Pesquisar este blog

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Surpreendido, mas não despreparado

“E, saindo elas para comprar, chegou o noivo, e as que estavam apercebidas entraram com ele para as bodas; e fechou-se a porta”, (Mateus 25:10).
Jesus encontrava-se no Monte das Oliveiras, e contava a parábola das dez virgens, esta parábola nos fala de estarmos preparados para o fim desta época e a vinda do Reino Celestial. Aqui o Reino de Deus é comparado a preparação da noiva para a espera de seu noivo.
Nesse casamento encontram-se dez virgens, sendo que cinco delas estão preparadas com suas lâmpadas e óleo necessário para alimentar essas lâmpadas, porém as outras cinco tinham também as lâmpadas, porém não tinham óleo suficiente para esperar o noivo.
O que podemos entender é que, de certa forma todas a princípio, estavam preparadas, mas elas não sabiam quanto tempo o noivo iria demorar, cinco delas, sabendo disso tinham óleo suficiente para a espera, as outras cinco não tinham, e como o noivo demorou a chegar o óleo delas acabou-se e pedindo as que tinham de sobra, estas não quiseram dividir o óleo, pois poderia faltar para elas também, então saíram para comprar mais óleo e nesse meio tempo o noivo chegou e casou-se com as cinco que estavam preparadas, e quando as cinco despreparadas chegaram as portas estavam fechadas.
Esta parábola nos mostra que todos seremos surpreendidos no dia da volta de Cristo, porém o que Ele nos ensina é que devemos estar preparados para Sua volta. E além de estarmos preparados, esta preparação deve ser individual, não haverá empréstimo de “preparação”

sábado, 13 de outubro de 2012

O Homem sem Deus é 'Mau até os Ossos'?

Segundo o que dispõe o profeta Miquéias, tanto o melhor quanto o mais justo dos homens são reprováveis diante de Deus e precisavam nascer de novo. A reprovação divina não é por causa da moral, do comportamento, da psique, da condição física ou financeira dos homens. Os homens tornaram-se reprováveis (desagradáveis) diante de Deus por causa da condenação estabelecida em Adão. Em Adão ‘pereceu’ da terra o homem piedoso. Todos deixaram de ser retos diante de Deus ( Mq 7:2 ; Rm 3:23 ).
O calvinista Phil Johnson fez o seguinte comentário ao livro de Efésios, capítulo dois, versos um a três: “Observem de perto o que ele diz ali: Toda pessoa não regenerada está espiritualmente morta, andando de acordo com Satanás, sendo por natureza filha da ira. Nós nascemos neste mundo como completos pecadores - não simplesmente um pouco manchado pelo pecado, mas completamente, desesperadamente, em escravidão a ele. Todo aspecto de nosso ser - mente, emoções, desejos, e até mesmo nossa constituição física - é corrompido, controlado, e desfigurado pelo pecado e seus efeitos. Ninguém escapa desse veredicto. Nós somos totalmente depravados” Phil Johnson, Maus até os Ossos, artigo publicado no Site Bom Caminho, tradução de Juliano Heyse, título original: B-b-b-b-bad to the bone, Blog Pyromaniacs (grifo nosso).
Neste pequeno parágrafo o Sr. Johnson nomeia a condição do homem sem Cristo de ‘totalmente depravados’, ‘completos pecadores’. Para descrever a condição de sujeição ao pecado ele utiliza as seguintes palavras: todo, completos, desesperadamente, totalmente, etc. Até mesmo a constituição emocional e física do homem é descrita por Johnson como sendo corrompida, controlada e desfigurada pelo pecado.
Analisemos o comentário do Sr. Phil Johnson à luz da bíblia.

Princípios Bíblicos
A bíblia demonstra que o melhor dos homens é comparável a uma sebe (cerca) de espinhos e o mais reto dos homens comparável a um espinho, ou seja, todos os homens gerados segundo Adão são pecadores "O melhor deles é como um espinho; o mais reto é pior do que a sebe de espinhos; veio o dia dos teus vigias, veio o dia da tua punição; agora será a sua confusão" ( Mq 7:4 ).
Não importa as questões morais, físicas ou psíquicas do homem: tanto o melhor quanto o mais reto dos homens são igualmente pecadores (comparáveis a uma cerca de espinhos ou a um espinho) por serem gerados participantes da natureza caída de Adão. Todos os homens ‘germinaram’ de uma semente corruptível (espinheiro), a semente de Adão.
Outra figura que ilustra esta mesma realidade foi exposta por Jesus no famoso Sermão do Monte. Os homens quando nascem entram por uma porta larga (Adão) e seguem por um caminho largo que os CONDUZEM à perdição. Jesus demonstrou que, para o homem ver-se livre de tal condenação é necessário nascer de novo ( Jo 3:3 -7; Mt 7:13 -14).

Aplicação Prática
Compare o que a bíblia diz acerca destas quatro pessoas e aponte qual delas era mais (ou menos) pecadora (segundo Phil, depravados)?
  • Nicodemos, que era mestre, juiz, judeu e um religioso exemplar, e que, portanto, representava o melhor que a sociedade à época dispunha no comportamento e na moral ( Jo 3:1 );
  • A mulher samaritana, por ter convivido com cinco maridos e o que ela tinha não lhe pertencia ( Jo 4:18 );
  • O paralítico do tanque de Betesda, que ficou à beira do tanque por trinta e oito longos anos ( Jo 5:5 );
  • O jovem rico: apesar da religiosidade e cumpridor dos ‘mandamentos’, apegado a sua riqueza.
Embora não fosse dado à promiscuidade, Nicodemos não estava em uma posição melhor diante de Deus, se comparado à condição da mulher samaritana. Percebe-se que, diante de Deus, tanto Nicodemos quanto a mulher samaritana precisavam nascer de novo.
Do mesmo modo, tanto o Jovem rico, cumpridor dos mandamentos, quanto o paralítico, que passou trinta e oito anos deitado à beira do tanque, haveriam de perecer, caso não se arrependessem. Ora, quem era ‘mais’ pecador: o paralítico ou o jovem rico? Que ‘depravação’ há em ficar trinta e oito anos à beira do tanque de Betesda esperando um anjo agitar as águas? Como poderia o jovem rico ser completamente depravado, se ele era cumpridor dos mandamentos?
Porém, o que se observa diante da mensagem do evangelho, é que, tanto o paralítico no tanque de Betesda quanto o Jovem rico precisavam arrepender-se, pois ambos, de igual modo pereceriam, caso não se arrependessem “Não, vos digo! Antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis” ( Lc 13:5 ).

Considerações Essenciais
Alguns judeus pensavam que os galileus que foram mortos por Pilatos, cujo sangue foi misturado aos sacrifícios que eles realizavam, eram mais pecadores que todos os outros galileus ( Lc 13:1 -5). Por que os judeus chegaram a esta conclusão?
Segundo a concepção deles, os galileus eram pecadores por serem gentios. Porém, havia um agravante: estavam sacrificando aos ídolos. Como o sangue dos galileus que foram mortos foi misturado ao sangue do sacrifico que ofereciam aos ídolos, concluíram que padeceram tais coisas por serem mais pecadores que todos os outros galileus.
Porém, Jesus afirmou que os galileus que foram mortos não eram mais pecadores que o restante dos galileus por terem sido mortos, antes, todos eles haveriam de perecer de igual modo, caso não se arrependessem.
Para ilustrar seu ensinamento, Jesus os fez lembrar a queda da torre de Siloé, que ficava em Jerusalém. Não é porque dezoito pessoas morreram na queda da torre, que eram mais pecadoras que os moradores de Jerusalém.
Como os judeus se consideravam filhos de Deus por serem descendentes de Abraão, acabavam por apontar as catástrofes envolvendo outros povos como sendo resultado do pecado, porém, esqueciam que também eram sujeitos as catástrofes.
Com base no alerta que Jesus deu, percebe-se que os judeus acreditavam (por serem descendentes de Abraão) que estavam em uma condição melhor diante de Deus, se comparados aos galileus que foram mortos por Pilatos.Mas, Jesus demonstrou que todos os homens precisam mudar de concepção acerca de como se alcança a salvação de Deus (arrependimento), pois se não mudarem de conceito, igualmente perecerão ( Lc 13:1 -5).
Este evento em particular demonstra que é uma concepção humana, desprovida de respaldo bíblico, apontar qualquer evento catastrófico, enfermidades, calamidades, deformidades, etc., como sendo provenientes ou causados pelo pecado.

domingo, 22 de julho de 2012

Afiando a Espada: I. Deus interroga Jó a respeito da natureza inanim...

Afiando a Espada: I. Deus interroga Jó a respeito da natureza inanim...: I. Deus interroga Jó a respeito da natureza inanimada (38:1-38) A. Jó tinha expressado freqüentemente o desejo de falar com Deus e seu a...

I. Deus interroga Jó a respeito da natureza inanimada (38:1-38)

I. Deus interroga Jó a respeito da natureza inanimada (38:1-38)
A. Jó tinha expressado freqüentemente o desejo de falar com Deus e seu anseio é satisfeito, mas a "discussão" não é exatamente o que Jó imaginava que seria!
B. Deus interroga Jó a respeito de seu (de Jó) conhecimento da criação (vs. 4-7).
1. Obviamente, a maioria das perguntas feitas pelo Todo-Poderoso são de natureza primorosa.
2. "Estrelas da alva" no versículo 7 parece ser um sinônimo para os filhos de Deus.
C. Ele interroga Jó sobre a origem e o conteúdo do mar (vs. 8-11).
1. Ele descreve seu começo usando a figura de um nascimento. Neste capítulo inteiro, o Senhor usa linguagem figurativa para falar sobre várias forças da natureza. Sua descrição da natureza não tem o intento de ser um tratado científico do assunto, nem repousa na linguagem científica do homem moderno.
2. Há poucas coisas tão poderosas como o mar, e ainda Deus afirma que ele traça os seus limites.
D. Deus pergunta se Jó é responsável pela aurora de um novo dia (vs. 12-15).
1. Deus retrata a terra como um vestuário cujas bordas são agarradas pela aurora e os ímpios são sacudidos dele (v. 13).
2. Pelos fatos de que a luz da aurora "quebra o braço" dos ímpios e que Deus é responsável pela luz da manhã, parece provável que Deus esteja afirmando sua justiça moral, um assunto que Jó tinha questionado (v. 15).
E. A Jó é perguntado se ele tinha algum conhecimento das profundezas da terra; se tiver, ele é encorajado a "dizê-lo" (vs. 16-18).
F. Deus quer saber o que Jó conhece sobre as moradas da luz e das trevas (vs. 19-21).
1. Luz e trevas são personificadas. Conhece Jó o caminho para suas moradas?
2. De um modo agudo, Deus sugere que talvez Jó saiba isso porque ele é muito velho (i. e., presente na criação, quando a luz e as trevas foram criadas).
G. Deus ainda interroga Jó sobre os elementos (vs. 22-30).
1. Ele quer saber se Jó inspecionou os tesouros de Deus da neve e do granizo. Observe que há novamente referência à justiça moral de Deus no propósito da neve e do granizo (vs. 22-23; veja Josué 10:11).
2. Deus divide a luz em suas resplendentes cores no arco-íris, mas Jó sabe como isso é feito (v. 24)?
3. Deus propõe mais perguntas a respeito dos fenômenos naturais o que também serve para ressaltar que o cuidado de Deus se estende além da humanidade (vs. 25-27).
4. Usando a figura de um nascimento, Deus pergunta a Jó sobre a origem da chuva, do orvalho, do frio que congela e do gelo (vs. 28-30).
H. Voltando sua atenção para os corpos celestes, Deus pergunta a Jó se ele pode organizá-los e comandá-los (vs. 31-33).
I. Deus questiona se os elementos corresponderão aos comandos de Jó (vs. 34-38).
1. Naturalmente, o Senhor sabe que Jó não pode comandar os elementos da natureza. Suas perguntas são destinadas a ressaltar o conhecimento limitado de Jó e o comando do mundo em volta dele.
2. Se Jó não entende nem mesmo estes fenômenos naturais do mundo, como pode ele esperar entender as obras de Deus na área da justiça? Jó não pode comandar a natureza nem os corpos celestes; por que ele tem a presunção de questionar a justiça ou o poder daquele que criou estas coisas e continua a dominá-las?

II. Deus interroga Jó a respeito do reino animal (38:39 - 39:30).
A. Voltando sua atenção para a natureza animada, Deus pergunta a Jó se ele pode fornecer comida para o leão e para o corvo (vs. 39-40). No caso do leão, pode ser que Deus esteja se referindo àquela coisa maravilhosa que os animais possuem, isto é, instinto.
B. Deus inquire Jó a respeito dos hábitos de nascimento da cabra selvagem e das cervas (39:1-4).
C. Deus questiona se Jó é responsável por dar ao jumento selvagem seu desejo de liberdade (vs. 5-8). "Jó cuida dele na terra árida?"
D. A seguir Jó é interrogado com respeito ao boi selvagem (vs. 9-12).
1. A tremenda força do boi selvagem é o ponto importante.
2. Pode Jó conter este animal a ponto de usá-lo para fins domésticos, tais como arar ou colher?
E. Deus chama a atenção de Jó para o avestruz (vs. 13-18).
1. Jó não é perguntado nesta parte. Em vez disso, parece que o propósito de Deus é impressionar Jó com a diversidade da natureza quando ele descreve o avestruz.
2. O avestruz é uma pobre mãe por comparação e no entanto Deus lhe deu uma tão impressionante velocidade (algumas vezes 70 quilômetros por hora) que ela pode facilmente correr mais do que um cavalo com seu cavaleiro.
F. Resumindo o interrogatório a Jó, Deus lhe pergunta que papel ele desempenhou na feitura do magnífico animal que é o cavalo (vs. 19-25).
1. A impetuosidade e a coragem de um cavalo de guerra são bem descritas.
2. Pode Jó reivindicar ter produzido um tão belo espécime de força?
G. Deus questiona se Jó é responsável pelos admiráveis feitos do falcão e da águia (vs. 26-30).
1. É pela inteligência de Jó que o falcão voa sem tanto esforço?
2. Jó ensinou a águia a fazer seu ninho na segurança das alturas? É ele responsável pela incrível visão dela, permitindo-lhe distinguir a presa no chão enquando paira alto acima da terra?

III. O desafio de Deus e a resposta de Jó (40:1-5)
A. A Jó agora é perguntado se ele ainda deseja contender com Deus e dar-lhe instruções (vs. 1-2).
1. Não é por acaso que Deus é descrito como o Todo-Poderoso!
2. Se Jó desejar continuar, ele tem que responder às perguntas que Deus tinha acabado de fazer, o que é, obviamente, um feito impossível.
B. Jó entende o ponto do Senhor. Ele tinha ficado impressionado com sua própria insignificância à luz da grandeza de Deus, e promete ficar calad

sábado, 9 de junho de 2012

Quem e o Que São os 144.000 Selados?

E DEPOIS destas coisas vi quatro anjos que estavam sobre os quatro cantos da terra, retendo os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem contra árvore alguma. E vi outro anjo subir do lado do sol nascente, e que tinha o selo do Deus vivo; e clamou com grande voz aos quatro anjos, a quem fora dado o poder de danificar a terra e o mar, dizendo: Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que hajamos assinalado nas suas testas os servos do nosso Deus. E ouvi o número dos assinalados, e eram cento e quarenta e quatro mil assinalados, de todas as tribos dos filhos de Israel. Da tribo de Judá, havia doze mil assinalados; da tribo de Rúbem, doze mil assinalados; da tribo de Gade, doze mil assinalados; da tribo de Aser, doze mil assinalados; da tribo de Naftali, doze mil assinalados; da tribo de Manassés, doze mil assinalados; da tribo de Simeão, doze mil assinalados; da tribo de Levi, doze mil assinalados; da tribo de Issacar, doze mil assinalados; da tribo de Zebulom, doze mil assinalados; da tribo de José, doze mil assinalados; da tribo de Benjamim, doze mil assinalados.” (Apocalipse 7.1-8)
Esse capítulo começa de maneira dramática: quatro anjos retardam os ventos do juízo, mas estão evidentemente a ponto de soltá-los. Aí aparece um outro anjo que lhes ordena, em alta voz, que interrompam a danificação da terra, do mar e das árvores, “até selarmos em suas frontes os servos do nosso Deus” (Ap. 7.2-3). Que os quatro poderes destruidores, representados pelos quatro ventos, não possam simplesmente lançar-se a esmo sobre a terra prova que o Senhor mantém o controle sobre a execução do juízo e o exerce com extremo cuidado.
Quando se fala aqui em “quatro ventos” (ventos de juízo), não somos imediatamente levados a pensar nas tempestades que têm assolado muitas regiões do mundo?
Quem é o outro anjo que aparece?
Ele dispõe de grande autoridade, pois ordena em grande voz aos quatro anjos. Aqui está escrito algo singular, que normalmente não é dito de nenhum outro anjo, mas parece indicar que este não é outro senão o próprio Jesus Cristo: “Vi outro anjo que subia do nascente do sol...” (Ap. 7.2). Somente se lê algo semelhante, no sentido negativo, da “besta” e do falso profeta (compare Ap. 11.7 e 13.11), sendo que estes, entretanto, sobem respectivamente do abismo e da terra e não podem chegar além da terra. Mas, Jesus Cristo sobe “do nascente do sol”. Aí vemos resplandecer profeticamente o futuro de Israel. Malaquias o viu da seguinte forma: “Mas para vós outros que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça” (Ml 4.2a). Esse outro anjo é muito mais elevado do que os quatro anjos do juízo, ordenando-lhes com “grande voz” que continuem a segurar os quatro ventos da terra.
Evidentemente, os quatro anjos foram encarregados de soltar os ventos sobre a terra madura para o juízo. Mas aí é dada repentinamente uma outra ordem que tem precedência. O outro anjo, Jesus Cristo, lhes ordena que parem. A ordem desse outro anjo tem prioridade, e essa também é uma prova de que Ele é o Filho de Deus, pois em Colossenses 1.18 está escrito: “Ele é o princípio, o primogênito entre os mortos, para em todas as cousas ter a primazia”.
Uma seleção de Israel é selada
É como um “intermezzo” divino, uma pausa, uma interrupção dos juízos de Deus que se abatem sobre a terra. A graça de Deus irrompe e manifesta-se a uma determinada categoria de pessoas. Aliás, isso ocorre exatamente no meio do período de juízo dos sete selos e do período de juízo das sete trombetas que se seguem. Apesar do céu e da terra serem abalados e todo o Universo como que estar desmoronando, há uma pausa nessa catástrofe cósmica, um silêncio.
Depois João ainda vê algo especial com esse outro anjo que sobe do nascente do sol: “... tendo o selo do Deus vivo” (Ap. 7.2). Durante a Grande Tribulação, durante o “dia do Senhor”, é selado um grupo escolhido de 144.000 de Israel. Realiza-se então algo que acontece atualmente, antes da Grande Tribulação. Pois toda pessoa que é acrescentada à Igreja de Jesus Cristo pela fé nEle é selada com o Espírito Santo. Nenhum homem, mas somente Jesus Cristo pode selar com o Espírito Santo
O que é o Espírito Santo com que nos Selou? Ele é “... o penhor da nossa herança até o resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória” (Ef 1.14). Portanto, Deus deu Seu próprio Espírito Santo como penhor, como garantia, para termos certeza de que seremos guardados até o dia da redenção, até que Jesus volte.
Tais selagens acontecem continuamente desde Pentecostes, quando pessoas se convertem individualmente. Mas a selagem durante a Grande Tribulação será realizada em muitos num curto espaço de tempo, ou seja, nos 144.000 de Israel que se convertem depois do arrebatamento
O judeus que retornam atualmente da Dispersão para Israel, talvez estejam dando o primeiro passo para sua conversão. É o que lemos em Ezequiel 37.12-13: “Portanto profetiza, e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Eis que abrirei as vossas sepulturas (= as nações), e vos farei sair delas, ó povo meu, e vos trarei à terra de Israel (isso acontece atualmente e é um milagre diante dos nossos olhos: mais de 3,5 milhões de judeus de 103 países já retornaram à sua pátria). Sabereis que eu sou o Senhor, quando eu abrir as vossas sepulturas, e vos fizer sair delas, ó povo meu.” O próximo passo será dado por Deus mesmo: “Porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos estabelecerei na vossa própria terra. Então sabereis que eu, o Senhor, disse isto, e o fiz, diz o Senhor” (v. 14). A conversão nacional e a selagem de Israel acontecerão no momento da volta do Senhor Jesus. Portanto, diferentemente dos gentios, os judeus se converterão coletivamente e também serão selados coletivamente. Antes, porém de todo o Israel se converter, uma seleção de 144.000 judeus de converterá na primeira metade (= 3 ½ anos) da Grande Tribulação. Nossa tarefa em Israel, e de modo geral em todo o mundo, é preparar espiritualmente os 144.000 para sua conversão.
Quem são os 144.000 selados?
Essa pergunta é importante, pois existem diversas explicações. Vários expositores não querem de modo nenhum aceitar o que está escrito tão clara e inequivocamente em Apocalipse 7.4: “Então ouvi o número dos que foram selados, que era cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel”. Ao invés de falar das tribos dos filhos de Israel, tais expositores falam das “tribos dos crentes fiéis” ou da Igreja de Jesus (que então já terá sido arrebatada) ou dos seus próprios grupos. As “Testemunhas de Jeová”, por exemplo, alegam que os 144.000 serão uma elite dentre eles. Mas esta não é a única doutrina que afirma isso; existem ainda outras. Notável, entretanto, é que também muitos cristãos têm um preconceito doentio contra tudo o que é judaico. Para eles está certo que todas as manifestações de graça prometidas ao povo judeu devam ser entendidas como se aplicando à Igreja. Naturalmente, isso aos seus olhos, isso não vale em casos de ameaça de juízo. Essas são deixadas para Israel com todo o prazer. O Apocalipse, no entanto, distingue claramente entre a Igreja (por exemplo, nas cartas), os povos (a grande multidão que ninguém podia enumerar, cap. 7.9) e Israel (por exemplo, no cap. 7.4). Os 144.000 selados são judeus que creram, que se converterão a Jesus Cristo durante a Grande Tribulação, isto é, após nosso arrebatamento.
Esses 144.000 selados são intocáveis para a “besta”, que ainda não poderá se manifestar com toda a sua violência. Voltamo-nos agora para a primeira metade de 3 ½ anos da Grande Tribulação. Nesse tempo, o anticristo será o político mais popular que já existiu no mundo. Esse homem conseguirá juntar árabes e israelenses. A “besta” será tão poderosa, que ninguém “pode pelejar contra ela” (Ap 13.4b). Ela trará um período de progresso econômico generalizado, que agora nem podemos imaginar. Então haverá realmente “Um povo – um reino – um “Führer” (líder)”. Todos o exaltarão como o que trouxe a paz. Os israelenses o aceitarão como messias, menos os 144.000, que se terão convertido a Jesus Cristo e terão o selo do Espírito Santo (o nome do Pai e do Filho, Ap 14.1) nas suas frontes. Em contraste, a maioria das pessoas terá a “marca da besta” “sobre a mão direita, ou sobre a fronte” (Ap 13.16). Mas os 144.000 selados de Israel serão absolutamente intocáveis para o anticristo.
Quando tiverem passado então os primeiros 3 ½ anos e as nações tiverem ocupado Jerusalém, sim, o átrio do templo lhes tiver sido entregue durante 42 meses e começar a “abominação desoladora”, os 144.000, ou seja, uma delegação deles, adorarão no templo (apesar da “besta” já estar agindo então com furor). Apocalipse 11.1 fala a respeito: “Foi-me dado um caniço semelhante a uma vara e também me foi dito: Dispõe-te, e mede o santuário de Deus, o seu altar, e os que naquele adoram”. Quem, dentre os gentios, se converter então a Jesus Cristo será imediatamente preso e executado. O mesmo não se dará com os 144.000 crentes dentre Israel, os quais a “besta” não poderá tocar nem prejudicar de qualquer maneira
144 = abrigo
Biblicamente, o número 144 significa “abrigo”. Quando se descreve a Jerusalém celestial, está dito em Apocalipse 21.17 que a medida da muralha que a envolve é de “cento e quarenta e quatro” côvados. E quem se encontra abrigado nessa Jerusalém celestial é intocável para o inimigo. No Salmo 144, Davi também enumera o que o Senhor é para ele: “fortaleza minha, meu alto refúgio, meu escudo” (v. 2). Quando Davi teve que fugir de Saul, ele se escondeu na caverna de Adulão (= esconderijo), que também tem o valor de numérico de 144 em hebraico. O 144° versículo do Antigo Testamento (Gn 6.6) fala de uma dor que penetra até a maior profundidade, isto é, até no coração de Deus, que ordena a construção da arca como abrigo: “então se arrependeu o Senhor de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração”. Porém Noé achou graça diante do Senhor (v. 8). E assim, também os 144.000 selados permanecerão abrigados e ocultos com Cristo em Deus, até ao seu arrebatamento. Talvez alguns se admirem de que – como as duas testemunhas, que depois de concluírem seu testemunho, serão mortas e depois de 3 ½ dias ressuscitadas e arrebatadas – também os 144.000 selados serão arrebatados. Veremos isso mais tarde.
Qual a Tarefa dos 144.000 selados?
Uma coisa é clara: não é em vão que os 144.000 judeus crentes se converterão, serão guardados e intocáveis depois do nosso arrebatamento. Não, sem dúvida valem também para eles as palavras do Senhor: “sereis minhas testemunhas” (At 1.8). Não existem melhores evangelistas do que judeus verdadeiramente convertidos. Mas a maioria dos judeus convertidos atualmente, antes do arrebatamento, são como um fruto colhido antes do tempo. Quase todos não parecem ser nem judeus, nem cristãos. Mas um judeu não pode se converter já atualmente? Certamente, se ele se integrar completamente na Igreja de Jesus. Mas isso é muito difícil para um judeu, pois nessa Igreja de Jesus penetraram muitos pensamentos gregos, que um judeu não entende. A esse respeito poderíamos escrever muitas páginas.
Voltando aos 144.000 selados de Israel: é de se supor que já através deles se cumprirão as palavras de Jesus: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então virá o fim” (Mt 24.14). Pois imediatamente após a descrição dos 144.000 selados em Apocalipse 7.4-8: “... da tribo de José, doze mil; da tribo de Benjamim foram selados doze mil”, seguem-se as palavras: “Depois destas cousas vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação” (vv. 9-10). Aqui se fala da multidão inumerável de mártires da Grande Tribulação, que então estarão no céu.
Após o arrebatamento, imediatamente se converterão em todo o mundo inúmeros cristãos nominais que terão ficado para trás. Eles ouviram a mensagem do arrebatamento mas não aceitaram em obediência de fé. Esses convertidos entre as nações serão imediatamente presos e executados, porque negarão tanto a adorar a “imagem da besta” como a aceitar a sua “marca” (compare Ap 13.15-17). Além desses, incontáveis pessoas dentre “todas as nações, tribos, povos e línguas”, que nunca tinham ouvido falar de Jesus, serão salvas. Através do testemunho de quem, esses bilhões poderiam se converter?
Por que, afinal, Deus permite a Grande Tribulação?
Primeiramente para que o mundo seja julgado por causa do seu pecado. Depois do arrebatamento, os juízos de Deus ficarão cada vez mais intensos, através de “epidemias, fomes e terremotos em vários lugares” – será terrível. Os profetas do Antigo Testamento viram esse horror (compare Jr 4.19-20a e Sf 1.15-17). Que ninguém se deixe enganar por aqueles que falam a respeito da maravilhosa nova Europa. Não, depois do arrebatamento irromperão violentos juízos de Deus.
Em segundo lugar, através da Grande Tribulação, Deus tenciona levar Israel a se converter. Por isso Israel terá que passar por esse tempo de engano por parte do falso messias, que no meio dos sete anos desviará seu rosto e tencionará aniquilar todos os Judeus. Jeremias profetiza a respeito no capítulo 30.7: “Ah! Que é grande aquele dia, e não há outro semelhante é tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será livre dela.”
O terceiro objetivo de Deus com a Grande Tribulação é pouco percebido:
Um despertamento mundial como nunca houve
Em Apocalipse 7.5-8, se relata que serão escolhidos doze mil judeus de cada tribo, totalizando 144.000. Com a ajuda desses evangelistas judeus, Deus produzirá esse despertamento mundial realizando assim outro objetivo da Grande Tribulação. Arnold Fruchtenbaum, um judeu crente no Messias, escreve sobre essa maravilhosa tarefa dos 144.000 selados:
“Há uma vantagem no fato de Deus utilizar intencionalmente judeus para produzir um despertamento espiritual mundial num curto período de três asnos e meio (esse despertamento se limita à primeira metade da Grande Tribulação).
Quando se forma atualmente missionários para a evangelização em um campo missionário estrangeiro, eles precisam primeiro ser treinados intensivamente em uma escola bíblica ou um seminário, para conhecerem a Bíblia. Isso leva de três a quatro anos. Mas quando tais alunos de escolas bíblicas ou seminaristas, através desse estudo, obtêm a capacidade de pregar a Palavra de Deus ao seu próprio povo, eles continuam despreparados para trabalhar no exterior. Eles têm que passar mais dois anos com estudos lingüísticos, pois precisam aprender o idioma do país onde pretendem pregar o Evangelho. Desse modo, atualmente um missionário tem que ser treinado por aproximadamente seis anos, até atender a todos os requisitos necessários para poder anunciar o Evangelho em uma língua estrangeira.
O grande despertamento de que se fala aqui, acontecerá, entretanto, em três anos e meio – na primeira metade da Grande Tribulação. Por isso, não sobrará muito tempo para o treinamento. Por isso, em Sua sabedoria, Deus escolheu justamente judeus para realizar essa tarefa (eles recolherão a grande ceifa de Deus. NR). Em todas as partes do mundo vivem judeus. Todas as maiores línguas mundiais, e também grande parte dos idiomas menos importantes, são falados em algum lugar por judeus. E a maioria dos judeus fala no mínimo duas línguas. Além disso, a maior parte dos judeus recebe bom e sólido ensino das Escrituras do Antigo Testamento. Eles têm, portanto, de modo geral, se foram educados no judaísmo, bons conhecimentos dos textos antigo-testamentários.
Algum tempo depois do arrebatamento da Igreja, portanto, 144.000 judeus de todo o mundo se converterão a Jesus Cristo. Eles já falarão a língua de que vão precisar. Eles também já conhecerão o Antigo Testamento e necessitarão somente pouco tempo para aprender sobre o conteúdo do Novo Testamento. Por isso, já depois de curto espaço de tempo, eles estarão em condições de pregar o Evangelho (três dias após a conversão de Saulo de Tarso – depois Paulo – temos em Atos 9.20: “e logo pregava nas sinagogas a Jesus, afirmando que este é o Filho de Deus”. NR). Durante a primeira metade da Grande Tribulação, Deus evangelizará o mundo através desses 144.000 judeus, cumprindo assim a profecia de Mateus 24:14: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então virá o fim.
Depois que João viu os 144.000 judeus na primeira parte de Apocalipse 7, ele também ficou sabendo qual será o resultado do trabalho deles: “Depois destas cousas vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação. Todos os anjos estavam de pé rodeando o trono, os anciãos e os quatro seres viventes, e, ante o trono se prostraram sobre os seus rostos e adoraram a Deus, dizendo: Amém. O louvor, e a glória, e a sabedoria, e as ações de graça, e a honra, e o poder, e a força sejam ao nosso Deus pelos séculos dos séculos. Amém. Um dos anciãos tomou a palavra, dizendo: Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde vieram? Respondi-lhe: Meu Senhor, tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram as suas vestiduras, e as alvejaram no sangue do Cordeiro, razão porque se acham diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu santuário; e aquele que se assenta no trono estenderá sobre eles o seu tabernáculo. Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum, pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima.” Depois dos 144.000 judeus, João viu milhares e milhares de gentios e outros judeus, que durante a Tribulação experimentaram a salvação através da fé em Jesus Cristo. Através dos 144.000 judeus, Deus alcançará o terceiro objetivo da Grande Tribulação – o despertamento mundial.”
Segundo meu entendimento, através disso também se cumprirá o que está profetizado em Isaías 66.19: “Porei entre elas um sinal, e alguns (isto é, não todos, somente os 144.000 selados) dos que foram salvos enviarei às nações, a Társis, Pul e Lude que atiram com o arco, a Tubal e Java, até às terras do mar mais remotas, que jamais ouviram falar de mim, nem viram a minha glória; eles anunciarão entre as nações a minha glória.”
Pois antes, em Isaías 66.8, fala-se profeticamente da fundação do Estado de Israel em 1948, e o versículo 10 fala sobre a devolução de Jerusalém a Israel, que ocorreu no dia 7 de junho de 1967. Depois (vv. 15-16) se faz referência à Terceira Guerra Mundial e a seguir – portanto, durante a Grande Tribulação – o Senhor fala repentinamente de missões mundiais, no versículo acima citado (v. 19). E essa evangelização mundial prosseguirá então no Milênio através de todo o Israel.
Naturalmente, alguns objetarão: Como poderão converter-se pessoas durante a Grande Tribulação, se o Espírito Santo com a Igreja de Jesus tiver sido arrebatado da terra? Resposta: Realmente, o Espírito Santo na Igreja tem atualmente a tarefa de deter o “iníquo”, o anticristo. E é certo que o Espírito Santo será retirado da terra com a Igreja por ocasião do arrebatamento, pois lemos em 2 Tessalonicenses 2.7: “Com efeito o mistério da iniqüidade já opera e aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detém (o Espírito Santo)”. Por ocasião do arrebatamento, o Espírito Santo subirá ao céu com a Igreja, ao encontro de Jesus, como o servo Eliezer conduziu antigamente a noiva Rebeca a Isaque. Mas esse mesmo Espírito Santo não permanecerá inativo, pois agirá na terra nos e com os 144.000 selados sobre “todas as nações, tribos, povos e línguas” – e será salva uma “grande multidão que ninguém podia enumerar”. Quando falamos da Grande Tribulação, pensamos principalmente em um tempo muito escuro. Mas, trata-se também de um período luminoso, claro, justamente por causa do despertamento, como nunca antes houve!

quinta-feira, 7 de junho de 2012

O Julgamento Diante do Trono Branco (Apocalipse 20:11-15)

O Julgamento Diante do Trono Branco (Apocalipse 20:11-15)
Os últimos versículos do capítulo 20 descrevem uma cena de julgamento de destruição dos mortos. A santidade de Deus não aceita a impureza daqueles cujos nomes não foram achados no Livro da Vida. Esta cena deve ser interpretada primeiro no seu contexto do castigo dos inimigos dos santos nos tempos próximos à data da composição do Apocalipse, mas tem valor, também, para a nossa instrução sobre o julgamento de Deus.
20:11 – Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta, de cuja presença fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles.
Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta: O trono branco aparece somente aqui, mas a idéia do julgamento divino aparece em diversos textos no Antigo e Novo Testamentos. O trono mostra o domínio, e branco representa a santidade. Muitas vezes, encontramos declarações de justiça divina contra indivíduos ou povos aqui na terra. Outras vezes, a imagem é do julgamento final. Muitos interpretam este trecho como o julgamento final, e certamente algumas das idéias apresentadas aqui poderão ser aplicadas ao julgamento final. Mas, como temos feito desde o início do nosso estudo deste livro, devemos procurar primeiro a aplicação no contexto antes de fazer outras aplicações dos princípios aqui ensinados.
Mais uma vez, a cena de Daniel 7 ajuda. O Ancião de Dias preside o tribunal que abre os livros e condena o insolente chifre do quarto animal (Daniel 7:8-11). Na interpretação da visão, os santos possuem o reino, o quarto animal (Roma) os persegue, mas “se assentará o tribunal para lhe tirar o domínio, para o destruir e o consumir até ao fim” (Daniel 7:26). Com esta base, devemos aplicar o julgamento do Apocalipse 20 primeiro aos servos da besta que perseguiam os santos.
De cuja presença fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles: Mais uma maneira de frisar a santidade de Deus. A criação não pode ficar diante da perfeição do Santo Deus. As criaturas corruptas, incluindo os mais poderosos dos governantes, não teriam condições de ficar em pé diante do Senhor. Numa segunda aplicação, a vinda do Dia de Deus no final dos tempos causará que a criação seja desfeita (2 Pedro 3:11-13).
20:12 – Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros.
Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono: A tendência de muitos comentaristas é ver aqui a ressurreição no último dia e o julgamento final. A Bíblia claramente ensina que haverá uma ressurreição de todos e um julgamento “perante o tribunal de Cristo” (2 Coríntios 5:10; João 5:27-29). Neste trecho, podemos ver alguns princípios que aplicam-se ao julgamento final, mas parece-me mais coerente fazer a aplicação inicial no contexto da derrota do diabo e seus aliados perseguidores. O paralelo com Daniel 7 continua a nos orientar, sugerindo que o contexto do governo romano, o quarto animal, ainda determina a aplicação principal.
Os mortos, neste caso, seriam aqueles que se dedicavam à besta. Não há menção aqui de galardão para os fiéis, somente de condenação dos ímpios. Na “primeira ressurreição” (20:5), os adoradores do Cordeiro foram exaltados para reinar com ele. Aqui, podemos ver uma segunda ressurreição – dos adoradores da besta, os grandes e os pequenos (cf. 13:16), que serão condenados com ela.
Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros.: Há uma distinção aqui entre os livros e o Livro da Vida. Os livros, evidentemente, representam o registro dos atos deles e mostram a justiça do julgamento de Deus (cf. Daniel 7:10), enquanto o Livro da Vida representa uma lista dos salvos (cf. Daniel 12:1; Filipenses 4:3; Apocalipse 3:5; 13:8; 17:8; 21:27).
20:13 – Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras.
Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram os mortos que neles havia: Nenhum morto foi isento deste julgamento. Até os ímpios entregues à Morte e ao Inferno (6:7-8) são apresentados para o julgamento. Deus tem domínio, e ninguém consegue proteger os mortos do julgamento dele.
E foram julgados, um por um, segundo as suas obras: Os servos da besta são julgados da mesma maneira que todos serão julgados no último dia (2 Coríntios 5:10). Deus é justo, e dará a cada um segundo as suas obras.
20:14 – Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo.
Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo: A Morte e o Inferno são inimigos de Deus, mas são dominados, utilizados e vencidos pelo Senhor. Existem vários sentidos ou contextos em que Jesus vence a morte e o inferno (a palavra grega aqui é hades – região dos mortos). No passado, ele a venceu na sua ressurreição (Atos 2:24-31; Romanos 6:9; 2 Timóteo 1:10). No presente, os servos fiéis participam da vitória sobre a morte (Romanos 8:2,38-39; Hebreus 2:15; 1 João 3:14). No futuro, a morte é o último inimigo a ser vencido (1 Coríntios 15:26). Aqui, em relação à guerra do dragão e suas bestas contra os santos, a morte e o inferno são derrotados e lançados no lago de fogo.
Esta é a segunda morte, o lago de fogo: O vencedor é isento desta morte (2:11; 20:6). Ele participa da vida que há em Cristo Jesus. O lago de fogo já foi representado como lugar de castigo perpétuo (20:10).
20:15 – E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo.
E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo: Não há menção de nenhum justo diante do trono nesta cena. Tudo indica que este julgamento é limitado aos servos da besta. Nenhum deles será achado no Livro da Vida, onde estão escritos os nomes dos adoradores do Senhor. Os ímpios, aqueles que se submetiam à besta, são lançados no lago de fogo. Participam da segunda morte. Ainda existe o Livro da Vida. Há esperança, ou melhor, há segurança para os servos fiéis que não se prostraram diante da besta. Esta cena de julgamento diante do grande trono branco complementa a figura dos santos vitoriosos no início do capítulo. Se os adoradores da besta gozavam de alguma vantagem durante um período curto nesta vida, os adoradores do Senhor têm a garantia da vantagem final e eterna. Que consolação!
Conclusão
As almas debaixo do altar pediram a vingança divina. Deus prometeu que julgaria os perseguidores, mas na hora por ele determinada. Nos capítulos 18, 19 e 20, ele mostrou a sua fidelidade por meio de visões de julgamento e castigo. A meretriz Babilônia, a besta do mar, a besta da terra (o falso profeta), o dragão e todos os seus colaboradores foram julgados. No final dessa história, somente os servos fiéis ao Cordeiro podem ficar. E para esses fiéis – aqueles que têm os nomes escritos no Livro da Vida – ainda resta a promessa da glória eterna na presença do Senhor. Vitória absoluta e total!

domingo, 27 de maio de 2012

Salmo 159 – A palavra de Deus é espada de dois gumes

Aquele que proclama a Cristo como Senhor e salvador dos homens está com os altos louvores de Deus em sua garganta. Falar de Cristo aos homens é o mesmo que ter a espada de dois fios nas mãos "Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração" ( Hb 4:12 ).
1  LOUVAI ao SENHOR. Cantai ao SENHOR um cântico novo, e o seu louvor na congregação dos santos. 2  Alegre-se Israel naquele que o fez, regozijem-se os filhos de Sião no seu Rei. 3  Louvem o seu nome com danças; cantem-lhe o seu louvor com tamborim e harpa. 4  Porque o SENHOR se agrada do seu povo; ornará os mansos com a salvação. 5  Exultem os santos na glória; alegrem-se nas suas camas. 6  Estejam na sua garganta os altos louvores de Deus, e espada de dois fios nas suas mãos, 7  Para tomarem vingança dos gentios, e darem repreensões aos povos; 8  Para prenderem os seus reis com cadeias, e os seus nobres com grilhões de ferro; 9  Para fazerem neles o juízo escrito; esta será a glória de todos os santos. Louvai ao SENHOR.

Introdução
Tornou-se consenso que louvar a Deus é entoar uma melodia harmoniosa e ritmada com um conteúdo sacro. Seria este o louvor que Deus requer dos homens?
Se observarmos os elementos que constituem as poesias dos salmos, vê-se que a rima e o ritmo são ausentes e, o que se tem é uma cadencia de ideias relacionadas regidas por asserções (afirmações) simples.
Apesar de os salmos serem empregados como componente litúrgico, eles vão além de uma oração cantada e acompanhada de instrumentos musicais, pois o valor dos salmos não está nos canticos, instrumentos ou na melodia.
É de conhecimento que os salmos possuem uma estrutura que estabelece uma ‘rima’ de pensamentos, ideias, nunca de sons, ritmo ou rima, e tal estrutura é denominada paralelismo. Dos paralelismos mais conhecidos temos:
a) Paralelismo Sinônimo – A segunda asserção repete o pensamento da primeira, porém, utiliza-se de termos diferentes. Ex: "Ao SENHOR pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam" ( Salmo 24.1 );
b) Paralelismo Antitético – A segunda asserção contrasta a ideia da primeira. Ex: "Pois o Senhor conhece o caminho dos justos; mas o caminho dos ímpios perecerá" ( Sl 1:6 );
c) Paralelismo Sintético – A segunda asserção enfatiza o estipulado pela primeira. Ex: "Não te furtes a fazer o bem a quem de direito, estando na tua mão o poder de fazê-lo" ( Pv 3:27 );
d) Paralelismo Climático - A segunda asserção faz uso de palavras da primeira asserção e complementa a ideia. Ex: “Tributai ao SENHOR, filhos de Deus, tributai ao SENHOR glória e força” ( Sl 29:1 );
e) Paralelismo Emblemático – A primeira asserção estabelece um comparativo que ilustra a segunda asserção. Ex: "Como água fria para o sedento, tais são as boas-novas vindas de um país remoto" ( Pv 25:25 ).
Os diversos tipos de paralelismos são utilizados para compor ou evidenciar uma ideia, que geralmente constitui uma instrução, uma profecia, uma repreensão, um exemplo, etc., ao povo de Israel.

Análise das asserções
1  LOUVAI ao SENHOR. Cantai ao SENHOR um cântico novo, e o seu louvor na congregação dos santos.

O salmista convoca os santos a cantarem o louvor que pertence a Deus: o cântico novo. O louvor proveniente da congregação dos santos é denominado de cântico novo. Através do paralelismo sinônimo fica estabelecido que ‘tributar’ ao Senhor o cântico novo é o mesmo que ‘seu louvor’, sendo que o ‘cântico novo’ só é possível no ajuntamento solene dos santos.
Para compreendermos a ideia que consta do verso 1, é necessário analisar os versos que se seguem.

2  Alegre-se Israel naquele que o fez, regozijem-se os filhos de Sião no seu Rei.
Temos um paralelismo sinônimo, visto que a ideia da primeira asserção é repetida na segunda, porém, com termos diferentes. Através do princípio da identidade pertinente à lógica este salmo demonstra que ‘aquele que fez (criou) Israel’ é o ‘rei de Sião’.
Por associação, devemos questionar quem é o Rei de Sião? Ora, em primeiro lugar, Jerusalém é a cidade do grande Rei "Formoso de sítio, e alegria de toda a terra é o monte Sião sobre os lados do norte, a cidade do grande Rei" ( Sl 48:2 ); "Nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei" ( Mt 5:35 ). Em segundo lugar, o Filho de Davi, o Senhor Jesus Cristo é o grande Rei, pois foi o Pai quem o ungiu sobre o seu santo monte "Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o meu santo monte de Sião" ( Sl 2:6 ); “E, ouvindo eles isto, unânimes levantaram a voz a Deus, e disseram: Senhor, tu és o Deus que fizeste o céu, e a terra, e o mar e tudo o que neles há; Que disseste pela boca de Davi, teu servo: Por que bramaram os gentios, e os povos pensaram coisas vãs? Levantaram-se os reis da terra, E os príncipes se ajuntaram à uma, Contra o Senhor e contra o seu Ungido. Porque verdadeiramente contra o teu santo Filho Jesus, que tu ungiste, se ajuntaram, não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel; Para fazerem tudo o que a tua mão e o teu conselho tinham anteriormente determinado que se havia de fazer” ( At 4:24 -28).
Cristo também é nomeado de Senhor da glória, o Senhor que fez os mares e a quem a terra pertence "Levantai, ó portas, as vossas cabeças, levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória. Quem é este Rei da Glória? O SENHOR dos Exércitos, ele é o Rei da Glória. (Selá.)" ( Sl 24:9 -10).
Portanto, o profeta Davi insta com os filhos de Sião que se regozijem em Cristo, o grande Rei. Que se alegrem naquele que criou a Israel! Aqui é apresentado um dos aspectos da divindade de Cristo: Criador! Cristo é criador de todas as coisas “Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” ( Jo 1:2 -3); "Declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos, Jesus Cristo, nosso Senhor" ( Rm 1:4 ).
O profeta Jeremias faz alusão a Cristo como sendo o renovo justo da linhagem de Davi e, por ser rei, reinará ( Jr 23:5 ). Nos dias do renovo justo, Judá será salvo e o próprio Deus há de nomeá-lo: O Senhor Justiça Nossa "Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o seu nome, com o qual Deus o chamará: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA" ( Jr 23:6 ). Este é o mesmo posicionameno do escritor aos Hebreus ao interpretar o Salmo 45: "Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; Cetro de eqüidade é o cetro do teu reino" ( Hb 1:8 ). O que Deus diz do Filho? Deus chama o Filho de Deus, de modo que os eu reinado subsiste pela eternidade! ( Sl 24:1 -10).

3  Louvem o seu nome com danças; cantem-lhe o seu louvor com tamborim e harpa.
O cântico entoado a Cristo deve ser expressão do espírito, alma e corpo, a dança representa este aspecto do louvor. Que cantem o louvor de Deus com instrumentos musicais. Este verso remete à ordem de Davi: “BENDIZE, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome” ( Sl 103:1 ).

4  Porque o SENHOR se agrada do seu povo; ornará os mansos com a salvação. 5  Exultem os santos na glória; alegrem-se nas suas camas. 6  Estejam na sua garganta os altos louvores de Deus, e espada de dois fios nas suas mãos,
Neste verso vem expresso o motivo do cântico: - O Senhor se agrada do seu povo! Do verso temos a negativa: Deus não se agrada daqueles que não são o seu povo. Para ser o povo de Deus é necessário ter sido criado por Ele, conforme se lê: "Sabei que o SENHOR é Deus; foi ele que nos fez, e não nós a nós mesmos; somos povo seu e ovelhas do seu pasto" ( Sl 100:3 ), o que nos remete a asserção do verso 2: “Alegre-se Israel naquele que o fez, regozijem-se os filhos de Sião no seu Rei”.
Como o povo de Israel não confiou em Deus rejeitando que Deus lhes falasse, por receio de morrerem quando o monte Sinai começou a fumegar “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha. E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel” ( Ex 19:5 -6), esta profecia cumpre-se cabalmente na Igreja de Cristo, que é constituída a nação santa e o povo adquirido "Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" ( 1Pe 2:9 ).
O povo de Deus se constitui daqueles que foram agraciados com a salvação, ou seja, os mansos. Os mansos são bem-aventurados, pois adentraram no descanso do Senhor. São bem-aventurados porque aprenderam de Cristo que é manso e humilde de coração ( Mt 11:29 ). Os mansos constituem-se o povo de Deus, visto que estão ornados de salvação.
O povo de Deus é manso e santo, portanto, deve alegrar-se na glória recebida de Cristo "E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um" ( Jo 17:22 ; v. 9). Os santos do Senhor devem exultar porque adentraram no descanso (cama, repouso) prometido ( Hb 4:3 ).
É requisito imprescindível aos santos que os altos louvores de Deus estejam na garganta. O que isto significa? Que os altos louvores refere-se ao fruto dos lábios que professam a Cristo ( Hb 13:15 ). Diz do fruto dos lábios que Deus criou ( Is 57:19 ). Cristo, o Filho de Davi, é o cântico novo que Deus colocou nos lábios dos seus santos "E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação" ( Ap 5:9 ).
Através do paralelismo emblemático, o salmista estabelece que ‘os altos louvores de Deus’ compara-se a uma espada de dois fios nas mãos dos seus santos. É por isso que o apóstolo Paulo ao falar dos obreiros, recomenda que sejam aprovados, ou seja, que manejem bem a palavra da verdade "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade" ( 2Tm 2:15 ).
A espada de dois fios diz da espada do Espírito, das palavras de Cristo, que é espírito e vida "Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus" ( Ef 6:17 ; Jo 6:63 ), de modo que a Igreja de Cristo constitui-se de santos despenseiro do ministério do espírito  ( 2Co 3:6 e 8 ).
Aquele que proclama a Cristo como Senhor e salvador dos homens está com os altos louvores de Deus em sua garganta. Falar de Cristo aos homens é o mesmo que ter a espada de dois fios nas mãos "Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração" ( Hb 4:12 ).
Quando proclama Cristo como diz as Escrituras, os seus santos estão entoando louvores a Deus. Basta ao povo do Altíssimo batalhar pela Fé que uma vez foi dada aos santos que está adorando a Deus na beleza da sua santidade ( Jd 3). Basta desembainhar a espada do Espírito, manejando bem a palavra de Deus que o homem está adorando em espírito e em verdade.
O evangelho é salvação para todo que crê, portanto o cristão deve exultar com o evangelho. O cântico, o louvor, a exultação, a adoração do cristão não se firma em cânticos entoados durante a liturgia dos cultos, antes decorre do que professa acerca de Cristo. Os cânticos liturgicos expressam a alegria da alma do adorador e, se for uma composição segundo as Escrituras, estará anunciando Cristo aos homens, porém, o verdadeiro louvor restringe-se ao que o homem professa de Cristo com sua boca "A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo" ( Rm 10:9 ).
Todos que estão ligados à Videira verdadeira produzem muito fruto, ou seja, o fruto dos lábios que confessam a Cristo ( Hb 13:15 ). É através deste fruto que Deus é glorificado "Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos" ( Jo 15:8 ); "E todos os do teu povo serão justos, para sempre herdarão a terra; serão renovos por mim plantados, obra das minhas mãos, para que eu seja glorificado" ( Is 60:21 ); "Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém" ( 1Pe 4:11 ).
É inútil afinar instrumentos musicais; de nada serve fazer inúmeros ensaios musicais; não adianta estruturar um grande coral; nem tão pouco o gritar ‘aleluia’ e ‘gloria’, se o adorador não professar a Cristo como Senhor conforme diz as Escrituras ( Jo 7:38 ). Mas, se professar a Cristo segundo as Escrituras, nisto Deus é glorificado! O fruto consiste em confessar a Cristo com a boca, quando se crê com o coração ( Lc 6:45 ).

7  Para tomarem vingança dos gentios, e darem repreensões aos povos; 8  Para prenderem os seus reis com cadeias, e os seus nobres com grilhões de ferro; 9  Para fazerem neles o juízo escrito; esta será a glória de todos os santos. Louvai ao SENHOR.

Para encerrar o salmo enfatizando a pessoa de Cristo Jesus, o salmista profeticamente faz menção do Messias quando vindicar o seu reino dado pelo Pai (v. 7 e 9). Cristo como rei em toda a terra há de pisar o lagar da ira de Deus, conforme o descrito pelo profeta Isaias no capítulo 63, versos 1 à 6. Cristo atropelará os povos na sua ira, pois Ele é o braço do Senhor, que faz o que é aprazível ao Pai ( Is 62:5 ). Estes versos retratam o tempo em que Cristo será nomeado pelo Pai de 'Senhor Justiça Nossa' "Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará e agirá sabiamente, e praticará o juízo e a justiça na terra. Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o seu nome, com o qual Deus o chamará: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA" ( Jr 23:5 -6).
Como Deus prometeu ao Seu Filho as nações da terra por herança ( Sl 2:8 ; Mt 19:28 ), Cristo há de reger as nações com vara de ferro ( Sl 2:9 ). Nada do que foi predito por Deus falhará, pois Deus fará cumprir nos reis da terra e em seus nobres o juízo pré-estabelecido nas Escrituras (v. 9 ).