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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

A Nova Jerusalém (Apocalipse 21:1 - 22:5)

A Nova Jerusalém (Apocalipse 21:1 - 22:5)
A última visão do livro mostra o estado exaltado dos servos fiéis na gloriosa presença de Deus. Como nas cenas de julgamento nos capítulos anteriores e, considerando os limites de tempo do cumprimento no início e no fim do livro, acredito que esta cena descreve, no seu sentido primário, a vitória dos perseguidos daquela época, e a bênção de descansar na proteção divina. Mas, como a cena do julgamento diante do grande trono branco prefigura o julgamento final, esta cena da exaltação dos vencedores prefigura a glória eterna de todos os vencedores.
A Chegada de Uma Nova Ordem (21:1-8)
João continua descrevendo as suas visões, e obviamente continua usando linguagem simbólica. Ele não viu uma cidade literalmente vestida de noiva (21:2), mas viu mais uma cena que simboliza o estado vitorioso dos fiéis e a bênção da presença e proteção de Deus. Os contrastes, também, continuam. A Babilônia foi uma cidade terrestre que caiu; a nova Jerusalém é uma cidade celestial que nunca será destruída. A Babilônia foi vista como uma meretriz decadente vestida em roupas que representavam a sua impureza e carnalidade; a nova Jerusalém é uma noiva, vestida em roupas que demonstram a sua pureza e espiritualidade.
Esta última visão do Apocalipse oferece conforto aos santos perseguidos pelo dragão e seus aliados. No sentido que mostra as bênçãos da comunhão com Deus, podemos fazer uma segunda aplicação à glória do céu, assim ilustrando a esperança dos discípulos fiéis de todas as épocas. Em ver o galardão dado àqueles vencedores, achamos motivação para sermos contados entre os vencedores no Dia Final!
21:1 – Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe.
Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram: A terra e o céu fugiram do trono do Senhor (20:11). Este símbolo mostra o efeito da justiça e da santidade de Deus em relação ao mundo e a ordem mundana de governos ímpios e rebeldes. A figura de sacudir, abalar ou destruir a terra e os corpos celestiais aparece várias vezes nas profecias bíblicas contra nações. Quando Isaías profetizou o castigo da Babilônia, ele disse que Deus ia “converter a terra em assolação” e que “as estrelas e constelações dos céus não darão a sua luz”. Acrescentou as palavras de Deus: “Portanto, farei estremecer os céus; e a terra será sacudida do seu lugar” (Isaías 13:9,10,13). Obviamente o mundo inteiro não foi destruído no cumprimento desta profecia, mas o mundo dos babilônicos chegou ao fim. O mesmo profeta falou do castigo de várias nações, e disse: “Eis que o Senhor vai devastar e desolar a terra, vai transtornar a sua superfície e lhe dispersar os moradores”; “A terra será de tudo quebrantada, ela totalmente se romperá, a terra violentamente se moverá....ela cairá e jamais se levantará. Naquele dia, o Senhor castigará, no céu, as hostes celestes, e os reis da terra, na terra” (Isaías 24:1,19-21). Alguns capítulos depois, falando novamente do castigo das nações, ele disse: “Todo o exército dos céus se dissolverá, e os céus se enrolarão como um pergaminho; todo o seu exército cairá, como cai a folha da vide e a folha da figueira” (Isaías 34:4). Pedro diz que o mundo da época de Noé “veio a perecer” (2 Pedro 3:6; cf. 2:5), não no sentido de uma destruição total do planeta, mas como maneira de mostrar que a ordem corrupta de sua época passou. As visões do Apocalipse 20:11 e 21:1 usam as mesmas figuras para descrever o castigo dos povos rebeldes.
Se o passar do céu e a terra representa o fim da antiga ordem na qual o diabo e seus servos dominavam os fiéis e venciam os santos (11:7; 13:7,15; 17:17-18), o novo céu e nova terra representam a nova ordem em que Jesus e seus adoradores dominam (11:15-19; 14:9-12; 20:4,6). É nesse sentido que Isaías relatou a promessa de Deus, olhando para Israel espiritual, o reino messiânico: “Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas” (Isaías 65:17; cf. 66:22). Os capítulos 21 e 22 do Apocalipse apresentam a igreja abençoada na comunhão com o Senhor – os vencedores no tabernáculo estendido por Deus.
E o mar já não existe: Há duas explicações boas desta frase. A primeira liga o mar ao contexto imediato, sugerindo que ele pertence à mesma categoria do céu e terra que passam no mesmo versículo. Assim, seria o mesmo mar da sociedade humana de onde surgiu a besta (13:1). A segunda identifica o mar com o mar de vidro (4:6; 15:2). Nesta segunda interpretação, o mar representa a separação entre Deus e suas criaturas, e seria uma progressão de separação (4:6) à transição (15:2) à proximidade (21:1). Ambas as interpretações enfatizam a nova ordem de bênçãos para os fiéis depois do castigo dos ímpios.
21:2 – Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo.
Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus: Os profetas do Antigo Testamento usaram a figura de uma nova e perfeita cidade para representar a bênção da comunhão com Deus depois de um período de sofrimento. Especificamente, falaram da igreja ou do reino do Messias que viria depois da purificação do cativeiro. Este tema é especialmente forte em livros como Ezequiel (capítulos 40-48) e Isaías (capítulos 60-66; especialmente 65:18-19). Paulo desenvolveu o mesmo tema quando falou de Jerusalém livre, que vem de cima (Gálatas 4:26-31). O autor de Hebreus, também, viu a cidade celestial como a igreja já existente no primeiro século: “Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial...igreja dos primogênitos” (Hebreus 12:22-23). A mesma linguagem aqui no Apocalipse descreve a igreja do Senhor. Nada no texto aqui limita essas bênçãos ao futuro (a igreja no céu). Podemos entender a nova Jerusalém como a igreja já abençoada aqui na terra e, desta maneira, a interpretação deste trecho se ajusta ao contexto histórico do livro.
Ataviada como noiva adornada para o seu esposo: A mesma figura que encontramos em 19:7-8 (cf. os comentários na lição 30 e as citações em Efésios 5:25-27 e 2 Coríntios 11:2). Isaías descreveu as bênçãos da salvação em Cristo “como noiva que se enfeita com as suas jóias” (61:11).
21:3 – Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles.
Então, ouvi grande voz vinda do trono: Esta declaração – seja da grande voz de Jesus (1:10), ou de um anjo (5:2; 7:2; etc.), de um dos quatro seres viventes (6:1), ou do próprio Pai (21:5) – vem de Deus. A linguagem vem diretamente de promessas do Velho Testamento sobre a restauração de Israel espiritual pelo Messias.
Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles: As Escrituras estão repletas de frases como estas, descrevendo a comunhão entre Deus e os santos. Deus queria uma relação desta qualidade no Velho Testamento: “E habitarei no meio dos filhos de Israel e serei o seu Deus” (Êxodo 29:45). Jerusalém, o lugar escolhido por Deus para a edificação do templo, passou a representar a habitação de Deus no meio do povo (2 Crônicas 6:2; Esdras 1:3). Mas, o povo rompeu os laços de comunhão, repetidamente, pelo pecado (Ezequiel 10:18-19; 11:22-23; Isaías 59:2). Os profetas falaram das bênçãos guardadas para o povo restaurado. Deus disse: “O meu tabernáculo estará com eles; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (Ezequiel 37:27; cf. 37:23,28; Zacarias 2:10-11; 8:8; Jeremias 30:21-22; 31:33). Jesus veio para fazer o seu tabernáculo entre os homens (João 1:14), e a comunhão se tornou possível pelo sangue dele (Efésios 2:11-18), e pela purificação do povo arrependido (2 Coríntios 6:14-18; cf. Jeremias 24:7).
21:4 – E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.
A linguagem deste versículo, quando lida isoladamente, parece descrever o céu. Certamente esperamos uma circunstância desta qualidade no céu. Mas a aplicação primária, ainda, deve ser feita à condição abençoada da igreja desde a época de João. Esta interpretação é apoiada pelas passagens proféticas que usaram a mesma linguagem para apontarem o reino messiânico.
E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram: O livramento do povo da opressão foi descrita num cântico por Isaías: “Tragará a morte para sempre, e, assim, enxugará o Senhor Deus as lágrimas de todos os rostos...” (Isaías 25:8; cf. 30:19; 35:10). A volta do cativeiro traria alegria, expulsando a tristeza do meio do povo (Isaías 51:11). As boas-novas da salvação no Ungido ia “consolar todos os que choram” (Isaías 61:2). Esta alegria se tornaria característica dos novos céus e nova terra (Isaías 65:19-20).
21:5 – E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.
E aquele que está assentado no trono disse: É Deus quem fala, e Deus que cumpre as promessas aos fiéis. Podemos confiar na fiel e verdadeira palavra do Senhor.
Eis que faço novas todas as coisas: A libertação do povo do domínio da Babilônia foi descrita como uma renovação (Isaías 43:18-19). Num sentido espiritual, Deus prometeu fazer as novas coisas por meio do seu Servo (Isaías 42:9). Recebemos esta bênção em Cristo: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Coríntios 5:17).
E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras: Deus salientou a importância desta promessa da renovação, relembrando João de sua responsabilidade de escrever as palavras ouvidas. São verdadeiras.
21:6 – Disse-me ainda: Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. Eu, a quem tem sede, darei de graça da fonte da água da vida.
Disse-me ainda: Tudo está feito: Deus sempre cumpre as suas promessas, e anuncia a obra completa com estas palavras.
Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim: Deus se apresentou como “o Alfa e Ômega” no início do livro (1:8) e Jesus se declarou “o primeiro e o último” (1:17; 2:8). Estas expressões mostram, não somente a eternidade de Deus, mas a sua capacidade de cumprir a sua palavra, de terminar o que começa. Ele garante o resultado para o conforto dos santos.
Eu, a quem tem sede, darei de graça da fonte da água da vida: O conforto ou alívio toma a forma de água para o sedento. Deus é quem dá água aos aflitos (Isaías 41:17-20). O Servo que restauraria Israel, seria seu Pastor e conduziria o povo “aos mananciais das águas” (Isaías 49:8-10). Deus oferece as águas na Nova Aliança (Isaías 55:1-3). Depois de julgar os inimigos do seu povo, nos dias das bênçãos do evangelho, sairia “uma fonte da Casa do Senhor(Joel 3:18; cf. 2:28; 3:1; Atos 2:16-21).
21:7-8 – O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será filho. 8 Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte.
Os versículos 7 e 8 apresentam mais um contraste entre os servos do Senhor e os servos do diabo. O propósito deste contraste é óbvio. Cada um precisa escolher. Ou será um vencedor com Cristo, ou um perdedor total. A herança é gratuita (Efésios 2:8-9), mas exige um compromisso com o Senhor.
O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será filho: As promessas feitas aos vencedores nas sete cartas às igrejas são maneiras diferentes de expressar um único tema: quem for fiel ao Senhor terá a bênção de comunhão com ele. Leia, de novo, as promessas nos finais das cartas (2:7,10-11,17,26-28; 3:5,12,21). Recebemos a adoção de filhos e nos tornamos herdeiros por meio de Jesus (Gálatas 4:4-7). Ele nos trata como primogênitos (Hebreus 12:23), com o privilégio de sermos herdeiros do próprio Senhor (Efésios 3:6).
Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte: Os ímpios, porém, não compartilham a mesma esperança. Aqueles que têm vergonha de Jesus, que não acreditam no Senhor ou que desobedecem a vontade dele não são herdeiros de Deus. A herança deles é o lago de fogo, a segunda morte.
A linguagem destes dois versículos nos lembra do apelo final do livro de Isaías, salientando a diferença entre os vivos na cidade santa e os mortos fora da cidade (Isaías 66:22,24).
A Descrição da Nova Jerusalém (21:9 - 22:5)
A visão continua. Novamente, observamos o uso de linguagem figurada. Se este trecho fosse literal, descreveria uma cidade de 2.200 km de comprimento, largura e altura!
21:9 – Então, veio um dos sete anjos que têm as sete taças cheias dos últimos sete flagelos e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro;
Então, veio um dos sete anjos que têm as sete taças cheias dos últimos sete flagelos e falou comigo: O anjo faz o que Deus manda. Quando Deus mandou este anjo anunciar uma praga, ele obedeceu. Agora, ele traz uma mensagem mais agradável. Ele mostra o resultado da vitória sobre o mal realizada nos capítulos anteriores.
Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro: Ela já apareceu em 19:7 e 21:2. Agora, o anjo mostrará os detalhes da natureza da noiva ou esposa de Jesus. Já sabemos que a noiva é, também, a cidade santa, Jerusalém lá do alto. A descrição nos versículos seguintes é da cidade espiritual, da igreja do Senhor.
21:10 – e me transportou, em espírito, até a uma grande e elevada montanha e me mostrou a santa cidade, Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus,
E me transportou, em espírito, até uma grande e elevada montanha e me mostrou a santa cidade, Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus: João estava em espírito quando Jesus começou a revelar a sua mensagem (1:10). Ezequiel foi transportado pelo Espírito de Deus para ver Jerusalém imunda, cheia das abominações de um povo rebelde e idólatra (Ezequiel 8:3; 11:1). Esta visão de João é muito melhor. Ele verá Jerusalém pura e santa – a igreja do Senhor lavada no sangue do Cordeiro! A figura da cidade santa e perfeita representa o estado abençoado do povo de Deus restaurado no reino messiânico, uma imagem comum nos profetas do Velho Testamento, como Ezequiel e Isaías, e empregado aqui para mostrar o povo abençoado depois de suportar os ataques dos inimigos.
21:11 – a qual tem a glória de Deus. O seu fulgor era semelhante a uma pedra preciosíssima, como pedra de jaspe cristalina.
A qual tem a glória de Deus: Nesta frase é resumido o fato mais importante desta descrição da nova Jerusalém. Ela é linda e perfeita porque Deus habita nela.
A cidade mundana tinha a vergonha da meretriz. A cidade santa tem a glória de Deus. Quando Moisés ergueu o tabernáculo no deserto de Sinai, “a glória do Senhor encheu o tabernáculo” (Êxodo 40:34). Quando a arca da aliança foi colocada no templo de Salomão, “a glória do Senhor enchera a casa do Senhor(1 Reis 8:11). Mas, naquela época, em que homens pecaminosos representavam o povo diante do Senhor (cf. Hebreus 7:26-28), os sacerdotes não podiam entrar na casa quando a glória de Deus estava lá (2 Crônicas 7:2). A chegada do reino de Cristo mudou a circunstância do povo de Deus. Ele trouxe perdão e santificação, e Deus passou a habitar nos homens fiéis (João 14:15,23). A igreja no Novo Testamento é a casa ou santuário de Deus (1 Timóteo 3:15; 1 Coríntios 3:16-17). O Espírito Santo habita no corpo do discípulo de Jesus (1 Coríntios 6:10-20).
O seu fulgor era semelhante a uma pedra preciosíssima, como pedra de jaspe cristalina: A cidade brilha! Pedras preciosas foram usadas para representar o povo de Israel nas vestes sacerdotais (Êxodo 39:6-7). Pedras preciosas foram usadas na construção do templo em Jerusalém (1 Crônicas 29:2; 1 Reis 5:17; 2 Crônicas 3:6). No Novo Testamento, os cristãos são as pedras preciosas da casa espiritual (1Pedro 2:4-5; 1 Coríntios 3:10-12), pois refletem a glória do Senhor (2 Coríntios 3:18). Jaspe é uma pedra que se apresenta em várias cores (cf. comentários sobre 4:3). Jaspe cristalina sugere, provavelmente, a pedra branca, assim representando a santidade brilhante da nova Jerusalém.
21:12-14 – Tinha grande e alta muralha, doze portas, e, junto às portas, doze anjos, e, sobre elas, nomes inscritos, que são os nomes das doze tribos dos filhos de Israel. 13 Três portas se achavam a leste, três, ao norte, três, ao sul, e três, a oeste. 14 A muralha da cidade tinha doze fundamentos, e estavam sobre estes os doze nomes dos doze apóstolos do Cordeiro.
Tinha grande e alta muralha: As cidades antigas normalmente foram protegidas por muralhas, que separavam os cidadãos dos seus inimigos. Zacarias, numa visão de Jerusalém, ouviu Deus dizer: “Pois eu lhe serei, diz o Senhor, um muro de fogo em redor e eu mesmo serei, no meio dela, a sua glória” (Zacarias 2:5). O muro ao redor do templo, na visão de Ezequiel, servia “para fazer separação entre o santo e o profano” (Ezequiel 42:20). Os servos do Senhor acham refúgio, santificação e proteção em Jesus (Mateus 11:28; Colossenses 3:3).
Doze portas, e, junto às portas, doze anjos, e, sobre elas, nomes inscritos, que são os nomes das doze tribos dos filhos de Israel: A cidade representa o povo aperfeiçoado habitando na presença de Deus, e o número doze se destaca como o número do povo de Deus. A cidade simbólica nos últimos capítulos de Ezequiel tinha, também, doze portas representando as doze tribos (Ezequiel 48:30-34).
Três portas se achavam a leste, três, ao norte, três, ao sul, e três, a oeste: No acampamento dos israelitas no deserto, três tribos ficavam de cada lado do tabernáculo (Números 2).
A muralha da cidade tinha doze fundamentos, e estavam sobre estes os doze nomes dos apóstolos do Cordeiro: Completando a figura do povo redimido, os doze apóstolos se juntam às doze tribos. Paulo disse que os santos são “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular” (Efésios 2:20).
21:15 – Aquele que falava comigo tinha por medida uma vara de ouro para medir a cidade, as suas portas e a sua muralha.
Aquele que falava comigo tinha por medida uma vara de ouro para medir a cidade, as suas portas e a sua muralha: Zacarias viu um homem com um cordel para medir Jerusalém, mostrando a glória de Sião como a menina do olho de Deus (Zacarias 2:1-13). Ezequiel viu a derrota de Gogue seguida por uma visão em que o templo foi medido antes de Deus voltar para habitar no meio do povo (Ezequiel 40:1 - 42:20). O ato de medir mostra a perfeição do padrão da santidade divina, em contraste com a impureza do povo antes de ser redimido: “Mostra à casa de Israel este templo, para que ela se envergonhe das suas iniqüidades; e meça o modelo. Envergonhando-se eles de tudo quanto praticaram, faze-lhes saber a planta desta casa e o seu arranjo.... todo o seu limite ao redor será santíssimo...” (Ezequiel 43:10-12).
Agora, o anjo que oferece a explicação a João está pronto para medir a cidade e frisar a diferença entre o santo e o profano.
21:16 – A cidade é quadrangular, de comprimento e largura iguais. E mediu a cidade com a vara até doze mil estádios. O seu comprimento, largura e altura são iguais.
A cidade é quadrangular, de comprimento e largura iguais.... O seu comprimento, largura e altura são iguais: A cidade quadrangular é um cubo perfeito, como foi o Santo dos Santos no templo do Antigo Testamento (1 Reis 6:20). Compare, também, as medidas iguais dos lados do templo em Ezequiel 48:16-17.
E mediu a cidade com a vara até doze mil estádios: Doze (o número do povo de Deus) vezes mil (um número completo) simboliza a perfeição do povo de Deus. Este versículo apresenta um problema para as interpretações literais. 12.000 estádios seria aproximadamente 2.200 quilômetros. Jerusalém literal é uma cidade na terra da Palestina, uma área de aproximadamente o tamanho de um oitavo do estado de São Paulo. Mas esta cidade, se entendida literalmente, teria mais do que a metade da área do Brasil! E esta cidade tem a mesma altura, ou seja, estenderia-se 2.200 quilômetros para cima! Se fosse literal, a cidade seria 250 vezes mais alta do que o monte Everest, o pico mais alto do mundo. Obviamente, este, como outros aspectos da visão, deve ser entendido figuradamente.
21:17 – Mediu também a sua muralha, cento e quarenta e quatro côvados, medida de homem, isto é, de anjo.
Mediu também a sua muralha, cento e quarenta e quatro côvados: O texto não diz se esta medida é da altura ou da espessura da muralha, e realmente não importa. O ponto não é de uma medida literal de 65 metros, mas do valor simbólico de doze vezes doze. Tudo nesta cidade mostra a perfeição do povo na presença de Deus. É uma noiva sem mácula!
Medida de homem, isto é, de anjo: Uma medida que um homem, João, entendeu quando o anjo a usou.
21:18-21 – A estrutura da muralha é de jaspe; também a cidade é de ouro puro, semelhante a vidro límpido. 19 Os fundamentos da muralha da cidade estão adornados de toda espécie de pedras preciosas. O primeiro fundamento é de jaspe; o segundo, de safira; o terceiro, de calcedônia; o quarto, de esmeralda; 20 o quinto, de sardônio; o sexto, de sárdio; o sétimo, de crisólito; o oitavo, de berilo; o nono, de topázio; o décimo, de crisópraso; o undécimo, de jacinto; e o duodécimo, de ametista. 21 As doze portas são doze pérolas, e cada uma dessas portas, de uma só pérola. A praça da cidade é de ouro puro, como vidro transparente.
Esta parte da descrição da nova Jerusalém nos lembra da promessa de Deus de edificar os muros, as portas e os baluartes de Sião de jóias e pedras preciosas (Isaías 54:11-12). Como Isaías usou essas figuras para descrever as características do reino messiânico, João emprega linguagem semelhante para falar do mesmo reino.
A estrutura da muralha é de jaspe: Características da glória de Deus, e agora, da noiva de Cristo (cf. 4:3; 21:11).
Também a cidade é de ouro puro, semelhante a vidro límpido: O elemento mais destacado no tabernáculo e no templo do Velho Testamento, ouro representa a preciosidade e a pureza. Mesmo ouro anteriormente utilizado na idolatria passava pela purificação por fogo e se tornava útil para uso no serviço sagrado (Josué 6:19; Números 31:22-23). Da mesma maneira, pessoas podem ser purificadas e se tornarem “ouro” para serem úteis na casa de Deus (2 Timóteo 1:20-22).
Os fundamentos da muralha da cidade estão adornados de toda espécie de pedras preciosas....: Ele já disse que as pedras da muralha têm os nomes dos doze apóstolos (21:14). Agora, ele mostra a preciosidade deles na edificação da igreja, citando nomes de doze das mais valiosas pedras conhecidas na época. Não vejo proveito em tentativas de atribuir um significado especial a cada pedra. Estas pedras fazem parte da representação total do povo do Senhor, como também faziam as doze pedras no peitoral do sacerdote na Antiga Aliança (Êxodo 28:15-21).
As doze portas são doze pérolas, e cada uma dessas portas, de uma só pérola: Os pré-milenaristas, que procuram adotar interpretações literais desta descrição em relação a uma cidade terrestre futura, geralmente dizem que é a mesma cidade de Isaías 54, citada acima. Mas a cidade de Isaías teria portas de carbúnculos (Isaías 54:12). Para tratar as duas profecias literalmente, teríamos que esperar duas cidades fantásticas ainda no futuro – uma com portas de carbúnculos e outra com portas de pérola? Não devemos nos perder neste tipo de interpretação literal. A igreja não tem e não terá, literalmente, portas de pérolas gigantes, nem de carbúnculos. Estas portas fazem parte da figura de uma cidade perfeita, preciosa e gloriosa, pois ela representa a perfeição da comunhão dos santos com Deus!
A praça da cidade é de ouro puro, como vidro transparente: Pureza total e de uma magnitude que desafia a imaginação. Os recursos de ouro que Salomão recebia durante seu reinado foram impressionantes (1 Reis 10:14-22), mas não seriam nada em contraste com uma cidade de 2.200 quilômetros cúbicos feita de ouro com a praça de ouro! E tudo de ouro puro, límpido como vidro! Como a santidade se tornou linda aos olhos de João, e deve se tornar igualmente bonita, perfeita e desejável aos olhos de cada servo do Senhor (Hebreus 12:14; cf. Salmo 19:7-10).
21:22-24 – Nela, não vi santuário, porque o seu santuário é o Senhor, o Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro. 23 A cidade não precisa nem do sol, nem da lua, para lhe darem claridade, pois a glória de Deus a iluminou, e o Cordeiro é a sua lâmpada. 24 As nações andarão mediante a sua luz, e os reis da terra lhe trazem a sua glória.
Nela, não vi santuário, porque o seu santuário é o Senhor, o Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro: O santuário do tabernáculo e, depois, do templo, no Velho Testamento, servia para representar a presença de Deus. Era uma sombra da comunhão íntima dos santos com o Senhor. Mas o Cordeiro trouxe esta comunhão íntima. Habitou entre os homens (João 1:14). Prometeu fazer morada nos fiéis (João 14:23). No Apocalipse, Deus estende sobre os fiéis o seu santuário (7:15). Ele é o santuário verdadeiro dos seus servos.
A cidade não precisa nem do sol, nem da lua, para lhe darem claridade, pois a glória de Deus a iluminou, e o Cordeiro é a sua lâmpada: Além de oferecer a proteção como santuário, Deus é a única fonte de luz, pois ele é luz (1 João 1:5). No universo físico, ele colocou o sol, a lua e as estrelas para alumiar a terra, mas a luz já existia antes da criação desses luzeiros (Gênesis 1:3,14-19). Isaías usou o mesmo conceito para descrever a bênção da comunhão no reino messiânico (Isaías 60:1-3,19-20). Jesus afirmou claramente: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, pelo contrário, terá a luz da vida” (João 8:12).
As nações andarão mediante a sua luz, e os reis da terra lhe trazem a sua glória: Em Isaías 60:3, o profeta olhou para a glória futura do reino de Cristo e falou que as nações e reis iam encaminhar-se para a luz de Deus. É uma das várias profecias da salvação dos gentios cumpridas a partir da conversão da família de Cornélio (Atos 10).
21:25-26 – As suas portas nunca jamais se fecharão de dia, porque, nela, não haverá noite. 26 E lhe trarão a glória e a honra das nações.
As suas portas nunca jamais se fecharão de dia, porque, nela, não haverá noite: A salvação e a oportunidade de entrar no reino do Senhor são estendidas a todos. As nações e os reis têm este privilégio de participar do reino eterno de Cristo. A iluminação constante representa a bênção do perdão que Deus deu a Israel (Isaías 30:26).
E lhe trarão a glória e a honra das nações: A entrada dos povos traz glória para Deus. Isaías 60:11 diz: “As tuas portas estarão abertas de contínuo; nem de dia nem de noite se fecharão, para que te sejam trazidas riquezas das nações, e, conduzidos com elas, os seus reis.” Isaías falou, várias vezes, da glória que as nações dariam para o Senhor e para o povo fiel (Isaías 45:14; 49:22-23; 60:5,11-14; 61:6).
21:27 – Nela, nunca jamais penetrará coisa alguma contaminada, nem o que pratica abominação e mentira, mas somente os inscritos no Livro da Vida do Cordeiro.
Nela, nunca jamais penetrará coisa alguma contaminada, nem o que pratica abominação e mentira: Isaías, 800 anos antes de João ver esta visão, disse da glória de Sião: “E ali haverá bom caminho, caminho que se chamará o Caminho Santo; o imundo não passará por ele, pois será somente para o seu povo...” (Isaías 35:8; 52:1). A igreja é composta dos santificados; é a nação santa (1 Pedro 2:9).
No Velho Testamento, pessoas com defeitos físicos foram proibidas de servir como sacerdotes no santuário (Levítico 21:16-24), prefigurando a pureza espiritual dos sacerdotes na Nova Aliança, os cristãos santificados que habitam em Deus.
Mas somente os inscritos no Livro da Vida do Cordeiro: Os habitantes da cidade santa são os santos, as pessoas que pertencem ao Cordeiro.
22:1-2 – Então, me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro. 2 No meio da sua praça, de uma e outra margem do rio, está a árvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a cura dos povos.
Então, me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal: No Éden, um rio regava o jardim (Gênesis 2:10) e houve, também, a árvore da vida (Gênesis 3:22). Quando caiu no pecado, o homem perdeu seu acesso a essa árvore. Isaías profetizou da resposta divina à sede espiritual do povo perdido: “Os aflitos e necessitados buscam águas, e não as há, e a sua língua se seca de sede; mas eu, o SENHOR, os ouvirei, eu, o Deus de Israel, não os desampararei. Abrirei rios nos altos desnudos e fontes no meio dos vales; tornarei o deserto em açudes de águas e a terra seca, em mananciais” (Isaías 41:17-18; 43:20).
Que sai do trono de Deus e do Cordeiro: Na visão da cidade santa da habitação de Deus, Ezequiel viu um rio que nascia no templo, com árvores frutíferas de ambos os lados (Ezequiel 47:1-12). A água que sustenta vem do trono de Deus.
No meio da sua praça, de uma e outra margem do rio, está a árvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a cura dos povos: Este versículo é muito parecido com Ezequiel 47:12, frisando a bênção de estar na presença de Deus, na cidade santa, sustentado e protegido pelo próprio Senhor. O número doze, repetido nestas figuras, reforça a idéia do povo de Deus que recebe estas bênçãos na presença dele. Pelo povo dele, Deus oferece, também, cura para os povos. A divulgação do evangelho pela igreja do Senhor traz cura aos povos corrompidos pelo pecado.
22:3-4 Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela, estará o trono de Deus e do Cordeiro. Os seus servos o servirão, 4 contemplarão a sua face, e na sua fronte está o nome dele.
Nunca mais haverá qualquer maldição: Zacarias falou da salvação de Jerusalém quando disse: “Habitarão nela, e já não haverá maldição, e Jerusalém habitará segura” (Zacarias 14:11). A maldição que afligia o homem desde o pecado do primeiro casal no Éden foi removida pelo sacrifício de Jesus. A cidade santa é abençoada e segura.
Nela, estará o trono de Deus e do Cordeiro: Olhando para a circunstância abençoada de Israel restaurada, Jeremias disse: “Naquele tempo, chamarão a Jerusalém de Trono do Senhor” (Jeremias 3:17). Novamente, a figura frisa o ponto mais importante de toda esta imagem de bênção – a presença de Deus. A cidade santa deriva sua beleza e grandeza, não de pedras ou ouro ou qualquer outro elemento material, mas da presença de Deus. E todas as referências a materiais preciosos servem simplesmente como símbolos do povo abençoado na presença do seu Deus.
Os seus servos o servirão, contemplarão a sua face: Deus está no trono, e os servos lhe dão a devida honra. Não há privilégio maior para uma criatura do que servir na presença imediata do Criador. A proximidade desta comunhão é destacada pelo acréscimo: “contemplarão a sua face”. Esta expressão vem de vários textos que frisam a comunhão dos justos com Deus. “Eu, porém, na justiça, contemplarei a tua face; quando acordar, eu me satisfarei com a tua semelhança” (Salmo 17:15). “Porque o Senhor é justo, ele ama a justiça; os retos lhe contemplarão a face” (Salmo 11:7; cf. 140:13). Esta frase descreve o tipo de comunhão especial com Deus que Moisés gozava (Números 12:6-8; Deuteronômio 34:10).
E na sua fronte está o nome dele: O sumo sacerdote tinha na sua mitra uma lâmina de ouro com as palavras “Santidade ao Senhor (Êxodo 28:36-38) que usava para representar o povo diante de Deus. Aqui, o próprio povo de Deus se apresenta como a propriedade dele. Como já observamos nos comentários sobre 3:12, o nome gravado representa posse. O povo – a igreja, a noiva, a cidade santa – pertence a Deus.
22:5 – Então, já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos.
Então, já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem de luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles: Ele repete o mesmo tema de 21:23-25. A luz venceu. Os cidadãos deste reino já saíram “do império das trevas” (Colossenses 1:13) para andar na luz (1 João 1:5-7).
E reinarão pelos séculos dos séculos: A vitória dos fiéis não é limitada a algum período fixo (veja comentários sobre 20:4,6), pois é eterna. Daniel viu este mesmo período da vitória do reino de Deus sobre o arrogante imperador romano, e disse: “Mas os santos do Altíssimo receberão o reino e o possuirão para todo o sempre, de eternidade em eternidade” (Daniel 7:18; cf. 7:22 e 27).
Conclusão
Nas cartas às igrejas nos capítulos 2 e 3, Jesus fez uma série de promessas aos vencedores. Somadas, essas promessas falaram da comunhão com Deus, da bênção de habitar na presença do Senhor. A descrição da cidade santa, a nova Jerusalém, reforça todas aquelas promessas. No nosso estudo deste trecho, devemos lembrar que a ênfase não está em lugar (céu ou terra) nem tempo (passado, presente ou futuro), mas na pessoa de Deus habitando no meio do seu povo abençoado e protegido. “Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus, e daí jamais sairá” (3:12). “Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono” (3:21). Que consolação!

A Nova Jerusalém (Apocalipse 21:1 - 22:5)

A Nova Jerusalém (Apocalipse 21:1 - 22:5)

sábado, 25 de fevereiro de 2012

CARINHO É BOM INVESTIMENTO.

CARINHO É BOM INVESTIMENTO
Havia uma pequena aldeia onde não existia dinheiro. Tudo o que as pessoas precisavam para viver feliz elas obtinham trocando CARINHO umas com as outras, simbolizado por um floquinho de algodão.

Era comum as pessoas darem seus floquinhos sem querer nada em troca, pois sabiam que receberiam outros num outro momento, outro dia.

Uma bruxa, que vivia fora da aldeia, convenceu um garoto a não mais dar seus floquinhos. Desta forma ele seria a pessoa mais rica da cidade e teria tudo o que quisesse. Iludido pelas palavras da malvada, o menino, que era uma das pessoas mais populares e queridas da aldeia, passou a juntar seus floquinhos e em pouquíssimo tempo sua casa estava repleta deles, ficando até difícil de se mexer ali.

Quando se deu conta, a cidade já não tinha mais CARINHO. E em seu lugar apareceram coisas ruins como a GANÂNCIA, ROUBO, ÓDIO, XINGAMENTO, INDIFERENÇA.

O menino foi o primeiro a sentir-se TRISTE e SOZINHO e foi procurar a velha para dizer-lhe umas boas, mas não a encontrou. Disposto a reparar o mal, pegou uma grande carriola, colocou todos os seus floquinhos nela e caminhou pela cidade disposto a distribuí-lo graciosamente a todos. Mas as pessoas não recebiam CARINHO a tanto tempo que o olhavam com DESCONFIANÇA.

Por fim, conseguiu distribuir todos eles, mas não recebeu nenhum de volta e ficou um dúvida se tinha feito a coisa certa. Foi quando a ESPERANÇA apareceu e disse-lhe que continuasse até que todos voltassem a se lembrar da importância de dar e receber CARINHO. Ao que ele respondeu: - Não tenho mais CARINHO para dar, minha carriola está vazia.

Tem sim, disse-lhe a ESPERANÇA, sua carriola pode estar vazia, mas seu coração, com certeza, está cheio.

- É verdade, disse o menino, já não me sinto mais triste e sozinho, que mistério é esse?

- Ao distribuir CARINHO, você estava semeando uma boa semente, e todos o que semeiam uma semente tão boa como esta, certamente colherão em abundância.

 

Aquilo que o homem semear, isso também ceifará.
Gálatas 6.7

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

I. O primeiro discurso de Eliú (32:1 - 33:33)

I. O primeiro discurso de Eliú (32:1 - 33:33)
A. Eliú é estimulado a entrar na discussão (32:1-5).
1. Há uma pausa no debate porque os amigos evidentemente sentem a inutilidade de responder a Jó, e este terminou sua defesa.
2. É nos apresentado Eliú, que não tinha sido mencionado anteriormente no livro, mas que, obviamente, ouviu a conversa entre Jó e seus amigos.
3. Em consideração à idade avançada dos três amigos e de Jó, Eliú tem permanecido calado, mas agora sua ira se acendeu contra todos os quatro.
a. Sua ira contra Jó foi porque Jó estava mais interessado em justificar-se do que em afirmar a justiça de Deus (v. 2).
b. Sua ira contra os amigos foi porque eles tinham condenado Jó quando não tinham uma resposta para o dilema dele (vs. 3, 5).
B. Eliú explica sua intervenção na discussão (32:6-14).
1. Ele tinha-se contido para não entrar na discussão até que a "idade" tivesse falado, mas tinha ficado óbvio que idade não garante sabedoria (vs. 6-9).
2. Ele tinha ouvido atentamente as palavras dos amigos, mas eles não tinham convencido Jó e ele os alerta do erro em afirmar que somente Deus poderia responder a Jó (vs. 10-13).
3. Eliú não usará os argumentos ineficazes deles (v. 14).
C. Eliú declara sua ansiedade por falar (32:15-22).
1. Ele nota o silêncio dos amigos e então afirma: "...declararei minha opinião" (vs. 15-17).
2. Ele compara sua ansiedade por falar com a pressão do vinho que está fermentando e não tem como liberar os gases produzidos (vs. 18-20).
3. Ele exprime sua intenção de não mostrar nenhuma parcialidade, nem de lisonjear (vs. 21-22).
D. Eliú anima Jó a ouvir e responder, se puder (33:1-7).
1. Ele afirma a veracidade do que está dizendo (vs. 1-3).
2. Ele também recorda a Jó sua simples humanidade para com ele, indicando que não o aterrorizará ou o pressionará, como Jó acusou Deus de fazer (vs. 5-7; veja 9:34; 13:21; 23:15).
E. Eliú cita as declarações de Jó (33:8-11).
F. Eliú responde aos clamores de Jó (33:12-30).
1. Parece que Eliú primeiramente castiga Jó porque ele havia sugerido que Deus precisava explicar seus atos; Deus não precisa prestar contas ao homem (vs. 12-13).
2. Eliú afirma, contudo, que Deus de fato fala ao homem com o propósito de instruí-lo (vs. 14-18).
3. Eliú sugere que Deus também usa a dor para castigar e ensinar os homens (vs. 19-30).
a. A aflição de um homem é descrita. A descrição realmente se ajusta ao caso de Jó muito bem (vs. 19-22).
b. Deus mostra sua graça revelando ao homem aflito a razão de seu sofrimento e preservando o homem da morte (vs. 23-26).
c. O homem castigado por Deus e arrependido confessará seus pecados, ao reconhecer a misericórdia de Deus (vs. 27-28).
G. Eliú encoraja novamente Jó a ouvi-lo e a respondê-lo se puder (33:31-33).
II. O segundo discurso de Eliú (34:1-37)
A. Eliú apela aos seus ouvintes para que raciocinem com ele (vs. 1-4).
B. Eliú cita as queixas de Jó (vs. 5-9).
1. Jó afirmou sua inocência e acusou Deus de injustiça (vs. 5-6).
2. Eliú mantém que, por suas palavras, Jó juntou-se à companhia dos ímpios (vs. 7-9).
C. Eliú afirma a justiça de Deus (vs. 10-30).
1. É impensável que o Todo-Poderoso cometesse iniquidade; ele recompensa os homens de acordo com suas obras (vs. 10-12).
2. Deus age, de fato, maliciosamente? Se Deus agisse egoistamente, pensando somente em si, o homem pereceria rapidamente porque o homem depende em todos os momentos da bondade de Deus (vs. 13-15).
3. Eliú indica a inconveniência de questionar a justiça de Deus (vs. 16-18).
4. Deus não mostra parcialidade; o rico e o pobre são ambos sua criação (vs. 19-20).
5. Eliú declara que os ímpios não estão escondidos de Deus e que ele os aniquila (21-28). Ele também tem compaixão dos aflitos.
6. Ninguém é capaz de resistir ao seu julgamento (vs. 29-30).
D. Deus não está sujeito ao homem. Parece que Eliú está tentando fazer com que Jó veja que Deus não tem que se comportar segundo os termos dos homens (vs. 31-33).
E. Eliú acusa Jó de impiedade (vs. 34-37).
1. Eliú afirma que tem o apoio dos sábios em sua apreciação da conduta de Jó (vs. 34-35).
2. Eliú acredita que Jó tem falado como ímpio e deverá ser punido como tal (vs. 36).
3. Ele acusa Jó de rebelião e irreverência para com Deus (vs. 37; veja 27:2).

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Digno É o Cordeiro (Apocalipse 5:1-14)

Digno É o Cordeiro (Apocalipse 5:1-14)
O Senhor, sentado no seu trono, é digno de louvor. Mas quem é digno de abrir o livro que revela os planos dele? Não há homem, nem anjo, que possa chegar à presença de Deus para receber o livro. Esta descoberta triste encontra sua solução em Jesus, o Leão de Judá e Cordeiro de Deus. Ele, também, é digno de adoração. Como observamos na lição 12, este texto é parecido com Daniel 7:9-14. Leia, novamente, esta parte do sonho de Daniel antes de começar o estudo do Apocalipse 5.
5:1 – Vi, na mão direita daquele que estava sentado no trono, um livro escrito por dentro e por fora, de todo selado com sete selos.
Vi, na mão direita daquele que estava sentado no trono: A mão direita sugere a posição de grande importância. Representava a bênção do primogênito (Gênesis 48:13-18), a posição de honra na presença do rei (1 Reis 2:19) e a força vitoriosa (Jó 40:14; Isaías 63:11-14). A Sabedoria retém, na sua mão direita, o poder para alongar a vida (Provérbios 3:16). A mão direita de Deus representa, freqüentemente, seu poder para estabelecer, proteger e resgatar o seu povo (veja especialmente as citações em Salmo 80:14-15; Isaías 62:8). Por outro lado, é da mão direita de Deus que vêm os castigos para os inimigos dele (Habacuque 2:16). O rei escolhido para governar o seu povo é descrito como “o anel do selo da minha mão direita” (Jeremias 22:24). É a mão do juramento imutável de Deus a favor dos fiéis (Isaías 62:8; compare Hebreus 6:13-20). Reis seguravam o cetro de autoridade na mão direita (Mateus 27:29). Foi na mão direita que Jesus segurava as sete estrelas (1:16; 2:1). Foi a mão da marca de posse dos servos da besta (13:16-17). Podemos concluir que Deus segurava na mão direita uma demonstração de sua autoridade pela qual daria poder ao seu Ungido para proteger o povo fiel e castigar os inimigos. É exatamente isso que encontraremos nos próximos capítulos.
Um livro escrito por dentro e por fora, de todo selado com sete selos: O livro seria um rolo, provavelmente de pergaminho, com palavras escritas nos dois lados, e selado com sete selos. O “rolo do livro” representa a vontade de Deus para ser executada por seu servo (Salmo 40:7-8). Jeremias escreveu em “um rolo, um livro” tudo que Deus pretendia fazer para castigar Israel, Judá e as nações, com intuito de incentivar o povo a se arrepender (Jeremias 36:2-3). Um dos trechos mais importantes para podermos entender a imagem do livro aqui se encontra em Ezequiel 2:8-3:15. O profeta Ezequiel recebeu e comeu “o rolo de um livro...escrito por dentro e por fora” que continha “lamentações, suspiros e ais” (2:10). Este livro representava a sua comissão para pregar ao povo sobre os castigos determinadaos por Deus. Abrindo os selos, um por um, revelaria aos poucos a vontade de Deus, para proteger os fiéis e castigar os ímpios, que seria executada pela pessoa que tomaria o rolo. O fato de ter sete selos enfatiza a fonte desta revelação – é a vontade de Deus.
5:2 – Vi, também, um anjo forte, que proclamava em grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de lhe desatar os selos?
Vi, também, um anjo forte, que proclamava em grande voz: Três vezes no Apocalipse, um “anjo forte” aparece como servo de Deus. Aqui, o papel deste mensageiro é perguntar em voz forte, deixando bem clara a vontade de Deus de achar a pessoa certa para a tarefa importante de abrir o livro.
Quem é digno de abrir o livro e de lhe desatar os selos?: O foco do versículo 2 não é o mensageiro, mas sim a mensagem. Quem é digno de revelar e executar a vontade de Deus? Chamadas de líderes e profetas em todas as épocas da história bíblica destacam a indignidade dos homens escolhidos. Moisés precisou tirar as sandálias e escondeu o rosto, temendo olhar para Deus (Êxodo 3:5-6). Arão e seus filhos precisavam de rituais de purificação antes de começar seu serviço como sacerdotes e cada vez que entravam na presença de Deus. Isaías se viu como homem perdido e pecador, e achou que ia morrer por ter visto o Senhor; foi qualificado pela missão dada por Deus somente depois de ser purificado dos seus pecados (Isaías 6:5-7). Ezequiel caiu “com o rosto em terra” e só levantou quando Deus lhe mandou que assim fizesse (Ezequiel 1:28-2:2). João caiu “como morto” na presença de Jesus (1:17). Nenhum destes homens se achou digno de cumprir alguma missão como servo de Deus. Todos, manchados pelos próprios pecados, reconheceram a sua incapacidade de fazer as grandes obras de Deus. Cumpriram suas missões somente pela graça de um Deus misericordioso.
Quem, então, seria digno de abrir a revelação da vontade de Deus?
5:3 – Ora, nem no céu, nem sobre a terra, nem debaixo da terra, ninguém podia abrir o livro, nem mesmo olhar para ele;
Nem no céu, nem sobre a terra, nem debaixo da terra, ninguém...: Sabemos que Deus poderia ter apresentado a resposta imediatamente, mas ele primeiro deixa João e os leitores verem a situação desesperada do homem. Se dependesse dos homens ou até dos anjos no céu, a vontade de Deus não seria cumprida. Não acharam ninguém digno de olhar para o livro, muito menos abri-lo!
Este trecho nos ajuda a entender o propósito do Velho Testamento. Quando Adão e Eva pecaram, Deus, obviamente, poderia ter enviado Jesus para já oferecer perdão pelos pecados e restaurar a comunhão com ele. Mas Deus não fez isso. O Senhor deixou o homem procurar uma solução. Os patriarcas não conseguiram a perfeição nas suas próprias obras. Mesmo o povo de Israel, privilegiado com uma lei mais detalhada, não conseguiu se qualificar diante de Deus. Depois de milhares de anos de fracassos humanos, ninguém teria como discordar de Paulo quando diz: “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3:23). Ele se viu na mesma situação de todos os outros, e gritou no desespero: “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” A resposta de Paulo é a mesma do Apocalipse 5: “Graças a Deus por Jesus Cristo” (Romanos 7:24-25).
5:4 – e eu chorava muito, porque ninguém foi achado digno de abrir o livro, nem mesmo de olhar para ele.
Eu chorava muito: João se achou sem esperança. Confiava tanto em Deus que queria ver a vontade divina executada, mesmo sem saber o conteúdo do livro. Mas, se não tivesse ninguém para abrir o livro, os servos do Senhor não receberiam o benefício do propósito de Deus. E nós, quando percebemos que a vontade de Deus não é cumprida, ou na nossa própria vida ou na vida de pessoas próximas, sentimos o mesmo desespero, a mesma tristeza, que João sentiu?
5:5 – Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos.
Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá: Esta vez é um dos anciãos que fala com João. Ele o consola, não com palavras vazias, mas com a verdadeira esperança que vem somente em Jesus.
O homem busca uma resposta à sua necessidade e à sua tristeza. Muitos oferecem soluções vazias. Procuram consolar com promessas de alegria e auto-realização, mas quaisquer promessas que não se baseiam em Jesus são totalmente vãs.
Jesus é o Leaõ da tribo de Judá. O leão é um animal forte e dominador, que representa o poder real (Provérbios 30:30). É citado muitas vezes na Bíblia para representar o poder destrutivo que despedaça o inimigo (Salmo 7:2; 22:13; Jeremias 4:7; etc.). Representa a coragem daquele que não desiste quando ameaçado (Provérbios 28:1). Não há dúvida de que Jesus, descendente legítimo de Davi, seja o Leão de Judá.
A Raiz de Davi: As imagens de poder e realeza envolvem a linhagem real de Davi. Isaías 11 profetiza sobre o renovo, ou rebento, que surge das raízes de Jessé, pai de Davi. É uma profecia importante sobre o rei messiânico, cumprida em Jesus e confirmada por esta citação no Apocalipse. Paulo aplica a mesma profecia de Isaías a Jesus (Romanos 15:8-13). No Apocalipse, Jesus mesmo afirma ser esta Raiz (22:16).
Venceu para abrir o livro e os seus sete selos: O que destaca Jesus de todos os outros, no céu e na terra, é a sua vitória. Ele é digno porque ele venceu. Seria impossível exagerar o valor do sacrifício de Jesus ou o tamanho da vitória na sua vida, morte e ressurreição (João 16:33; 1 Coríntios 15:57). O fato de Jesus ter sido o único que, na carne, já venceu o inimigo por sua própria justiça o deixa exclusivamente qualificado – digno – de abrir o livro.
5:6 – Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra.
Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro: A posição do Leão já demonstra a sua superioridade. Ele está no meio do trono, no meio dos seres viventes, junto ao Pai, entre os anciãos. Assim os anciãos estariam entre João e o Leão, explicando por que um deles lhe falou. Agora, João olha para ver o Leão e vê um Cordeiro! Esta é a primeira de 30 vezes no Apocalipse que Jesus é chamado de Cordeiro. Numa visão em que Deus revela os seus mistérios, ele tem todo direito de misturar símbolos para comunicar fatos importantes sobre Jesus e sua missão. Jesus é, ao mesmo tempo, o Leão de Judá e “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1:29). Cordeiros foram usados em rituais de alianças e nos sacrifícios a Deus desde a época dos Patriarcas (Gênesis 15:9; 22:7-8). O significado mais importante do Velho Testamento vem do cordeiro pascal que serviu para livrar os israelitas da morte e permitir a saída deles do Egito (Êxodo 12:1-28). No Novo Testamento, Jesus se tornou nosso Cordeiro pascal (1 Coríntios 5:7), pois seu sangue nos salvou da morte e nos livrou da escravidão no pecado (1 Pedro 1:19). Enquanto o Leão ruge e despedaça os seus inimigos, o Cordeiro foi levado mudo ao matadouro (Atos 8:32; Isaías 53:7). Mas, como veremos no resto do livro, este Cordeiro é o principal Vencedor!
Como tendo sido morto: João não explica precisamente como, mas diz que o Cordeiro tinha aparência de ter sido morto. Sabemos que Jesus esteve morto e está vivo, assim retendo a autoridade sobre a morte (1:18). Este fato é fundamental à posição do Cordeiro, servindo como base de louvor (5:9).
Sete chifres: As outras vezes no livro que encontraremos figuras com chifres serão os inimigos de Deus. Mas aqui, o Cordeiro tem sete chifres. Como já observamos, este Cordeiro é o grande Vencedor. Ele tem poder para resistir e derrotar os inimigos. Os cristãos não foram deixados sem defesa. O seu Cordeiro pascal tem chifres. É o Leão!
Sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus: Mais uma vez, refere-se aos sete Espíritos, esta vez como olhos enviados por Deus “por toda a terra”, enfatizando a onisciência do Espírito Santo (veja 1:4; 3:1; 4:5).
5:7 – Veio, pois, e tomou o livro da mão direita daquele que estava sentado no trono;
Tomou o livro: Jesus, completa e exclusivamente qualificado, toma o livro da mão de Deus. Agora ele tem poder para revelar e executar a vontade do Pai contida no livro.
5:8 – e, quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos,
Quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro: Por ser achado digno de tomar o livro, Jesus se mostra digno de adoração. A adoração aprovada na Bíblia pertence exclusivamente a Deus, como o próprio Jesus afirmou (Mateus 4:10). Jesus recebe adoração diversas vezes nas Escrituras, não somente no céu, mas também durante sua jornada na terra (Mateus 15:25; 28:17; João 9:38). De fato, o Pai mandou que os anjos adorassem Jesus (Hebreus 1:6). O divino Cordeiro vencedor merece o nosso louvor.
Tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos: Num trecho cheio de símbolos baseados no Velho Testamento, encontramos mais dois. Harpas foram usadas no louvor dos judeus no templo (Salmo 43:4; 81:2), e o incenso fazia parte integral do serviço a Deus no tabernáculo (Êxodo 30:1-9) e no templo (1 Reis 7:48-50). Nesta cena, em que os anciãos se prostram diante do Santo dos Santos celestial, eles vêm com suas harpas e taças de incenso. O significado do incenso é explicado: são as orações dos santos. Embora o altar do incenso tenha ficado do lado de fora do véu, ele pertencia ao Santo dos Santos (Hebreus 9:3-4) porque o aroma passava pelo véu e chegava à presença de Deus. Aqui entendemos que o incenso representava as orações dos santos chegando a Deus (veja Salmo 141:2).
5:9 – e entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação
Entoavam novo cântico: Novos cânticos foram preparados para marcar ocasiões especiais (Salmo 33:3), especialmente para celebrar a salvação pela mão do Senhor (Salmo 40:3; 144:9-10). O motivo deste louvor especial é dado nas linhas seguintes.
Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos: O louvor no capítulo 4 foi dirigido ao Pai. No capítulo 5, é o Cordeiro que recebe a adoração, pois ele se mostrou digno de abrir os selos do livro. Uma mensagem selada por um rei deveria chegar ao destinatário designado por ele sem ser aberta. Aqui, Deus entrega diretamente na mão da única pessoa digna de abrir os selos.
Porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação: Jesus recebe louvor por ser o Salvador ressuscitado que se sacrificou para oferecer salvação a todos. Uma das principais controvérsias na igreja do primeiro século foi a igualdade de judeus e gentios diante de Deus. Judaizantes atrapalharam o trabalho de Paulo e outros durante vários anos. Alguns dos próprios apóstolos demoraram para compreender a intenção de Deus de oferecer a mesma salvação para todos (1 Timóteo 2:3-4; Tito 2:11). Por este motivo, ele chama todos ao arrependimento (Atos 17:30-31), e pessoas de todas as nações são atraídas ao Senhor (Isaías 2:2-4; João 12:32; Romanos 1:16). Doutrinas como o Calvinismo que alegam que Deus, no seu capricho, escolheu alguns para a salvação e recusou outros, contradizem as afirmações do Novo Testamento e negam este motivo de adoração a Jesus. Ele morreu pelos pecados de todos, porque Deus amou ao mundo, não somente algumas pessoas (João 3:16).
5:10 – e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra.
E para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes: Jesus estabeleceu o seu reino e fez sacerdotes de todos os seus verdadeiros discípulos (1:6). O reino de Cristo existe atualmente, e os salvos fazem parte dele (Colossenses 1:13). Quando nós somos convertidos a Cristo, tornamo-nos o sacerdócio santo dele, com o privilégio de lhe oferecer sacrifícios (1 Pedro 2:5,9).
E reinarão sobre a terra: Os vencedores serão exaltados para participar do reino de Cristo (2:26-27; 3:9,21; veja 20:4).
5:11 – Vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número era de milhões de milhões e milhares de milhares,
Vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número era de milhões de milhões e milhares de milhares: Os anciãos evidentemente iniciaram o louvor, mas João percebeu logo que as hostes do céu participaram. Anjos, seres viventes, anciãos! Milhões deles deram honra ao Cordeiro! Se já ficamos emocionados quando participamos do louvor sincero no meio de dezenas ou centenas de pessoas, imagine como seria o louvor de milhões ao redor do trono adorando o Cordeiro que nos resgatou!
5:12 – proclamando em grande voz: Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor.
Digno é o Cordeiro: Já foi declarado digno, diante do Pai, de abrir o livro. Agora é declarado digno de receber a adoração da multidão.
O poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor: A linguagem aqui nos lembra do louvor oferecido por Davi em 1 Crônicas 29:10-13. As mesmas palavras usadas para adorar ao Senhor (Jeová) no Velho Testamento são empregadas na adoração do Filho no Novo Testamento.
5:13 – Então, ouvi que toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, estava dizendo: Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos.
Então, ouvi que toda criatura que há...estava dizendo: Ainda tem mais! Depois de ver a glória do Cordeiro, João viu os anciãos louvando, depois os milhões no céu. Agora ele abre mais ainda a cena e percebe que toda a criação, do alto do céu até o fundo do mar, está participando do louvor dirigido ao Pai e ao Cordeiro! As mesmas palavras de adoração aplicam igualmente aos dois.
5:14 – E os quatro seres viventes respondiam: Amém! Também os anciãos prostraram-se e adoraram.
E os quatro seres viventes respondiam: Amém!: A atenção de João volta das extremidades da imensa multidão em direção ao trono, onde os quatro seres viventes, os mesmos que adoram sem descansar (4:8) falam Amém!
Também os anciãos prostraram-se e adoraram: Esta cena de louvor começa e termina com os anciãos. Obviamente, a adoração nunca pára. É como se estivesse começando uma nova onda na maré de louvor incessante que vai dos anciãos às hostes celestiais, à toda a criação, aos seres viventes, aos anciãos.... 
Conclusão
A inda acontecerão muitas coisas no Apocalipse, mas a cena apresentada nos capítulos 4 e 5 nos mostra a realidade eterna da soberania e dignidade do Pai e do Filho. As vozes dos servos de Deus na terra se juntam às vozes dos servos no céu na adoração constante, que continuará para toda a eternidade. O nosso Criador merece esta honra. O nosso Redentor também!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O Lenhador e o Machado.

Reflexão Bíblica: O Lenhador e o Machado

Reflexão : O Lenhador e  o Machado

Essa é a história de Pedro, um ótimo lenhador que chegou a uma serraria procurando emprego. O capataz deu-lhe um dia para que ele mostrasse as suas habilidades.
Pedro surpreendeu o capataz, pois era capaz de derrubar dez árvores enquanto o normal era abater duas por dia. O melhor lenhador derrubava quatro.
Diante disso, Pedro foi alvo de comentários por parte de todos, pois era o melhor lenhador que se conhecia. Foi um verdadeiro sucesso. Porém, depois de algum tempo, sua produção baixou até que passou a ser o pior de todos os lenhadores. O que estaria acontecendo? O capataz preocupado, procurando saber o que estava havendo, chamou Pedro e disse:
- No dia em que você chegou aqui derrubou dez árvores, sem demonstrar cansaço e assim continuou por algum tempo. Mas ultimamente o vejo abatido e esgotado, sua produção foi caindo e você tem derrubado apenas uma árvore por dia. O que houve?
- Não sei, respondeu Pedro. Estou trabalhando como nunca trabalhei antes: tenho me esforçado três vezes mais, sou o primeiro a ir para a mata e o último a voltar!
O capataz pensou um pouco e perguntou a Pedro:
- Pedro, nesse tempo que está aqui, quantas vezes você amolou o machado?
E Pedro, um pouco atrapalhado, respondeu:
- Nenhuma, não tive tempo.
Quantas vezes voce amolou seu machado desde que foi chamado por Jesus? Nossa produção tem que no mínimo permanecer estável. Nunca diminuir! O que temos produzido com nossa ferramenta dada por Deus?
Nosso machado é nossa fé e nosso amolador é o Espírito Santo. Se voce nãoa tiver contato com Ele, seu machado vai dimiuindo a produção até ficar totalmente cego.
“Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo propósito debaixo do céu.” Eclesiastes 3:1

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Jesus Vence as Bestas (Apocalipse 19:11-21)

Jesus Vence as Bestas (Apocalipse 19:11-21)
O último inimigo apresentado foi o primeiro derrotado. A Babilônia caiu e os habitantes da terra lamentaram a sua destruição. Agora chegamos à segunda fase da vitória de Jesus, a destruição das bestas. Este trecho fala principalmente sobre o Vencedor, dando muito mais destaque ao Verbo de Deus do que aos adversários. A ênfase está no caráter de Jesus, pois a vitória vem de sua natureza justa e pura. Quando chega à cena da batalha, tudo passa num piscar de olhos. A vitória divina é certa e total. Jesus é o Rei dos reis e Senhor dos senhores!
19:11 – Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça.
Vi o céu aberto: O céu aberto em João 1:51 mostra o papel essencial de Jesus na salvação, dando aos homens acesso ao céu. Em Atos 10:11, o céu aberto revela a mensagem da salvação dos gentios. Agora, o céu aberto revela a salvação dos fiéis depois das tribulações sofridas pelas mãos dos perseguidores.
E eis um cavalo branco: A identificação do cavalo e do cavaleiro vencedor do primeiro selo (6:1-2) depende, em parte, deste trecho. Aqui, não há dúvida sobre o cavaleiro, que logo será identificado como o Verbo de Deus (19:13). Já sabendo que se trata de Jesus, observemos bem as características destacadas nesta descrição.
O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro: Jesus é “a testemunha fiel e verdadeira” (3:14; cf. 1:5; 2 Coríntios 1:20-22).
E julga e peleja com justiça: Esta descrição destaca dois aspectos interligados do trabalho de Jesus: Œ Ele julga. Na vinda de Jesus ao mundo, ele já julgou os homens que amavam as trevas (João 3:19). O Pai deu ao Filho o poder de julgar (João 5:22,27,30; 8:16; Atos 17:31; Romanos 2:16; 2 Timóteo 4:1).  Ele peleja. A consolação dos santos depende de sua confiança no comandante. Na saída do Egito, Moisés prometeu que o Senhor pelejaria pelos israelitas (Êxodo 14:14). Prometeu a mesma coisa quando discutiram sobre a conquista da terra prometida, mas o povo não confiou no Senhor, achando os inimigos mais poderosos do que o próprio Senhor (Deuteronômio 1:26-32). Este exemplo tem significado especial em relação à mensagem do Apocalipse, pois a questão que os cristãos da época – como os de todas as épocas – enfrentaram foi a mesma: confiar em Deus ou temer os inimigos? A resposta certa vem das palavras de Moisés: “Não os temais, porque o SENHOR, vosso Deus, é o que peleja por vós” (Deuteronômio 3:22). As orações de Daniel foram respondidas por uma visão de um homem de aparência semelhante ao cavaleiro aqui, que pelejava contra o príncipe da Pérsia (Daniel 10). Conhecimento desse guerreiro trouxe conforto ao profeta. Da mesma maneira que o povo de Israel procurou um rei guerreiro em Saul (1 Samuel 8:19-20) e achou um verdadeiro guerreiro no rei Davi (2 Samuel 5:1-3), os servos no Apocalipse procuram e acham em Jesus o perfeito guerreiro rei que irá adiante deles para enfrentar e esmagar o inimigo (6:10; 19:14).
19:12 – Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça.
Os seus olhos são chama de fogo: A mesma descrição de Jesus em 1:14 (cf.comentários na lição 4), que nos lembra do guerreiro de Daniel 10:6. Ele vê tudo.
Na sua cabeça, há muitos diademas: Nas duas outras vezes que esta palavra aparece no livro, diademas representam autoridade e poder – do dragão (12:3) e da besta do mar (13:1). Aqui, obviamente, demonstram a autoridade e o poder de Jesus. No Velho Testamento, diademas ou mitras representam a glória de uma pessoa (Provérbios 1:9; 4:9; Ezequiel 21:26). Deus é o diadema ou a glória do seu povo (Isaías 28:5), e seu povo fiel é a glória na cabeça dele (Isaías 62:3; cf. Efésios 1:12). Jesus foi coroado de glória (Hebreus 2:9).
Tem um nome escrito que ninguém conhece, senão ele mesmo: Nomes dados representam o caráter ou as características de uma pessoa (Marcos 3:16-17; Lucas 8:30; João 17:26). Jesus merece um nome superior aos outros (Hebreus 1:4; Filipenses 2:9). Mesmo quando ouvimos nomes atribuídos a Jesus (como “o Verbo de Deus” do próximo versículo), não conseguimos compreender a grandeza do seu caráter. Ele continua sendo santo e sublime.
19:13 – Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome se chama o Verbo de Deus;                      
Está vestido com um manto tinto de sangue: O sangue de quem? Há, pelo menos, três explicações possíveis: Œ O sangue dele mesmo. Certamente foi o sangue do Cordeiro que trouxe a redenção e garantiu a vitória dos fiéis (cf. 1:5; 5:9; 7:14; 12:11; 22:14);  O sangue dos mártires, o motivo da vingança que o cavaleiro traz (cf. 6:10; 16:6; 17:6; 18:24; 19:2); Ž O sangue dos inimigos vencidos pelo Senhor (cf. 14:20). A figura similar numa profecia do Antigo Testamento pode esclarecer o sentido, favorecendo a terceira opção citada. O guerreiro volta de Edom com o sangue dos inimigos na sua roupa (Isaías 63:1-6).
E o seu nome se chama o Verbo de Deus: Um nome usado para identificar Jesus em João 1:1, 14 e 1 João 1:1. O cavaleiro no cavalo branco é Jesus Cristo.
19:14 – e seguiam-no os exércitos que há no céu, montando cavalos brancos, com vestiduras de linho finíssimo, branco e puro.
E seguiam-no os exércitos que há no céu: Quase 250 vezes, a Bíblia fala de Deus como o “Senhor dos Exércitos”, uma forte afirmação de sua onipotência. Deus chamou “da extremidade do céu, ... os instrumentos da sua indignação” contra a Babilônia (Isaías 13:4-5).
Montando cavalos brancos, com vestiduras de linho finíssimo, branco e puro: A descrição dos cavalos e cavaleiros mostra que compartilham das qualidades do seu Senhor. As figuras aqui frisam a santidade, a justiça e a vitória (cf. 3:4-5,18; 4:4; 6:11; 15:6; 19:8). As vestiduras dos vencedores foram lavadas no sangue do Cordeiro (7:9,13-14; 22:14).
19:15 – Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e ele mesmo as regerá com cetro de ferro e, pessoalmente, pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso.
Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações: Uma característica de Cristo em 1:16, a espada da boca mostra o poder da palavra dele para julgar e castigar. Esta espada pode ser usada para pelejar contra igrejas que não se arrependem das suas obras más (2:16). Aqui, porém,é usada para castigar as nações ímpias. O efeito é semelhante ao da vara de ferro com qual Jesus domina e quebra nações, o próximo aspecto desta descrição.
E ele mesmo as regerá com cetro de ferro: O domínio de Cristo como descrito em 12:5, usando o conceito da profecia de Davi (Salmo 2:6-9). Os servos de Jesus participam deste reino em 2:26-27, como vêm os cavaleiros do exército para participar com Jesus aqui.
E, pessoalmente, pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso: Sobre o vinho e o lagar, veja os comentários sobre 14:8-10,19-20 na lição 25. As pessoas que tentam negar a severidade de Jesus, sugerindo uma diferença de caráter entre o Deus do Velho Testamento e o do Novo enfrentam grandes dificuldades com versículos como este. Jesus, pessoalmente, aplica o castigo e traz o furor de Deus sobre os ímpios. Doutrinas que enfatizam o amor de Deus até o ponto de rejeitar a sua santidade e justiça distorcem o ensinamento das Escrituras e oferecem aos pecadores uma consolação falsa. Mesmo na época da graça da Nova Aliança, não podemos esquecer da severidade de Deus sobre os desobedientes (Romanos 11:22; 2 Tessalonicenses 1:7-9; Hebreus 10:26-31).
Senhor e SENHOR no Velho e
no Novo Testamentos

Muitas versões da Bíblia (inclusive a ARA2 usada como a base textual destes estudos) usam a diferença entre letras minúsculas e maiúsculas para refletir uma diferença no texto original. Quando aparece SENHOR no Velho Testamento, representa o Tetragrama YHWH, que algumas outras versões traduzem como Javé, Jeová, Yahweh, etc. (cf. as notas na Bíblia de Estudo Almeida, da SBB, sobre Gênesis 2:4 e Êxodo 3:15). Senhor, no Velho Testamento, representa outros títulos ou nomes, ou de Deus ou de homens. 
O Novo Testamento foi escrito em grego, não em hebraico e, por este motivo, o Tetragrama não aparece nele. Qualquer tentativa de inserir o Tetragrama no Novo Testamento é uma alteração humana, e não uma tradução do original. 
O uso de maiúsculas em versículos como Apocalipse 19:16 não deve ser mal-entendido como referência ao Tetragrama. O motivo aqui é outro: vários títulos são apresentados em maiúsculas (cf. 17:5; Mateus 27:37; etc.).
19:16 – Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e ele mesmo as regerá com cetro de ferro e, pessoalmente, pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso.
Tem no seu manto e na sua coxa um nome inscrito: Nesta cena, Jesus se prepara para enfrentar os inimigos, e o nome mostrado na coxa e no manto é o nome pelo qual todo o mundo o conhecerá. Já sabemos de outros nomes: um que só ele conhece (19:12); outros pelos quais ele é conhecido pelos seus discípulos (o Verbo de Deus – 19:13; a Fiel Testemunha – 1:5; o Primogênito dos mortos – 1:5; o Soberano dos reis da terra – 1:5; o Filho de Deus – 2:18; o Santo, o Verdadeiro – 3:7; o Amém – 3:14; o Leão da tribo de Judá – 5:5; a Raiz de Davi – 5:5; o Cordeiro – 5:12; Fiel e Verdadeiro – 19:11; etc.). Quando ele se apresenta em batalha, tem um nome visível a todos, até aos inimigos.
REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES: Sobre o significado deste nome aplicado a Jesus, leia os comentários sobre 17:14 (lição 28). A referência a este nome aqui traz à memória dos fiéis a garantia da vitória daquele versículo. O Cordeiro vencerá, e os seus servos fiéis, também, serão vencedores! Os inimigos devem temer, pois logo enfrentarão o Rei dos reis e Senhor dos senhores!
19:17 – Então, vi um anjo posto em pé no sol, e clamou com grande voz, falando a todas as aves que voam pelo meio do céu: Vinde, reuni-vos para a grande ceia de Deus,
Vi um anjo posto em pé no sol: Este anjo não vem de baixo, e não traz a escuridão da fumaça do abismo (cf. 9:1-11). Este aparece no sol, visível a todos e cercado pela luz brilhante. Está em pé, numa posição que representa a sua autoridade e posição como representante do comandante vencedor, o Cordeiro.
E clamou com grande voz: O anúncio do anjo vem com a autoridade dada por Deus, como já aconteceu com outros avisos importantes dados por anjos (5:2; 10:3; 14:7,9,15,18; 18:2).
Falando a todas as aves que voam pelo meio do céu: Vinde, reuni-vos para a grande ceia de Deus: Antes de continuar a leitura aqui, devemos ver um trecho semelhante em Ezequiel 39:17-20. Ezequiel profetizou sobre a restauração do reino espiritual do Senhor (caps. 36 e 37) e sobre a tentativa das nações, sob a liderança de Gogue de Magogue, de derrubá-lo (cap. 38). O capítulo 39 mostra a grande vitória do Senhor sobre as nações ímpias que se juntaram contra os remidos, e inclui esta figura da ceia das aves e animais que se satisfazem com a carne dos cadáveres. Agora, numa cena paralela, o anjo chama as aves do céu para a grande ceia. A carne está quase pronta!
19:18 – para que comais carnes de reis, carnes de comandantes, carnes de poderosos, carnes de cavalos e seus cavaleiros, carnes de todos, quer livres, quer escravos, tanto pequenos como grandes.
Para que comais carnes de reis, carnes de comandantes, carnes de poderosos: Começa com os chefes. Não são apenas os peões que sofrem. Na grande ceia de Deus, os corpos dos poderosos serão expostos às aves. Aqueles que foram convocados pelas rãs que saíram das bocas do dragão e das bestas (16:13-16) já serão encontrados mortos no campo de batalha. Antes de começar a batalha, Deus já revelou o resultado.
Carnes de cavalos e seus cavaleiros: A cavalaria, também, cairá. Homens e cavalos serão encontrados juntos e seus corpos serão devorados pelas aves.
Carnes de todos, quer livres, quer escravos, tanto pequenos como grandes: Dos mais importantes dos líderes aos escravos usados como soldados de pouco valor, todos que apóiam o dragão e as bestas cairão mortos.
19:19 – E vi a besta e os reis da terra, com os seus exércitos, congregados para pelejarem contra aquele que estava montado no cavalo e contra o seu exército.
E vi a besta e os reis da terra, com os seus exércitos, congregados para pelejarem: Todos aqueles reunidos no capítulo 16 se preparam agora para a batalha. Como Deus conforta os seus servos! Ele inverteu a seqüência aqui e revelou o resultado antes de começar a batalha. A capacidade de prever o futuro e anunciar por profecia os acontecimentos vindouros é uma qualidade especial de Deus (Isaías 44:6-8). O dragão, as bestas e os reis podem se exaltar, mas somente Deus tem certeza do resultado final da batalha!
Contra aquele que estava montado no cavalo e contra o seu exército: Se fosse um filme de guerra ou de aventura, a ênfase seria colocada nas táticas da batalha e na força dos soldados. Mas a vitória dos santos não depende de esperteza. São vencedores por causa do caráter deles e, mais ainda, por causa do caráter do seu Rei. Jesus e seus servos vencem pela justiça, não pelos números nem pelas táticas brilhantes empregadas para enganar o inimigo. O Cordeiro vence porque ele é santo! Os pré-milenaristas enfrentam mais um obstáculo neste ponto. Para eles, Jesus queria estabelecer o seu reino na sua primeira vinda, mas não conseguiu por causa da rejeição pelos judeus. Mas, foi o mesmo Jesus santo e perfeito. As profecias vieram do mesmo Deus que é unicamente capaz de prever o futuro. Qualquer noção do plano de Deus ser frustrado pelo inimigo vai contra o ensinamento bíblico que ele é, por sua natureza santa e perfeita, o vencedor. Jesus é o vencedor. Os fiéis participam da vitória porque recebem o benefício do sangue do Cordeiro e participam da natureza dele (7:14; 19:6-8; 2 Pedro 1:4).
19:20 – Mas a besta foi aprisionada, e com ela o falso profeta que, com os sinais feitos diante dela, seduziu aqueles que receberam a marca da besta e eram os adoradores da sua imagem. Os dois foram lançados vivos dentro do lago de fogo que arde com enxofre.
Mas a besta foi aprisionada, e com ela o falso profeta que, com os sinais feitos diante dela, seduziu aqueles que receberam a marca da besta e eram os adoradores da sua imagem: Os dois aliados do dragão introduzidos no capítulo 13 – a besta (do mar) e o falso profeta (a besta da terra que induzia as pessoas a adorarem a besta) são tomados pelas forças do Cordeiro. Foi comum nas guerras tomar os reis ou comandantes como prisioneiros, ou para o cativeiro (cf. 2 Reis 25:5-7) ou para serem executados diante do povo vitorioso (cf. Juízes 8:12,21). Já veremos o destino destes líderes dos ímpios.
Os dois foram lançados vivos dentro do lago de fogo que arde com enxofre: O “lago de fogo” é mencionado somente no Apocalipse (cf. 20:10,14,15). Destes versículos aprendemos que é o lugar do tormento perpétuo das duas bestas, do diabo e daqueles que não são achados no Livro da Vida. A morte e o inferno (hades), também, são lançados neste lago. Enxofre sempre representa castigo ou destruição que vem de Deus (cf. 9:17-18; 14:10; Salmo 11:5-7). A destruição, porém, não significa cessar de existir. O tormento deles continua “pelos séculos dos séculos” (20:10).
19:21 – Os restantes foram mortos com a espada que saía da boca daquele que estava montado no cavalo. E todas as aves se fartaram das suas carnes.
Os restantes foram mortos com a espada que saía da boca daquele que estava montado no cavalo: Os seguidores das bestas não saem ilesos. A espada da boca de Jesus os mata. Ela vem da boca, representando a palavra dele que julga (Hebreus 4:12-13) e a autoridade dele para pelejar e matar (2:16). Aqui, a espada é usada contra os seguidores da besta.
E todas as aves se fartaram das suas carnes: Deus coloca diante das aves a ceia prometida!
Conclusão
A meretriz caiu e a noiva chegou ao casamento. As bestas que atormentaram os homens são derrotadas e lançadas no lago de tormento perpétuo. Agora, sobra apenas um dos inimigos do povo de Deus: o dragão. Veremos o destino dele no próximo capítulo.