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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Jesus Vence as Bestas (Apocalipse 19:11-21)

Jesus Vence as Bestas (Apocalipse 19:11-21)
O último inimigo apresentado foi o primeiro derrotado. A Babilônia caiu e os habitantes da terra lamentaram a sua destruição. Agora chegamos à segunda fase da vitória de Jesus, a destruição das bestas. Este trecho fala principalmente sobre o Vencedor, dando muito mais destaque ao Verbo de Deus do que aos adversários. A ênfase está no caráter de Jesus, pois a vitória vem de sua natureza justa e pura. Quando chega à cena da batalha, tudo passa num piscar de olhos. A vitória divina é certa e total. Jesus é o Rei dos reis e Senhor dos senhores!
19:11 – Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça.
Vi o céu aberto: O céu aberto em João 1:51 mostra o papel essencial de Jesus na salvação, dando aos homens acesso ao céu. Em Atos 10:11, o céu aberto revela a mensagem da salvação dos gentios. Agora, o céu aberto revela a salvação dos fiéis depois das tribulações sofridas pelas mãos dos perseguidores.
E eis um cavalo branco: A identificação do cavalo e do cavaleiro vencedor do primeiro selo (6:1-2) depende, em parte, deste trecho. Aqui, não há dúvida sobre o cavaleiro, que logo será identificado como o Verbo de Deus (19:13). Já sabendo que se trata de Jesus, observemos bem as características destacadas nesta descrição.
O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro: Jesus é “a testemunha fiel e verdadeira” (3:14; cf. 1:5; 2 Coríntios 1:20-22).
E julga e peleja com justiça: Esta descrição destaca dois aspectos interligados do trabalho de Jesus: Œ Ele julga. Na vinda de Jesus ao mundo, ele já julgou os homens que amavam as trevas (João 3:19). O Pai deu ao Filho o poder de julgar (João 5:22,27,30; 8:16; Atos 17:31; Romanos 2:16; 2 Timóteo 4:1).  Ele peleja. A consolação dos santos depende de sua confiança no comandante. Na saída do Egito, Moisés prometeu que o Senhor pelejaria pelos israelitas (Êxodo 14:14). Prometeu a mesma coisa quando discutiram sobre a conquista da terra prometida, mas o povo não confiou no Senhor, achando os inimigos mais poderosos do que o próprio Senhor (Deuteronômio 1:26-32). Este exemplo tem significado especial em relação à mensagem do Apocalipse, pois a questão que os cristãos da época – como os de todas as épocas – enfrentaram foi a mesma: confiar em Deus ou temer os inimigos? A resposta certa vem das palavras de Moisés: “Não os temais, porque o SENHOR, vosso Deus, é o que peleja por vós” (Deuteronômio 3:22). As orações de Daniel foram respondidas por uma visão de um homem de aparência semelhante ao cavaleiro aqui, que pelejava contra o príncipe da Pérsia (Daniel 10). Conhecimento desse guerreiro trouxe conforto ao profeta. Da mesma maneira que o povo de Israel procurou um rei guerreiro em Saul (1 Samuel 8:19-20) e achou um verdadeiro guerreiro no rei Davi (2 Samuel 5:1-3), os servos no Apocalipse procuram e acham em Jesus o perfeito guerreiro rei que irá adiante deles para enfrentar e esmagar o inimigo (6:10; 19:14).
19:12 – Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça.
Os seus olhos são chama de fogo: A mesma descrição de Jesus em 1:14 (cf.comentários na lição 4), que nos lembra do guerreiro de Daniel 10:6. Ele vê tudo.
Na sua cabeça, há muitos diademas: Nas duas outras vezes que esta palavra aparece no livro, diademas representam autoridade e poder – do dragão (12:3) e da besta do mar (13:1). Aqui, obviamente, demonstram a autoridade e o poder de Jesus. No Velho Testamento, diademas ou mitras representam a glória de uma pessoa (Provérbios 1:9; 4:9; Ezequiel 21:26). Deus é o diadema ou a glória do seu povo (Isaías 28:5), e seu povo fiel é a glória na cabeça dele (Isaías 62:3; cf. Efésios 1:12). Jesus foi coroado de glória (Hebreus 2:9).
Tem um nome escrito que ninguém conhece, senão ele mesmo: Nomes dados representam o caráter ou as características de uma pessoa (Marcos 3:16-17; Lucas 8:30; João 17:26). Jesus merece um nome superior aos outros (Hebreus 1:4; Filipenses 2:9). Mesmo quando ouvimos nomes atribuídos a Jesus (como “o Verbo de Deus” do próximo versículo), não conseguimos compreender a grandeza do seu caráter. Ele continua sendo santo e sublime.
19:13 – Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome se chama o Verbo de Deus;                      
Está vestido com um manto tinto de sangue: O sangue de quem? Há, pelo menos, três explicações possíveis: Œ O sangue dele mesmo. Certamente foi o sangue do Cordeiro que trouxe a redenção e garantiu a vitória dos fiéis (cf. 1:5; 5:9; 7:14; 12:11; 22:14);  O sangue dos mártires, o motivo da vingança que o cavaleiro traz (cf. 6:10; 16:6; 17:6; 18:24; 19:2); Ž O sangue dos inimigos vencidos pelo Senhor (cf. 14:20). A figura similar numa profecia do Antigo Testamento pode esclarecer o sentido, favorecendo a terceira opção citada. O guerreiro volta de Edom com o sangue dos inimigos na sua roupa (Isaías 63:1-6).
E o seu nome se chama o Verbo de Deus: Um nome usado para identificar Jesus em João 1:1, 14 e 1 João 1:1. O cavaleiro no cavalo branco é Jesus Cristo.
19:14 – e seguiam-no os exércitos que há no céu, montando cavalos brancos, com vestiduras de linho finíssimo, branco e puro.
E seguiam-no os exércitos que há no céu: Quase 250 vezes, a Bíblia fala de Deus como o “Senhor dos Exércitos”, uma forte afirmação de sua onipotência. Deus chamou “da extremidade do céu, ... os instrumentos da sua indignação” contra a Babilônia (Isaías 13:4-5).
Montando cavalos brancos, com vestiduras de linho finíssimo, branco e puro: A descrição dos cavalos e cavaleiros mostra que compartilham das qualidades do seu Senhor. As figuras aqui frisam a santidade, a justiça e a vitória (cf. 3:4-5,18; 4:4; 6:11; 15:6; 19:8). As vestiduras dos vencedores foram lavadas no sangue do Cordeiro (7:9,13-14; 22:14).
19:15 – Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e ele mesmo as regerá com cetro de ferro e, pessoalmente, pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso.
Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações: Uma característica de Cristo em 1:16, a espada da boca mostra o poder da palavra dele para julgar e castigar. Esta espada pode ser usada para pelejar contra igrejas que não se arrependem das suas obras más (2:16). Aqui, porém,é usada para castigar as nações ímpias. O efeito é semelhante ao da vara de ferro com qual Jesus domina e quebra nações, o próximo aspecto desta descrição.
E ele mesmo as regerá com cetro de ferro: O domínio de Cristo como descrito em 12:5, usando o conceito da profecia de Davi (Salmo 2:6-9). Os servos de Jesus participam deste reino em 2:26-27, como vêm os cavaleiros do exército para participar com Jesus aqui.
E, pessoalmente, pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso: Sobre o vinho e o lagar, veja os comentários sobre 14:8-10,19-20 na lição 25. As pessoas que tentam negar a severidade de Jesus, sugerindo uma diferença de caráter entre o Deus do Velho Testamento e o do Novo enfrentam grandes dificuldades com versículos como este. Jesus, pessoalmente, aplica o castigo e traz o furor de Deus sobre os ímpios. Doutrinas que enfatizam o amor de Deus até o ponto de rejeitar a sua santidade e justiça distorcem o ensinamento das Escrituras e oferecem aos pecadores uma consolação falsa. Mesmo na época da graça da Nova Aliança, não podemos esquecer da severidade de Deus sobre os desobedientes (Romanos 11:22; 2 Tessalonicenses 1:7-9; Hebreus 10:26-31).
Senhor e SENHOR no Velho e
no Novo Testamentos

Muitas versões da Bíblia (inclusive a ARA2 usada como a base textual destes estudos) usam a diferença entre letras minúsculas e maiúsculas para refletir uma diferença no texto original. Quando aparece SENHOR no Velho Testamento, representa o Tetragrama YHWH, que algumas outras versões traduzem como Javé, Jeová, Yahweh, etc. (cf. as notas na Bíblia de Estudo Almeida, da SBB, sobre Gênesis 2:4 e Êxodo 3:15). Senhor, no Velho Testamento, representa outros títulos ou nomes, ou de Deus ou de homens. 
O Novo Testamento foi escrito em grego, não em hebraico e, por este motivo, o Tetragrama não aparece nele. Qualquer tentativa de inserir o Tetragrama no Novo Testamento é uma alteração humana, e não uma tradução do original. 
O uso de maiúsculas em versículos como Apocalipse 19:16 não deve ser mal-entendido como referência ao Tetragrama. O motivo aqui é outro: vários títulos são apresentados em maiúsculas (cf. 17:5; Mateus 27:37; etc.).
19:16 – Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e ele mesmo as regerá com cetro de ferro e, pessoalmente, pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso.
Tem no seu manto e na sua coxa um nome inscrito: Nesta cena, Jesus se prepara para enfrentar os inimigos, e o nome mostrado na coxa e no manto é o nome pelo qual todo o mundo o conhecerá. Já sabemos de outros nomes: um que só ele conhece (19:12); outros pelos quais ele é conhecido pelos seus discípulos (o Verbo de Deus – 19:13; a Fiel Testemunha – 1:5; o Primogênito dos mortos – 1:5; o Soberano dos reis da terra – 1:5; o Filho de Deus – 2:18; o Santo, o Verdadeiro – 3:7; o Amém – 3:14; o Leão da tribo de Judá – 5:5; a Raiz de Davi – 5:5; o Cordeiro – 5:12; Fiel e Verdadeiro – 19:11; etc.). Quando ele se apresenta em batalha, tem um nome visível a todos, até aos inimigos.
REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES: Sobre o significado deste nome aplicado a Jesus, leia os comentários sobre 17:14 (lição 28). A referência a este nome aqui traz à memória dos fiéis a garantia da vitória daquele versículo. O Cordeiro vencerá, e os seus servos fiéis, também, serão vencedores! Os inimigos devem temer, pois logo enfrentarão o Rei dos reis e Senhor dos senhores!
19:17 – Então, vi um anjo posto em pé no sol, e clamou com grande voz, falando a todas as aves que voam pelo meio do céu: Vinde, reuni-vos para a grande ceia de Deus,
Vi um anjo posto em pé no sol: Este anjo não vem de baixo, e não traz a escuridão da fumaça do abismo (cf. 9:1-11). Este aparece no sol, visível a todos e cercado pela luz brilhante. Está em pé, numa posição que representa a sua autoridade e posição como representante do comandante vencedor, o Cordeiro.
E clamou com grande voz: O anúncio do anjo vem com a autoridade dada por Deus, como já aconteceu com outros avisos importantes dados por anjos (5:2; 10:3; 14:7,9,15,18; 18:2).
Falando a todas as aves que voam pelo meio do céu: Vinde, reuni-vos para a grande ceia de Deus: Antes de continuar a leitura aqui, devemos ver um trecho semelhante em Ezequiel 39:17-20. Ezequiel profetizou sobre a restauração do reino espiritual do Senhor (caps. 36 e 37) e sobre a tentativa das nações, sob a liderança de Gogue de Magogue, de derrubá-lo (cap. 38). O capítulo 39 mostra a grande vitória do Senhor sobre as nações ímpias que se juntaram contra os remidos, e inclui esta figura da ceia das aves e animais que se satisfazem com a carne dos cadáveres. Agora, numa cena paralela, o anjo chama as aves do céu para a grande ceia. A carne está quase pronta!
19:18 – para que comais carnes de reis, carnes de comandantes, carnes de poderosos, carnes de cavalos e seus cavaleiros, carnes de todos, quer livres, quer escravos, tanto pequenos como grandes.
Para que comais carnes de reis, carnes de comandantes, carnes de poderosos: Começa com os chefes. Não são apenas os peões que sofrem. Na grande ceia de Deus, os corpos dos poderosos serão expostos às aves. Aqueles que foram convocados pelas rãs que saíram das bocas do dragão e das bestas (16:13-16) já serão encontrados mortos no campo de batalha. Antes de começar a batalha, Deus já revelou o resultado.
Carnes de cavalos e seus cavaleiros: A cavalaria, também, cairá. Homens e cavalos serão encontrados juntos e seus corpos serão devorados pelas aves.
Carnes de todos, quer livres, quer escravos, tanto pequenos como grandes: Dos mais importantes dos líderes aos escravos usados como soldados de pouco valor, todos que apóiam o dragão e as bestas cairão mortos.
19:19 – E vi a besta e os reis da terra, com os seus exércitos, congregados para pelejarem contra aquele que estava montado no cavalo e contra o seu exército.
E vi a besta e os reis da terra, com os seus exércitos, congregados para pelejarem: Todos aqueles reunidos no capítulo 16 se preparam agora para a batalha. Como Deus conforta os seus servos! Ele inverteu a seqüência aqui e revelou o resultado antes de começar a batalha. A capacidade de prever o futuro e anunciar por profecia os acontecimentos vindouros é uma qualidade especial de Deus (Isaías 44:6-8). O dragão, as bestas e os reis podem se exaltar, mas somente Deus tem certeza do resultado final da batalha!
Contra aquele que estava montado no cavalo e contra o seu exército: Se fosse um filme de guerra ou de aventura, a ênfase seria colocada nas táticas da batalha e na força dos soldados. Mas a vitória dos santos não depende de esperteza. São vencedores por causa do caráter deles e, mais ainda, por causa do caráter do seu Rei. Jesus e seus servos vencem pela justiça, não pelos números nem pelas táticas brilhantes empregadas para enganar o inimigo. O Cordeiro vence porque ele é santo! Os pré-milenaristas enfrentam mais um obstáculo neste ponto. Para eles, Jesus queria estabelecer o seu reino na sua primeira vinda, mas não conseguiu por causa da rejeição pelos judeus. Mas, foi o mesmo Jesus santo e perfeito. As profecias vieram do mesmo Deus que é unicamente capaz de prever o futuro. Qualquer noção do plano de Deus ser frustrado pelo inimigo vai contra o ensinamento bíblico que ele é, por sua natureza santa e perfeita, o vencedor. Jesus é o vencedor. Os fiéis participam da vitória porque recebem o benefício do sangue do Cordeiro e participam da natureza dele (7:14; 19:6-8; 2 Pedro 1:4).
19:20 – Mas a besta foi aprisionada, e com ela o falso profeta que, com os sinais feitos diante dela, seduziu aqueles que receberam a marca da besta e eram os adoradores da sua imagem. Os dois foram lançados vivos dentro do lago de fogo que arde com enxofre.
Mas a besta foi aprisionada, e com ela o falso profeta que, com os sinais feitos diante dela, seduziu aqueles que receberam a marca da besta e eram os adoradores da sua imagem: Os dois aliados do dragão introduzidos no capítulo 13 – a besta (do mar) e o falso profeta (a besta da terra que induzia as pessoas a adorarem a besta) são tomados pelas forças do Cordeiro. Foi comum nas guerras tomar os reis ou comandantes como prisioneiros, ou para o cativeiro (cf. 2 Reis 25:5-7) ou para serem executados diante do povo vitorioso (cf. Juízes 8:12,21). Já veremos o destino destes líderes dos ímpios.
Os dois foram lançados vivos dentro do lago de fogo que arde com enxofre: O “lago de fogo” é mencionado somente no Apocalipse (cf. 20:10,14,15). Destes versículos aprendemos que é o lugar do tormento perpétuo das duas bestas, do diabo e daqueles que não são achados no Livro da Vida. A morte e o inferno (hades), também, são lançados neste lago. Enxofre sempre representa castigo ou destruição que vem de Deus (cf. 9:17-18; 14:10; Salmo 11:5-7). A destruição, porém, não significa cessar de existir. O tormento deles continua “pelos séculos dos séculos” (20:10).
19:21 – Os restantes foram mortos com a espada que saía da boca daquele que estava montado no cavalo. E todas as aves se fartaram das suas carnes.
Os restantes foram mortos com a espada que saía da boca daquele que estava montado no cavalo: Os seguidores das bestas não saem ilesos. A espada da boca de Jesus os mata. Ela vem da boca, representando a palavra dele que julga (Hebreus 4:12-13) e a autoridade dele para pelejar e matar (2:16). Aqui, a espada é usada contra os seguidores da besta.
E todas as aves se fartaram das suas carnes: Deus coloca diante das aves a ceia prometida!
Conclusão
A meretriz caiu e a noiva chegou ao casamento. As bestas que atormentaram os homens são derrotadas e lançadas no lago de tormento perpétuo. Agora, sobra apenas um dos inimigos do povo de Deus: o dragão. Veremos o destino dele no próximo capítulo.

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