-lhes com “grande voz” que continuem a segurar os quatro ventos da terra.
Evidentemente, os quatro anjos foram encarregados de soltar os ventos sobre a terra madura para o juízo. Mas aí é dada repentinamente uma outra ordem que tem precedência. O outro anjo, Jesus Cristo, lhes ordena que parem. A ordem desse outro anjo tem prioridade, e essa também é uma prova de que Ele é o Filho de Deus, pois em Colossenses 1.18 está escrito: “Ele é o princípio, o primogênito entre os mortos, para em todas as cousas ter a primazia”.
Uma seleção de Israel é selada
É como um “intermezzo” divino, uma pausa, uma interrupção dos juízos de Deus que se abatem sobre a terra. A graça de Deus irrompe e manifesta-se a uma determinada categoria de pessoas. Aliás, isso ocorre exatamente no meio do período de juízo dos sete selos e do período de juízo das sete trombetas que se seguem. Apesar do céu e da terra serem abalados e todo o Universo como que estar desmoronando, há uma pausa nessa catástrofe cósmica, um silêncio.
Depois João ainda vê algo especial com esse outro anjo que sobe do nascente do sol: “... tendo o selo do Deus vivo” (Ap. 7.2). Durante a Grande Tribulação, durante o “dia do Senhor”, é selado um grupo escolhido de 144.000 de Israel. Realiza-se então algo que acontece atualmente, antes da Grande Tribulação. Pois toda pessoa que é acrescentada à Igreja de Jesus Cristo pela fé nEle é selada com o Espírito Santo. Nenhum homem, mas somente Jesus Cristo pode selar com o Espírito Santo
O que é o Espírito Santo com que nos Selou? Ele é “... o penhor da nossa herança até o resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória” (Ef 1.14). Portanto, Deus deu Seu próprio Espírito Santo como penhor, como garantia, para termos certeza de que seremos guardados até o dia da redenção, até que Jesus volte.
Tais selagens acontecem continuamente desde Pentecostes, quando pessoas se convertem individualmente. Mas a selagem durante a Grande Tribulação será realizada em muitos num curto espaço de tempo, ou seja, nos 144.000 de Israel que se convertem depois do arrebatamento
O judeus que retornam atualmente da Dispersão para Israel, talvez estejam dando o primeiro passo para sua conversão. É o que lemos em Ezequiel 37.12-13: “Portanto profetiza, e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Eis que abrirei as vossas sepulturas (= as nações), e vos farei sair delas, ó povo meu, e vos trarei à terra de Israel (isso acontece atualmente e é um milagre diante dos nossos olhos: mais de 3,5 milhões de judeus de 103 países já retornaram à sua pátria). Sabereis que eu sou o Senhor, quando eu abrir as vossas sepulturas, e vos fizer sair delas, ó povo meu.” O próximo passo será dado por Deus mesmo: “Porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos estabelecerei na vossa própria terra. Então sabereis que eu, o Senhor, disse isto, e o fiz, diz o Senhor” (v. 14). A conversão nacional e a selagem de Israel acontecerão no momento da volta do Senhor Jesus. Portanto, diferentemente dos gentios, os judeus se converterão coletivamente e também serão selados coletivamente. Antes, porém de todo o Israel se converter, uma seleção de 144.000 judeus de converterá na primeira metade (= 3 ½ anos) da Grande Tribulação. Nossa tarefa em Israel, e de modo geral em todo o mundo, é preparar espiritualmente os 144.000 para sua conversão.
Quem são os 144.000 selados?
Essa pergunta é importante, pois existem diversas explicações. Vários expositores não querem de modo nenhum aceitar o que está escrito tão clara e inequivocamente em Apocalipse 7.4: “Então ouvi o número dos que foram selados, que era cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel”. Ao invés de falar das tribos dos filhos de Israel, tais expositores falam das “tribos dos crentes fiéis” ou da Igreja de Jesus (que então já terá sido arrebatada) ou dos seus próprios grupos. As “Testemunhas de Jeová”, por exemplo, alegam que os 144.000 serão uma elite dentre eles. Mas esta não é a única doutrina que afirma isso; existem ainda outras. Notável, entretanto, é que também muitos cristãos têm um preconceito doentio contra tudo o que é judaico. Para eles está certo que todas as manifestações de graça prometidas ao povo judeu devam ser entendidas como se aplicando à Igreja. Naturalmente, isso aos seus olhos, isso não vale em casos de ameaça de juízo. Essas são deixadas para Israel com todo o prazer. O Apocalipse, no entanto, distingue claramente entre a Igreja (por exemplo, nas cartas), os povos (a grande multidão que ninguém podia enumerar, cap. 7.9) e Israel (por exemplo, no cap. 7.4). Os 144.000 selados são judeus que creram, que se converterão a Jesus Cristo durante a Grande Tribulação, isto é, após nosso arrebatamento.
Esses 144.000 selados são intocáveis para a “besta”, que ainda não poderá se manifestar com toda a sua violência. Voltamo-nos agora para a primeira metade de 3 ½ anos da Grande Tribulação. Nesse tempo, o anticristo será o político mais popular que já existiu no mundo. Esse homem conseguirá juntar árabes e israelenses. A “besta” será tão poderosa, que ninguém “pode pelejar contra ela” (Ap 13.4b). Ela trará um período de progresso econômico generalizado, que agora nem podemos imaginar. Então haverá realmente “Um povo – um reino – um “Führer” (líder)”. Todos o exaltarão como o que trouxe a paz. Os israelenses o aceitarão como messias, menos os 144.000, que se terão convertido a Jesus Cristo e terão o selo do Espírito Santo (o nome do Pai e do Filho, Ap 14.1) nas suas frontes. Em contraste, a maioria das pessoas terá a “marca da besta” “sobre a mão direita, ou sobre a fronte” (Ap 13.16). Mas os 144.000 selados de Israel serão absolutamente intocáveis para o anticristo.
Quando tiverem passado então os primeiros 3 ½ anos e as nações tiverem ocupado Jerusalém, sim, o átrio do templo lhes tiver sido entregue durante 42 meses e começar a “abominação desoladora”, os 144.000, ou seja, uma delegação deles, adorarão no templo (apesar da “besta” já estar agindo então com furor). Apocalipse 11.1 fala a respeito: “Foi-me dado um caniço semelhante a uma vara e também me foi dito: Dispõe-te, e mede o santuário de Deus, o seu altar, e os que naquele adoram”. Quem, dentre os gentios, se converter então a Jesus Cristo será imediatamente preso e executado. O mesmo não se dará com os 144.000 crentes dentre Israel, os quais a “besta” não poderá tocar nem prejudicar de qualquer maneira
144 = abrigo
Biblicamente, o número 144 significa “abrigo”. Quando se descreve a Jerusalém celestial, está dito em Apocalipse 21.17 que a medida da muralha que a envolve é de “cento e quarenta e quatro” côvados. E quem se encontra abrigado nessa Jerusalém celestial é intocável para o inimigo. No Salmo 144, Davi também enumera o que o Senhor é para ele: “fortaleza minha, meu alto refúgio, meu escudo” (v. 2). Quando Davi teve que fugir de Saul, ele se escondeu na caverna de Adulão (= esconderijo), que também tem o valor de numérico de 144 em hebraico. O 144° versículo do Antigo Testamento (Gn 6.6) fala de uma dor que penetra até a maior profundidade, isto é, até no coração de Deus, que ordena a construção da arca como abrigo: “então se arrependeu o Senhor de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração”. Porém Noé achou graça diante do Senhor (v. 8). E assim, também os 144.000 selados permanecerão abrigados e ocultos com Cristo em Deus, até ao seu arrebatamento. Talvez alguns se admirem de que – como as duas testemunhas, que depois de concluírem seu testemunho, serão mortas e depois de 3 ½ dias ressuscitadas e arrebatadas – também os 144.000 selados serão arrebatados. Veremos isso mais tarde.
Qual a Tarefa dos 144.000 selados?
Uma coisa é clara: não é em vão que os 144.000 judeus crentes se converterão, serão guardados e intocáveis depois do nosso arrebatamento. Não, sem dúvida valem também para eles as palavras do Senhor: “sereis minhas testemunhas” (At 1.8). Não existem melhores evangelistas do que judeus verdadeiramente convertidos. Mas a maioria dos judeus convertidos atualmente, antes do arrebatamento, são como um fruto colhido antes do tempo. Quase todos não parecem ser nem judeus, nem cristãos. Mas um judeu não pode se converter já atualmente? Certamente, se ele se integrar completamente na Igreja de Jesus. Mas isso é muito difícil para um judeu, pois nessa Igreja de Jesus penetraram muitos pensamentos gregos, que um judeu não entende. A esse respeito poderíamos escrever muitas páginas.
Voltando aos 144.000 selados de Israel: é de se supor que já através deles se cumprirão as palavras de Jesus: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então virá o fim” (Mt 24.14). Pois imediatamente após a descrição dos 144.000 selados em Apocalipse 7.4-8: “... da tribo de José, doze mil; da tribo de Benjamim foram selados doze mil”, seguem-se as palavras: “Depois destas cousas vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação” (vv. 9-10). Aqui se fala da multidão inumerável de mártires da Grande Tribulação, que então estarão no céu.
Após o arrebatamento, imediatamente se converterão em todo o mundo inúmeros cristãos nominais que terão ficado para trás. Eles ouviram a mensagem do arrebatamento mas não aceitaram em obediência de fé. Esses convertidos entre as nações serão imediatamente presos e executados, porque negarão tanto a adorar a “imagem da besta” como a aceitar a sua “marca” (compare Ap 13.15-17). Além desses, incontáveis pessoas dentre “todas as nações, tribos, povos e línguas”, que nunca tinham ouvido falar de Jesus, serão salvas. Através do testemunho de quem, esses bilhões poderiam se converter?
Por que, afinal, Deus permite a Grande Tribulação?
Primeiramente para que o mundo seja julgado por causa do seu pecado. Depois do arrebatamento, os juízos de Deus ficarão cada vez mais intensos, através de “epidemias, fomes e terremotos em vários lugares” – será terrível. Os profetas do Antigo Testamento viram esse horror (compare Jr 4.19-20a e Sf 1.15-17). Que ninguém se deixe enganar por aqueles que falam a respeito da maravilhosa nova Europa. Não, depois do arrebatamento irromperão violentos juízos de Deus.
Em segundo lugar, através da Grande Tribulação, Deus tenciona levar Israel a se converter. Por isso Israel terá que passar por esse tempo de engano por parte do falso messias, que no meio dos sete anos desviará seu rosto e tencionará aniquilar todos os Judeus. Jeremias profetiza a respeito no capítulo 30.7: “Ah! Que é grande aquele dia, e não há outro semelhante é tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será livre dela.”
O terceiro objetivo de Deus com a Grande Tribulação é pouco percebido:
Um despertamento mundial como nunca houve
Em Apocalipse 7.5-8, se relata que serão escolhidos doze mil judeus de cada tribo, totalizando 144.000. Com a ajuda desses evangelistas judeus, Deus produzirá esse despertamento mundial realizando assim outro objetivo da Grande Tribulação. Arnold Fruchtenbaum, um judeu crente no Messias, escreve sobre essa maravilhosa tarefa dos 144.000 selados:
“Há uma vantagem no fato de Deus utilizar intencionalmente judeus para produzir um despertamento espiritual mundial num curto período de três asnos e meio (esse despertamento se limita à primeira metade da Grande Tribulação).
Quando se forma atualmente missionários para a evangelização em um campo missionário estrangeiro, eles precisam primeiro ser treinados intensivamente em uma escola bíblica ou um seminário, para conhecerem a Bíblia. Isso leva de três a quatro anos. Mas quando tais alunos de escolas bíblicas ou seminaristas, através desse estudo, obtêm a capacidade de pregar a Palavra de Deus ao seu próprio povo, eles continuam despreparados para trabalhar no exterior. Eles têm que passar mais dois anos com estudos lingüísticos, pois precisam aprender o idioma do país onde pretendem pregar o Evangelho. Desse modo, atualmente um missionário tem que ser treinado por aproximadamente seis anos, até atender a todos os requisitos necessários para poder anunciar o Evangelho em uma língua estrangeira.
O grande despertamento de que se fala aqui, acontecerá, entretanto, em três anos e meio – na primeira metade da Grande Tribulação. Por isso, não sobrará muito tempo para o treinamento. Por isso, em Sua sabedoria, Deus escolheu justamente judeus para realizar essa tarefa (eles recolherão a grande ceifa de Deus. NR). Em todas as partes do mundo vivem judeus. Todas as maiores línguas mundiais, e também grande parte dos idiomas menos importantes, são falados em algum lugar por judeus. E a maioria dos judeus fala no mínimo duas línguas. Além disso, a maior parte dos judeus recebe bom e sólido ensino das Escrituras do Antigo Testamento. Eles têm, portanto, de modo geral, se foram educados no judaísmo, bons conhecimentos dos textos antigo-testamentários.
Algum tempo depois do arrebatamento da Igreja, portanto, 144.000 judeus de todo o mundo se converterão a Jesus Cristo. Eles já falarão a língua de que vão precisar. Eles também já conhecerão o Antigo Testamento e necessitarão somente pouco tempo para aprender sobre o conteúdo do Novo Testamento. Por isso, já depois de curto espaço de tempo, eles estarão em condições de pregar o Evangelho (três dias após a conversão de Saulo de Tarso – depois Paulo – temos em Atos 9.20: “e logo pregava nas sinagogas a Jesus, afirmando que este é o Filho de Deus”. NR). Durante a primeira metade da Grande Tribulação, Deus evangelizará o mundo através desses 144.000 judeus, cumprindo assim a profecia de Mateus 24:14: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então virá o fim.
Depois que João viu os 144.000 judeus na primeira parte de Apocalipse 7, ele também ficou sabendo qual será o resultado do trabalho deles: “Depois destas cousas vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação. Todos os anjos estavam de pé rodeando o trono, os anciãos e os quatro seres viventes, e, ante o trono se prostraram sobre os seus rostos e adoraram a Deus, dizendo: Amém. O louvor, e a glória, e a sabedoria, e as ações de graça, e a honra, e o poder, e a força sejam ao nosso Deus pelos séculos dos séculos. Amém. Um dos anciãos tomou a palavra, dizendo: Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde vieram? Respondi-lhe: Meu Senhor, tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram as suas vestiduras, e as alvejaram no sangue do Cordeiro, razão porque se acham diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu santuário; e aquele que se assenta no trono estenderá sobre eles o seu tabernáculo. Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum, pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima.” Depois dos 144.000 judeus, João viu milhares e milhares de gentios e outros judeus, que durante a Tribulação experimentaram a salvação através da fé em Jesus Cristo. Através dos 144.000 judeus, Deus alcançará o terceiro objetivo da Grande Tribulação – o despertamento mundial.”
Segundo meu entendimento, através disso também se cumprirá o que está profetizado em Isaías 66.19: “Porei entre elas um sinal, e alguns (isto é, não todos, somente os 144.000 selados) dos que foram salvos enviarei às nações, a Társis, Pul e Lude que atiram com o arco, a Tubal e Java, até às terras do mar mais remotas, que jamais ouviram falar de mim, nem viram a minha glória; eles anunciarão entre as nações a minha glória.”
Pois antes, em Isaías 66.8, fala-se profeticamente da fundação do Estado de Israel em 1948, e o versículo 10 fala sobre a devolução de Jerusalém a Israel, que ocorreu no dia 7 de junho de 1967. Depois (vv. 15-16) se faz referência à Terceira Guerra Mundial e a seguir – portanto, durante a Grande Tribulação – o Senhor fala repentinamente de missões mundiais, no versículo acima citado (v. 19). E essa evangelização mundial prosseguirá então no Milênio através de todo o Israel.
Naturalmente, alguns objetarão: Como poderão converter-se pessoas durante a Grande Tribulação, se o Espírito Santo com a Igreja de Jesus tiver sido arrebatado da terra? Resposta: Realmente, o Espírito Santo na Igreja tem atualmente a tarefa de deter o “iníquo”, o anticristo. E é certo que o Espírito Santo será retirado da terra com a Igreja por ocasião do arrebatamento, pois lemos em 2 Tessalonicenses 2.7: “Com efeito o mistério da iniqüidade já opera e aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detém (o Espírito Santo)”. Por ocasião do arrebatamento, o Espírito Santo subirá ao céu com a Igreja, ao encontro de Jesus, como o servo Eliezer conduziu antigamente a noiva Rebeca a Isaque. Mas esse mesmo Espírito Santo não permanecerá inativo, pois agirá na terra nos e com os 144.000 selados sobre “todas as nações, tribos, povos e línguas” – e será salva uma “grande multidão que ninguém podia enumerar”. Quando falamos da Grande Tribulação, pensamos principalmente em um tempo muito escuro. Mas, trata-se também de um período luminoso, claro, justamente por causa do despertamento, como nunca antes houve!

quinta-feira, 7 de junho de 2012

O Julgamento Diante do Trono Branco (Apocalipse 20:11-15)

O Julgamento Diante do Trono Branco (Apocalipse 20:11-15)
Os últimos versículos do capítulo 20 descrevem uma cena de julgamento de destruição dos mortos. A santidade de Deus não aceita a impureza daqueles cujos nomes não foram achados no Livro da Vida. Esta cena deve ser interpretada primeiro no seu contexto do castigo dos inimigos dos santos nos tempos próximos à data da composição do Apocalipse, mas tem valor, também, para a nossa instrução sobre o julgamento de Deus.
20:11 – Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta, de cuja presença fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles.
Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta: O trono branco aparece somente aqui, mas a idéia do julgamento divino aparece em diversos textos no Antigo e Novo Testamentos. O trono mostra o domínio, e branco representa a santidade. Muitas vezes, encontramos declarações de justiça divina contra indivíduos ou povos aqui na terra. Outras vezes, a imagem é do julgamento final. Muitos interpretam este trecho como o julgamento final, e certamente algumas das idéias apresentadas aqui poderão ser aplicadas ao julgamento final. Mas, como temos feito desde o início do nosso estudo deste livro, devemos procurar primeiro a aplicação no contexto antes de fazer outras aplicações dos princípios aqui ensinados.
Mais uma vez, a cena de Daniel 7 ajuda. O Ancião de Dias preside o tribunal que abre os livros e condena o insolente chifre do quarto animal (Daniel 7:8-11). Na interpretação da visão, os santos possuem o reino, o quarto animal (Roma) os persegue, mas “se assentará o tribunal para lhe tirar o domínio, para o destruir e o consumir até ao fim” (Daniel 7:26). Com esta base, devemos aplicar o julgamento do Apocalipse 20 primeiro aos servos da besta que perseguiam os santos.
De cuja presença fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles: Mais uma maneira de frisar a santidade de Deus. A criação não pode ficar diante da perfeição do Santo Deus. As criaturas corruptas, incluindo os mais poderosos dos governantes, não teriam condições de ficar em pé diante do Senhor. Numa segunda aplicação, a vinda do Dia de Deus no final dos tempos causará que a criação seja desfeita (2 Pedro 3:11-13).
20:12 – Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros.
Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono: A tendência de muitos comentaristas é ver aqui a ressurreição no último dia e o julgamento final. A Bíblia claramente ensina que haverá uma ressurreição de todos e um julgamento “perante o tribunal de Cristo” (2 Coríntios 5:10; João 5:27-29). Neste trecho, podemos ver alguns princípios que aplicam-se ao julgamento final, mas parece-me mais coerente fazer a aplicação inicial no contexto da derrota do diabo e seus aliados perseguidores. O paralelo com Daniel 7 continua a nos orientar, sugerindo que o contexto do governo romano, o quarto animal, ainda determina a aplicação principal.
Os mortos, neste caso, seriam aqueles que se dedicavam à besta. Não há menção aqui de galardão para os fiéis, somente de condenação dos ímpios. Na “primeira ressurreição” (20:5), os adoradores do Cordeiro foram exaltados para reinar com ele. Aqui, podemos ver uma segunda ressurreição – dos adoradores da besta, os grandes e os pequenos (cf. 13:16), que serão condenados com ela.
Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros.: Há uma distinção aqui entre os livros e o Livro da Vida. Os livros, evidentemente, representam o registro dos atos deles e mostram a justiça do julgamento de Deus (cf. Daniel 7:10), enquanto o Livro da Vida representa uma lista dos salvos (cf. Daniel 12:1; Filipenses 4:3; Apocalipse 3:5; 13:8; 17:8; 21:27).
20:13 – Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras.
Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram os mortos que neles havia: Nenhum morto foi isento deste julgamento. Até os ímpios entregues à Morte e ao Inferno (6:7-8) são apresentados para o julgamento. Deus tem domínio, e ninguém consegue proteger os mortos do julgamento dele.
E foram julgados, um por um, segundo as suas obras: Os servos da besta são julgados da mesma maneira que todos serão julgados no último dia (2 Coríntios 5:10). Deus é justo, e dará a cada um segundo as suas obras.
20:14 – Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo.
Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo: A Morte e o Inferno são inimigos de Deus, mas são dominados, utilizados e vencidos pelo Senhor. Existem vários sentidos ou contextos em que Jesus vence a morte e o inferno (a palavra grega aqui é hades – região dos mortos). No passado, ele a venceu na sua ressurreição (Atos 2:24-31; Romanos 6:9; 2 Timóteo 1:10). No presente, os servos fiéis participam da vitória sobre a morte (Romanos 8:2,38-39; Hebreus 2:15; 1 João 3:14). No futuro, a morte é o último inimigo a ser vencido (1 Coríntios 15:26). Aqui, em relação à guerra do dragão e suas bestas contra os santos, a morte e o inferno são derrotados e lançados no lago de fogo.
Esta é a segunda morte, o lago de fogo: O vencedor é isento desta morte (2:11; 20:6). Ele participa da vida que há em Cristo Jesus. O lago de fogo já foi representado como lugar de castigo perpétuo (20:10).
20:15 – E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo.
E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo: Não há menção de nenhum justo diante do trono nesta cena. Tudo indica que este julgamento é limitado aos servos da besta. Nenhum deles será achado no Livro da Vida, onde estão escritos os nomes dos adoradores do Senhor. Os ímpios, aqueles que se submetiam à besta, são lançados no lago de fogo. Participam da segunda morte. Ainda existe o Livro da Vida. Há esperança, ou melhor, há segurança para os servos fiéis que não se prostraram diante da besta. Esta cena de julgamento diante do grande trono branco complementa a figura dos santos vitoriosos no início do capítulo. Se os adoradores da besta gozavam de alguma vantagem durante um período curto nesta vida, os adoradores do Senhor têm a garantia da vantagem final e eterna. Que consolação!
Conclusão
As almas debaixo do altar pediram a vingança divina. Deus prometeu que julgaria os perseguidores, mas na hora por ele determinada. Nos capítulos 18, 19 e 20, ele mostrou a sua fidelidade por meio de visões de julgamento e castigo. A meretriz Babilônia, a besta do mar, a besta da terra (o falso profeta), o dragão e todos os seus colaboradores foram julgados. No final dessa história, somente os servos fiéis ao Cordeiro podem ficar. E para esses fiéis – aqueles que têm os nomes escritos no Livro da Vida – ainda resta a promessa da glória eterna na presença do Senhor. Vitória absoluta e total!